A vagina como pénis interior
A História da Vagina faz a ponte entre o conceito aristotélico de distinção entre homens e mulheres (os primeiros teriam mais calor do que as segundas), o que, segundo Galeno, lhes proporcionaria o desenvolvimento perfeito dos genitais, que teriam tido calor suficiente para se projectarem para o exterior (fazendo das mulheres uma imperfeição da natureza), e a transição F-M. Ainda no Renascimento se acreditava que mulheres que se tinham tornado homens (provavelmente casos mal avaliados de inter e transexualidade) o tinham conseguido à custa de se dedicarem a actividades muito violentas e rápidas, que provocavam calor o suficiente para que os seus genitais fossem expelidos (estão a ver aqui a fundamentação biologicista para a ocupação do espaço quietinha das meninas?). A autora salienta também como os anatomistas do Renascimento, mesmo já dissecando cadáveres femininos, mantinham estes conceitos. É uma das formas de invisibilização da especificidade genital do feminino que ela refere. Outras há, mais graves, permanentes/recorrentes e curiosas.
Por outro lado, do ponto de vista do desenvolvimento embrionário, não deixa de ser interessante verificar que, de facto, pénis e vagina derivam da mesma estrutura, só que a vagina se abre e desenrola, e o pénis não (afinal, quem tem "calor" suficiente para se estender é a vagina, não o pénis:). Daí, desse tronco comum, ser díficil avaliar se é menino ou menina muito cedo.
2 Comments:
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12:29
Hum... então será que podemos ter o mesmo resultado que com a GRS (Genital Reassignment Surgery) entrando num refrigerador de talho ou numa sauna? Enfim, mais ideias giras do patriarcado, que quando quer justificar as suas posições geralmente se esquece dos neurónios no bolso das calças que ficaram para lavar...
05:20
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