Aprender com os erros
A série L Word apresenta-se com uma muito maior diversidade étnica, de classe, corporal e de género. Palmas para a inclusão de lésbicas com problemas auditivos, de trans efectivamente em transição (e não de actrizes a fazerem de trans como muito aqui contestei), de latinas e afro, de militares, etc.
Também muito interessante a reflexão sobre a representação lésbica em cinema. Não tão bem o desbaratar da possibilidade de representar o poliamor.
(E sim, mantém-se um nível razoável de erotismo lésbico).
12 Comments:
"de trans efectivamente em transição (e não de actrizes a fazerem de trans como muito aqui contestei)"
Vou ter de ver isso! :)
Infelizmente, o meu emule é muito lento, só daqui a uns meses é que devo ter os primeiros episódios da 4ª temporada...
21:05
Representar a poli... eis uma barreira que nem nos países onde se podem publicar artigos sérios sobre o assunto se conseguiu transpor... e na realidade dá vontade de perguntar a sério porquê. Se é verdade que ainda se busca uma linguagem própria como a melhor trincheira para o ataque à heteronormatividade, a verdade é que em termos de afirmação lgbt nunca foi esse o factor decisivo... Questões para um dia de chuva... :-)
19:06
Não faz nenhuma falta à série representar promiscuidades maiores que a bissexualidade
10:30
Anónim@: que intolerância! Que mal te fizeram as pessoas bi/poli??
13:24
O que terá a bissexualidade de promíscuo? Será que decorou bem o dicionário? Quanto à poli, o melhor mesmo é dispensar-me de comentar.
14:16
o poli nao é necessariamente promiscuo. e ás vezes é sim senhor. Idem para o ser se bi. Mas faz parte da diversidade da(s) nossa(s) cena(s) GLBT. é apenas mais uma vertente. Afinal, nao saimos todos da mesma máquina, mas sim de ventres humanos. E temos que viver uns com os outros, e nao vai ajudar que uns queiram ter mais razao que outros em relacao ao seu modo de vida. Eu nao tenho razao por ser poli nem quero obrigar ninguem a ser, mas gostava que quem nao é nao o criticasse sem conhecimento de causa e sem pelo menos me ouvir falar e explicar as minhas razoes: explico as de bom grado (expondo me, sim) a quem as queira ouvir (ler).
A questao nao é saber se a cena GLBT é poli friendly, mas reconhecer que o poly é um modo de vida tao valido como o outro, DENTRO e FORA da comunidade GLBT. Nós estamos aí, simplesmente ainda nao somos visiveis.
Nesse sentido (demonstracao da variedade que implica uma convivencia pacifica), acho que é bom que a série retrate essa mesma diversidade sem complicacoes.
e já agora, uma pergunta teórica... uma pessoa bi que nao é poli e que é até é mesmo monogamica é promiscua? e que é uma lésbica em "monogamia em série" que ainda por cima se recusa a fazer sexo seguro?
Obrigada por lerem,
17:23
critico porque sofri, critico porque é maldoso magoar pessoas, igualmente tão adultas e responsáveis, uma e outra vez - quem abusa dos outros assim não é responsável, é inconsequente, mau e mal-educado
20:12
ainda para mais, poli não tem nada a ver com amor. se tivesse TALVEZ fosse aceitável
20:23
Querid@ anonim@, acho que deves ter sofrido sim, provavelmente por alguem ter tomado uma decisao errada, mas acho que isso é independente de poly/mono. Acho que se pode ser mono e irresponsavel (e magoar) e se pode ser poly e responsavel. Ou o contrario. Mas o "schwerpunkt" (o amago da questao) nao é o ser poly/mono, mas o nivel de responsabilidade e consideracao das pessoas.
(e estou a tentar nao levar pessoalmente o que poderiam ser insultos e manter uma mente aberta e tentar dialgogar contigo----> gostava de pensar que se falassemos pessoalmenet talvez fosse diferente).
nao vou responder á parte de poly nao ter a ver com amor. A nao ser que queiras conhecer a minha familia (que seeria um prazer para mim apresentar te)
10:30
anónimo,
depende como se vive a poli. a minha primeira pressão para viver uma poli foi efectivamente não querer de modo algum magoar ninguém e dessa forma abrir na minha sólida e ferrenha matriz monogâmica uma brecha onde coube essa possibilidade de partilhar aquilo que nao podia dividir. acho que não magoei ninguém mas cada um vive o que vive. quem nunca viveu isto, o sentir-se impotente para magoar e para seguir apenas o seu impulso, e impotente para alimentar aquilo que, se não crescesse noutro sentido, se esvaziava, teve necessariamente que abrir a porta e ver o que havia do lado de fora.
devo dizer que por causa de confessar este pequeno passo já me magoei, muito, porque perdi pessoas de quem precisava e que não prestaram atenção o tempo suficiente para compreender o mecanismo, essencialmente defensivo, que isto significou, e o quanto teria sido mais fácil para mim optar pela monogamia em série ou, simplesmente, por uma poligamia inconfessada e irresponsável.
14:36
* preferindo, de qualquer forma, magoar-me a mim do que chegar a magoá-las a elas, que, meras expectadoras com tendência a ser parte interessada, prescindiram de ser a parte interessada que eu também era, e não pouco.
14:39
vou dar esta workshop, para quem quiser.
http://plone.ladyfestwien.org/program/workshops/geplante-workshops/
16:01
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