Blog duma gaja... bem... esquisita, estranha, tarada:) Enfim... queer!

3.26.2007

Fourrier

Saudação amistosa a todos os poliamorosos e sugestão veemente de que leiam Fourrier - assentar toda uma nova utopia e prática política e estatal na luta contra a monogamia, é obra:)
E ainda consegue elogiar enormemente a gula pelo caminho:)))
[por falar em gastrometafísicas e pluralidades amorosas: um orgulho, César Monteiro em "A Comédia de Deus"]

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ahahahahahah... mas não será um bocado demais? Isto é, os problemas ambientais não serão mais galvanizantes do que a dicotomia mono/poli? Digo isto porque me parece, á exaustão, que quando colocamos num plano demasiado abaixo ou acima do que efectivamente assiste a um assunto, acabamos por receber resultados errados.
Mas o que eu gostava mesmo, oh, se eu gostava, era que esse debate se instituisse em todos os escritórios, fábricas, oficinas e centros culturais e recreativos deste país. Assim, deixávamos o governo a tratar dos problemas técnicos da coisa, tarefas pelas quais lhe pagam,os q.b., e ocupávamo-nos nós a legislar sobre aquilo que nos assiste: como queremos amar, pensar, sonhar e dormir.
Temos que pensar numas poli-campanhas de dinamização cultural, hein? Que dizem?... Antidote?...

14:47

 
Blogger Anabela Rocha said...

Talvez não seja um problema de escala mas de complexidade; ou seja, não se trata tanto de ser um problema menor ou maior mas de ser um problema que deve ser devidamente cruzado com outros eixos de análise - mas, na denúncia que faz dos podres da monogamia, Fourrier até sabia bem disso...

11:20

 
Blogger antidote said...

a antidote está em modo toupeira.. volta e meia levanta a cabeca do novo emprego em que nao percebe nada de nada e olha atarantada para fora meia apalermada..

anabela: serias um amor se escrevesses a referencia do livro práí.

Acerca da desconstrucao do casamento ou da monogamia, nunca escrevi explicitamente embora tenha mencionado em entrevistas (e numa delas foi alegremente ignorada). escrevi algo marginalmente aqui: http://laundrylst.blogspot.com/2007/02/lot-uniao-civil-no-mxico.html#links

gostava de ver o apoio estatal e social á monogamia desaparecer. só isso. quem quiser ser monogamico (e os há, que o sao sinceramente), que seja, mas que nao tenha direitos especiais!!!!

Quanto ás prioridades estatais, estou farta do argumento de que as causas "humanistas" nao sao prioritarias, tipo, que as causas economicas enchem a barriga das pessoas. Toca a eliminar o desemprego convidando as multinacionais a encher-se á nossa custa. Mas as causas humanistas nao custam nada ao estado. Uns debates, umas leis, uns desincentivos economicos e já está.

Estrelita: o debate está a comecar. Tem calma que ainda vais ver a dimensao da coisa. Acho eu.

Anabela: obrigada pelo apoio á causa poli. Agradeco te de todo o meu coracao poliamoroso!

18:12

 
Anonymous Anónimo said...

Eu não disse que se libertasse o governo das suas obrigações, o que disse foi que os temas que dizem respeito às pessoas devem incendiar as pessoas antes de incendiarem os parlamentos... Sob pena de meia duzia de iluminados que não representam ninguém decidam da ocupação das nossas camas com o mais indescritível despudor. «Uns debates» não servem para nada, porque a fórmula actual e institucional dos debates é actualmente o formato Fátima Campos Ferreira. O assunto tem que começar onde ele se manifesta.

Além de que, se o poder económico começar a aperceber em que termos é que a poligamia possa ser mais rentável, se perceber o que tem a ganhar, o assunto está resolvido e não é preciso mais lobbyng nenhum: os lobbies tradicionais tratam em tempo record de colocar os politicos onde é preciso estarem. Infelizmente é assim.


Bem, acabo de tresler dois artigos interessantes que partilho com vocês, à falta de maior audiência.

