Consensualizar... às vezes
Há cerca de um mês escrevi um post sobre a primeira capa da revista gay Zero espanhola atribuída a um dirigente de direita, e em plena campanha autárquica. As repercurssões desta escolha fizeram-se sentir no número seguinte, o de Junho: afastaram-se colaboradores, cancelaram subscrições leitores, choveram críticas e alguns aplausos. Foi decerto a maior convulsão interna alguma vez sofrida pela Zero. As razões da revolta resumiam-se ao seguinte: seria inadmissível dar a capa a um partido, o PP, até hoje o principal inimigo partidário dos lgbt espanhóis, ainda por cima em campanha, e ainda por cima sem o confrontar directamente com o seu discurso discriminatório. As justificações resumiam-se ao seguinte: sem mascarar as limitações do discurso do PP, mostrar que existem questões a respeito das quais é possível haver uma plataforma larga de entendimento, fazendo para isso uso dum político de direita mais gayfriendly que o habitual. A revista lamenta, no entanto, não ter colocado ao lado da entrevista o historial discriminatório do PP.
Quanto a mim, sou fortemente a favor de que existam fóruns, associativos, mediáticos, onde se possa realizar pontualmente a segunda abordagem; para a primeira estamos cá todos os dias.
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