Blog duma gaja... bem... esquisita, estranha, tarada:) Enfim... queer!

12.14.2005

Bisexualidades, heterosexualidades, homossexualidades

“Note that it may be that the one desire is not in the service of another, such that we might be able to say which one is the real and authentic one, and which is simply a camouflage or deflection. Indeed, it may be that this particular character [mulher bisexual trocada entre homens, um para o qual é bottom, outro em que é top, por ex. anal] can’t find a “real” desire that supersedes the sequence that she undergoes, and what is real is the sequence itself. (…) But it seems fair to assume that a certain crossing of homosexual and heterosexual passions takes place such that these are not two distinct strands of a braid, but simultaneous vehicles for one another.”
Butler
Em Coimbra tive uma conversinha curiosa com o Paulo Vieira e a Sara Caccao, onde ironizei um pouco sobre o Bisexual Perfeito, que seria eventualmente quem se relaciona com as mesmas expectativas sexuais e afectivas com homens e com mulheres.
Ora, eu penso, com a Butler, que as coisas são sempre mais complicadas do que isto e que é díficil distinguir, é mesmo indescernível, no desejo que temos por alguém, que parte é desejo desse outro e que parte é desejo dos outros (homens e mulheres, trans, heteros, homos e bis, etc, etc:) cujo desejo fantasiamos tê-lo atravessado.
Por outro lado, também concordo com a Butler quando ela afirma que a heterosexualidade não é propriedade dos heterosexuais, apesar de o meu corpo só conseguir/desejar praticar heterosexualidades com mulheres, ou com que eu fantasio como mulher. Lol:)
Isto para concluir que uma relação de desejo nunca é o que parece - o que é aliás grande parte do seu sal, não é?:)

5 Comments:

Blogger anarresti said...

Também a homossexualidade e a bissexualidade não serão propriedade dos homossexuais e dos bissexuais. As nossas identidades não são estanques. Nem imutáveis. Admitir isto seria um passo importante para vencer preconceitos e barreiras. Felizmente o desejo é irreverente e subversivo. E encarrega-se por nós de estar um passo à frente. E vai quebrando barreiras onde a nossa tendência para o conservadorismo, o medo e o moralismo nos torna juízes do outro.

00:33

 
Blogger Anabela Rocha said...

Na muge meu caro, na muge:)

18:36

 
Blogger Anabela Rocha said...

Helena: eu diria mais um século da multiplicidade (outros diriam multitude) dos géneros, e não duma só androgenia, ou duma só verdadeira natureza.
Quanto aquilo de que depende a vivência da sexualidade, terei também de discordar; ela depende de tantos condicionamentos sociais e institucionais como muitas outras coisas - o que não quer dizer que não haja espaço para expressões de individualidade e que estas não consigam criticar esas mesmas condicionantes.

09:52

 
Blogger C_mim said...

Experimenta ler a
"Anatomia do Desejo" de Simon Andreae,
"O caminho menos percorrido de Scott Peck e o velhinho clássico
"Relatório Hite" - 1ª versão.

Se preferires coisas em português, são mais chatas, sugiro "Paixão, amor e sexo".

Existe mais literatura, mas mais convencional e a bater sempre nas mesmas fantochadas.

Olé, olá....

11:38

 
Blogger Anabela Rocha said...

Obrigada pelas dicas C_mim. Quem sabe um dia me emprestas.
Já me tinha constado:) que me tinhas feito uma visita.
Até à próxima!

19:37

 

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