- Queer Spirituality, da Social Compass n.º 48 (2001)

- POLY WOMEN, SEXUAL SUBJECTIVITY AND POWER; ELISABETH SHEFF, do Journal of Contemporary Ethnography, Vol 34. (2005)

beijos e abraços

19:16

 
Blogger antidote said...

nao sei quem é a fatima, e nao acho que os parlamentos sejam assim tao maus. se esperassemos que os debates publicos tomassem precedencia ao debate parlamentar ainda teriamos pena de morte e escravatura. Mas isto sou eu que acredito na bondade intrinseca das pessoas, ideia tipica de esquerda.


Quanto a mim, nao defendo poligamia. Defendo poliamor que é distinto. E ninguem decide quem tens na tua cama. Quanto muito decidem a quem transmites os teus bens sem clausula protectora e quem te visita no hospital e te desliga o ventilador. Reduz se a isso.

10:42

 
Anonymous Anónimo said...

O conceito “poliamor” devia passar a chamar-se “poli-promiscuidade”. No poliamor não existe amor e para mim o amor é como o conteúdo do poema de Camões “Amor é fogo que arde sem se ver” pelo que somente o visualizo no “monoamor” que tem por base o amor profundo e o respeito.

00:47

 
Anonymous Anónimo said...

Anónimo/a: não sou poli, mas, não achas que ser-se poli pode ser uma forma diferente de amar? O fogo não pode ser diferente, de acordo com o que o alimenta, mas continuar a ser fogo à mesma? Só existe a tua, ou a minha, forma de amar?

Há mais nos céus e na terra, do que sonha a nossa filosofia. Ou não?

05:19

 
Anonymous Anónimo said...

Correcção ao comentário anterior: anónimo/a = blind date.

05:20

 
Blogger antidote said...

Chamemos lhe polipromiscuidade se quiseres, se te faz feliz. Continuo a achar que estou a ser atacada em certos pontos sem que quem me esteja a atacar conheca a minha historia pessoal (ou queira conhecer): tenho duas relacoes de AMOR e nao me parece que contradiga poemas de camoes ou de rilke ou de quem quer que seja. mas chamemos lhe promiscuidade entao.

E QUAL É O PROBLEMA? Qual é a implicacao etica de se ser polipromiscuo? porque é que as pessoas nao hao de poder ser promiscuas? desde que sejam honestas? ou preferes a facada nas costas de tantas relacoes supostamente monogamicas?

Gostava que diversificasses a tua experiencia de vida antes de criticar a vida dos outros. E gostava que tentasses conhecer outras formas de amar. Afinal, estamos a dicutir diversidade dentro da nossa comunidade GLBT, e nao que devemos ser todos iguais a um modelo saido de uma maquina.

(desculpa antecipadamente, Anabela se me estiquei. Afinal, isto é o teu blogue, a tua casa).

14:21

 
Blogger Anabela Rocha said...

Parece que tenho de continuar de férias... isto fica mais interessante:)
Com mais tempo comentrei - e darei a referência do livro, em português!

19:51

 
Anonymous Anónimo said...

Anónimo e Antidote, só dei a minha opinião.
Relativamente à minha experiência de vida, considero-me uma pessoa séria, ou seja, acho que as relações amorosas devem ser constituídas por duas pessoas que devem ser fiéis e ainda acho que uma pessoa que não seja comprometida deve ser fiel para com o seu próprio corpo.
Contudo, estou-me nas tintas para o facto de que no apartamento ao lado do meu, uma gaja esteja com meia dúzia de gajas num grande poliamor, por exemplo.

21:38

 
Blogger Anabela Rocha said...

Antidote: não te esticaste não senhora e respondeste certeiramente: enquanto se reduzirem estas questões a questões de moral pessoal estamos mal - são questões profundamente políticas. Obrigada
Quanto a Fourrier, apesar de pensar que não o vais encontrar (mas se quiseres mando-te cópia): "O novo mundo amoroso", Edições Estúdios Cor, s/data (mas por volta de 60)

18:00

 

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