O engodo
Ora aqui está o filme machista heterosexista do momento - além de ser um filme narrativamente mal feito.
She Hate Me de Spike Lee arranjou claramente um isco pseudo-lésbico para vender aquilo que poderia ser um interessante filme sobre especulação e informação privilegiada no mercado de acções de empresas farmacêuticas.
O filme é machista e pseudo-lésbico no sentido em que todas (!) as lésbicas que pretendem engravidar o fazem mantendo relações sexuais com o protagonista (a única que começa por não o fazer não engravida e acaba por o fazer - e só aí engravida; ah! ganda macho!) e além disso todas (!) têm prazer no acto (porque não haviam de ter? tudo é "tão natural", né?). Fiquei a pensar que, com tanta obssessão pelo protagonista (que aliás aparece em fotos traseiras na promoção do filme), porque não o fode o própro Spike Lee, em vez de o delegar em fantasias pseudo-lésbicas.
Para culminar a fantasia lésbica, o casal lésbico protagonista acaba num casal a três, com o macho man, claro! (Não que não hajam formas interessantes de construir narrativamente uma relação a três, em que ambos os sexos entrem; mas esta não convence) E todas (!) as mães, que tinham inicialmente desejado e contratado o afastamento dos deveres parentais do macho acabam por borboletar à volta dele com os seus rebentos! Grrrrrr!
Por fim, do ponto de vista narrativo, toda esta narrativa é forçada na narrativa da fraude bolsista, acabando por permitir ainda por cima ligações inconscientes irritantes entre a bolsa especulativa das acções farmacêticas (que nada valem) e a barriga (igualmente especulativa e que nada vale?) das mães lésbicas. Um desastre!
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