Gisberta
Não há muito mais a dizer sobre esta vergonha nacional. Do ponto de vista processual vamos a ver se as pressões internacionais obrigam a outro desfecho.
Do ponto de vista político Butler tem vindo a salientar que todas as políticas do reconhecimento têm de ser repensadas quando há violência, principalmente violência mortal. Mas não só essa violência tem de ser por nós, portugueses, assumida, como também essas mortes, e mais, esses mortos - Gisberta viva e morta foi, é e será Portugal; e é na forma como soubermos lidar com isto que nos vamos medindo.
2 Comments:
permite o desabafo... Quando te referes à forma como nos vamos medindo, não podia estar mais de acordo...
A nossa sociedade do ponto de vista social, moral e cultural está regredir de uma forma brutal e assustadora... É tão triste... Dá vontade de ir embora.
Utilizo o termo "moral" não como religioso mas antes para assinalar a falta de respeito que existem, por exemplo, com alguns sectores profissionais essenciais ao desenvolvimento da nossa sociedade como a dos professores... entre outras coisas...
11:27
Estive a pensar muito sobre o julgamento dela, especialmente sobre a não-acusação de homicídio.
A conclusão a que cheguei é que a Gisberta ainda está viva. Porquê? De causas naturais ela não morreu. Dos ferimentos causados pelas agressões também não. E também não foi morta, porque não houve homicídio. Logo, ela não teve maneira como morrer. Como diria Sherlock Holmes, quando eliminamos tudo o que é impossível, o que restar, não importa quão improvável, tem de ser a verdade. Logo, ela está viva.
É claro que isto é ilógico. Mas é uma demonstração "Reductio Ad Absurdum" que a proposta da "inexistência" de homicídio é aburda. Então o que concluo é que a forma com que soubemos lidar com isto foi uma forma absurda. Quer com ela quando viva ou quando morta.
Que encontre na morte a paz que lhe foi negada na vida.
05:15
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