Por falar em visibilidade(s)
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A visibilidade corporal das pessoas com deficiência é uma das questões em jogo. Outra questão é a da visibilidade da gravidez. Ora, parece-me comprometedor que um tão nobre trabalho que representa artisticamente uma pessoa com deficiência opte por representar uma grávida. Porque, apesar de ambas as visibilidades não serem totalmente públicas, o facto é que a gravidez é das visibilidades corporais não públicas a mais positivamente valorizada, ou seja, parece que, para compensar a representação artística da deficiência, se opta por positivá-la com a gravidez, como se a deficiência por si só não pudesse ser bela.
É claro que podem dizer que a intenção do artista era mais política, colocar a tónica na real possibilidade de gravidez e reprodução (e sensualidade, e erotismo, e sexualidade) das pessoas com deficiência. Mas penso que ficava mais bonito se fosse simplesmente uma pessoa sensual com uma deficiência física.
Mais detalhes sobre o evento aqui.
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