Pessoal lá da terrinha:)
Noutro dia constatei admirada que há gente a espreitar aqui da Feira, de Moselos, de Esmoriz... Gente da minha terrinha, em suma - eh, pá, digam qualquer coisinha:)
Por outro lado, no Y do Público vinha uma entrevista a um tipo indie de Argoncilhe! As terreolas de Aveiro estão a ficar no mapa, carago!:)
19 Comments:
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08:51
Ò Grace, Fiães? Isso ainda existe:)))?
Então e quanto demoram agora os autocarros (ah, malditos!)a chegar ao Porto?
Engraçado que tenho encontrado muitas pessoas de Fiães pela vida, mais do que quando aí morava bem perto:)
Ah, e não penses que és a primeira lésbica em Fiães - um dia conto-te a história da tua ascendência:)))
11:35
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12:58
Lol! Eu fugi para o Algarve, mas não se pode dizer que há 15 anos fosse muito mais avançado do que isso...
Olha, minha cara, não é para fazer de Velha do Restelo, mas não imaginas o que era morar no Picôto sem net há 20 anos, não imaginas, não...
Vá lá, vá lá, haviam algumas pessoas civilizadas e amigas, nomeadamente em Espinho (foste à festa gls em finais de Janeiro?), em Fiães, e depois no Porto.
Mas era duro, era duro. Como eu costumava dizer, valeu-me a literatura, infelizmente quase só gay, mas já era alguma coisa.
Ah, tempos sacanas! Ah, país de misérias onde se tem que migrar para se ter o mínimo de segurança e comunidade:(...
17:44
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18:10
Lol, lol Grace! Isto até já parece um Brokeback Mountain:)))
Agora a sério: ninguém como eu percebe a vontade de fugir de Fiães. Mas também te digo: cuidado com as grandes distâncias. Até eu, que sou uma rapariga razoavelmente independente da família (e não é por ser família que digo isto, é por serem eles), tenho pena de estar tão longe e de ser tão moroso e dispendioso (para o que eu ganho) vê-los mais.
Este Domingo dei um passeio com a minha sobrinha na praia - tenho pena de não puder dar um pelo menos todos os Domingos...
Digo isto pelas pessoas, não pelos sítios - os sítios continuam tão agrestes para mim quanto o foram...
18:50
E queria ainda dizer-te o seguinte, e no fundo a todos os lgbtis portugueses que pensam migrar da sua família/terra para outras paragens: uma coisa é sair temporariamente, para estudar, para trabalhar e ganhar um pouco mais, etc; outra coisa é sair para não voltar, instalar-se noutro sítio... Emigrar é duro, qualquer pessoa te dirá isso, e as migrações lgbtis não têm diferença.
E dou-te ainda mais um conselho bem prático: se não tens irmãos, se os teus pais não estão sozinhos e estão bem de saúde, talvez consigas sentir-te bem durante muitos anos estando muito tempo longe. Mas se tens irmãos, e um dia talvez sobrinhos, e se algum dos teus pais é sozinho, podes crer que te vais sentir, mais tarde ou mais cedo, dividida...
E olha que eu sou realmente o protótipo da pessoa independente; mas custa-me a minha sobrinha, custa-me a minha mãe, custa-me o meu irmão e cunhada, custam-me alguns primos (para os quais simplesmente deixei de ter tempo há anos) e custam-me os amigos, claro!
Por outro lado, há uma outra questão: todos eles poderiam visitar-me mais - e não o fazem, por comodismos vários mas principalmente pela ideia retrógrada e de quem está em posição de suposto mais poder, de que quem saiu é quem deve visitar, e não o contrário. É pena...
Por razões de sobrevivência política e psicosocial, as famílias têm de ser outras - e, não tão dificilmente assim, são.
19:15
Tou a ver que devia fazer um post sobre isto:) Mas vai ficar aqui, no pudor dos comentários:)))
É ainda o seguinte: Lisboa (alguns bairros) é o único sítio para onde se pode migrar em Portugal. E não o digo por vaidade, ou por cá estar. Digo-o porque já estive em muitas terras e, por mais grupinhos juvenis (que ainda bem que vão existindo) e bares que vão abrindo, em nenhuma terra portuguesa são em número suficiente para mexer com algo fundamental: a liberdade na rua. Lamentavelmente, parece-me que é assim.
19:21
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19:22
Lá está... desculpa a piadinha lisboeta Brokeback...
19:23
Grace: vai! Vai sempre! Não há nada de que ter medo, garanto-te:) O mundo é um espectáculo (algumas terras só de visita:)! Mas pondera bem tudo quando sentires que estás a ficar...
19:28
Eu, com a tua idade, e eventualmente na tua situação (penso que terás terminado a licenciatura ou por aí), não tinha apego nenhum; a raiva era tanta que só queria sair!
Para tudo há o seu tempo e sentimento...
19:30
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19:31
O meu comentário anterior foi posterior ao teu; mas, por mistérios do computador sai antes:)
Esta conversa é complicada e só na aparência é privada. Isto é um problema de uma grande parte da população portuguesa; os nossos sentimentos não são nossos, são eventualmente colectivos, logo, políticos.
Desculpa se estou a mexer com coisas que vês como mais privadas - é que, nas nossas histórias de vida, poucas coisas o serão.
19:34
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19:36
LOl. Quando quiseres(quiserem), manda-me um mail. Ele está na lateral do blog. Eu respondo sempre.
19:37
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19:42
Também uso o msn - mas é raro.
E há ainda outro detalhe, também bem concreto, e que se cruza com outras vidas colectivas, as dos professores deslocados: é que quando eu tinha vinte anos fazia bem 300 kilómetro, 600, ou mesmo mais - sim, que eu cheguei a morar no Algarve e ter namoro em Bragança (e isto já diz tudo sobre o que eu penso de namoros à distância:)
Hoje custa-me fazer os 300 kilómetros, mesmo quando, por razões financeiras e de bagagem, posso ir de comboio.
Enfim, é todo um mundo de considerações:)
19:50
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20:07
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