Blog duma gaja... bem... esquisita, estranha, tarada:) Enfim... queer!

6.24.2006

Defender os nossos!

Luiz Mott é um grande activista gay brasileiro. Mais uma vez está a ser ameaçado de morte por católicos fundamentalistas. Eis a mensagem que recebi dele e, a seguir, a mensagem que enviei ao fundamentalista. Enviem também - esta gente só sossega se sentir democraticamente vigiada!
colegas
a exposição SANTO ANTONIO O DIVINO AMANTE DO MENINO JESUS
noticiada pela Folha, http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u122692.shtml
provoca a ira dos fundamentalistas.
favor protestar junto ao homofobo zaemonk@gmail.com
Ja fui ameaçado de morte várias vezes, notadamente quando discuti a sexualidade
de Zumbi e Santos Dumont.
espero viver até 100 anos para ver nossos direitos conquistados na plenitude.
Luiz Mott

From: Zaemon Kisaragi
To: presidencia@abglt.org.br ; luizmott@ufba.br
Sent: Thursday, June 22, 2006 9:43 PM
Subject: Santo Antonio e o menino Jesus
Luiz Mott,Como você tem coragem de afirmar que o santo português tem uma relação homossexual com o menino Jesus? E como poderia ter se Cristo viveu há dois mil anos enquanto o santo português viveu mais de dez séculos depois do Senhor? Tenha vergonha, seu verme! Seu lixo! Seu crápula!! Vá abrir esse seu rabo para quem quiser, até para os jumentos, mas não ouse falar dessas pessoas santas como se fossem da seu laia.Você merecia ser jogado num país onde há uma ditadura islâmica, aí sim você ia ver como é o negócio, seu desgraçado. No fundo você sabe que não vale nada, que não passa de um invertido que nega a própria natureza. Enfim, um sodomita tão imundo quanto todos os outros e que, por isso mesmo, não tem nem jamais terá autoridade para falar de assuntos que lhe escapam totalmente. Viu o que Deus fez com os gayzinhos que viviam em Sodoma? Mandou fogo e enxofre e os aniquilou, por que terá sido? Porque Ele odeia essa prática imunda de vocês. E Deus não muda de idéia. Acabe com essa conversinha safada. Você é lixo, é escória. Preste atenção. Tem muitos católicos de olho em você.
Minha mensagem:
Caro Zaemon:
Tive conhecimento da forma pouco democrática como você está tratando Luiz Mott.
Preste você atenção no que faz, tem muita gente de bem de olho em você também!
Anabela Rocha
Lisboa
Portugal

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sinceramente, não sei o que EU, pessoal e individualmente, posso fazer para ajudar quem é tão repugnantemente ameaçado. Mas sei, isso sim, que posso raciocinar e discernir sobre discursos fanático-fundamentalistas da lavra de imbecis. Em Portugal, ainda há gerações bem vivas que fizeram esse tirocínio. Quem ensina, sabe: como tornar transparente a mentes burguêsmente formadas e deformadas mensagens que exigem do receptor que se supere, se questione nas suas certezas, para que capte o que nelas haja de simbólico, de alegórico, de alusivo? Ora, cara Anabela, o texto ameaçador que li foi certamente escrito por um semi-analfabeto. Ou, pelo menos, por quem domina muito mal a escrita, independentemente da norma, brasileira ou portuguesa. Analisar o discurso alheio, se puder ser feito com competência, acaba por se revelar uma vantagem (abomino a expressão «mais-valia» por ser Marx posto de pernas para o ar...). O idiota vai buscar lugares-comuns insultuosos, sem que nem uma única vez aduza quaisquer argumentos. Um hooligan religioso? Façamo-lo sentir-se reduzido à sua manifesta insignificância! (Se puder ajudar de mais alguma forma, estou à disposição.)

05:36

 
Blogger Anabela Rocha said...

Ricardo: as políticas e estratégias de reconhecimento têm de ser outras em países onde efectivamente se mata, e muito...

14:15

 
Anonymous Anónimo said...

Concordo. Mas então, se é de assassínio que se trata, não creio que «admoestações» por correio electrónico possam fazer grande diferença, mesmo se a vítima for alguém com visibilidade. Lembrei-me de Chico Mendes, que quando foi assassinado andava «nas bocas do mundo», por assim dizer, o que não intimidou, nem de perto nem de longe, quer mandantes quer assassinos.

02:50

 
Blogger Anabela Rocha said...

Ricardo: a questão é que estes grupos vivem abandonados ao seu sentimento de impunidade, e a situação brasileira é tão delicada que existe até indiferença perante este tipo de ameaças, visto serem comuns.
Vinculá-los ao tecido social é a única resposta.

19:43

 
Anonymous Anónimo said...

Compreendo o enquadramento e a estratégia. Mas não deixo por isso de me sentir idiotamente impotente. Sobretudo porque por aqui se imagina que no Brasil (e só terão em mente Rio e Sampa) é tudo um paraíso de amor e flores, com «plenas liberdades»...

03:51

 
Blogger Siona said...

Bem, cá está um destinatário perfeito para o MyDoom...

02:14

 

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