Para lá do casamento e da heteronorma
Ainda na RCCS Sasha Roseneil em “A vida e o amor para lá da heteronorma” apresenta uma análise sociológica queer das mudanças sociais, criticando a heteronormatividade habitual da sociologia no estudo das relações pessoais, ou seja, desalojando a famílçia e o casal hetero do lugar central que têm ocupado no imaginário intelectual (esta senhora vai gostas disto:)
A realidade da família é normalmente perspectivada como sexual, monogâmica, diádica, co-residente, e resultando em filhos.
Roseneil argumenta que cada vez mais encontramos pessoas dependentes de redes e fluxos da intimidade e do cuidado não familiares (a família tradicional é uma prática minoritária no Reino Unido e dispararam o número de pessoas a viver sozinhas). Nestas redes ou intimidades não-heteronormativas [“(...) relações significativas e definidoras de toda uma vida, estabelecidas entre amigos, amantes não-monógamos, ex-amantes, parceiros a viver separados, ou entre pessoas que simplesmente não se encaixam no sitema de classificação binária “amigo(a)”/”amante” (...)” ] há uma fluidez entre a amizade e o sexo (com estatuto prioritário da amizade, que invade muito mais o espaço doméstico e pode até permanecer longas temporadas, quando em crise pessoal), a “pessoa de eleição” pode ser alguém com quem não se tem sexo (descentralização da relação sexual ou até amorosa, da conjugalidade, nas narrativas de vida) e há uma desestabilização do binário homo/hetero (uma experimentação não teleológica para lá da conjugalidade heteronormativa, ou seja, não se pretende vir a morar junto, nem vir a ter um compromisso de longo prazo – aposta-se num projecto em curso que dê prazer mútuo no presente).
A realidade da família é normalmente perspectivada como sexual, monogâmica, diádica, co-residente, e resultando em filhos.
Roseneil argumenta que cada vez mais encontramos pessoas dependentes de redes e fluxos da intimidade e do cuidado não familiares (a família tradicional é uma prática minoritária no Reino Unido e dispararam o número de pessoas a viver sozinhas). Nestas redes ou intimidades não-heteronormativas [“(...) relações significativas e definidoras de toda uma vida, estabelecidas entre amigos, amantes não-monógamos, ex-amantes, parceiros a viver separados, ou entre pessoas que simplesmente não se encaixam no sitema de classificação binária “amigo(a)”/”amante” (...)” ] há uma fluidez entre a amizade e o sexo (com estatuto prioritário da amizade, que invade muito mais o espaço doméstico e pode até permanecer longas temporadas, quando em crise pessoal), a “pessoa de eleição” pode ser alguém com quem não se tem sexo (descentralização da relação sexual ou até amorosa, da conjugalidade, nas narrativas de vida) e há uma desestabilização do binário homo/hetero (uma experimentação não teleológica para lá da conjugalidade heteronormativa, ou seja, não se pretende vir a morar junto, nem vir a ter um compromisso de longo prazo – aposta-se num projecto em curso que dê prazer mútuo no presente).
Resumido, há práticas homossexuais que se estão a difundir cada vez mais, entre todos, quebrando a heteronorma. E não parece que estas pessoas não-heteronormativas estejam ansiosas por se casarem...[poderem ter esse direito ou não é outra conversa; devem tê-lo porque a igualdade é que é um símbolo de cidadania, não o casamento em si].
2 Comments:
nao so gostei como me estou a rebolar e vou pegar na "deixa". Obrigadissima!!!
11:58
mais do mesmo (desculpa a sobrecarga e a propaganda):
a proposito das unioes civis no mexico, uma rant sobre a pressao pelo casamento lgbt...
http://laundrylst.blogspot.com/2007/02/lot-uniao-civil-no-mxico.html#links
acerca da pressao mononormativa para a monogamia:
http://laundrylst.blogspot.com/2007/01/necessidade-de-nao-escolher-parte-i.html#links
a nao monogamia como contra cultura numa nova esquerda/anarquisto-feminista:
http://laundrylst.blogspot.com/2006/08/indymedia-contracultura-desafio.html#links
14:59
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