Blog duma gaja... bem... esquisita, estranha, tarada:) Enfim... queer!

8.31.2006

Por casa

El favor - comédia hilariante argentina sobre um casal de lésbicas que tenta convencer o irmão de uma delas a ser pai do filho que desejam. Cenografia de forte inspiração almodovariana:)

Bissexualidades

No Dicionário da Crítica Feminista (org. Ana Gabriela Macedo e Ana Luísa Amaral, Afrontamento, 2005) há uma interessante entrada em bissexualidade (como oposta à monossexualidade), da autoria de Fernando Cascais.
Depois de fazer uma breve história da visibilidade da bissexualidade Cascais termina referindo que os defensores da especificidade da bissexualidade acusam os teóricos queer de se apoiarem nela como pressuposto implícito mas não a nomearem sequer. Esta invisibilização teórica, num trabalho que Cascais denomina de epistemologia bissexual, é reforçada pela existência social da bissexualidade como parcial e transitiva (penso que se refere com isto ao facto dos bissexuais não serem muitas vezes simultaneamente homo e hetero mas sim sequencialmente) o que faz com que essas experiências sejam facilmente resgatadas pelos discursos identitários dominantes, no caso os heteros e os homossexuais, perdendo especificidade. Contra isto os bissexuais reclamam a especificidade das experiências e saberes bissexuais, nomeadamente na forma como lidam com o cruzamento do género com as experiências sexuais. Veja-se, por exemplo, e ainda.
No entanto, digo eu, a razão pela qual a teoria queer não nomeia a bissexualidade tem a ver com uma noção radical da sequencialidade do desejo, indiferente à clássica dualidade de género (homem/mulher) e às identidades sexuais clássicas, como seja a heterosexualidade, homossexualidade e bissexualidade. Afirmar a excelência da bissexualidade seria ficar presa a ambas tradições.

Mais protecção

Foi publicada a 28 de Agosto legislação que proibe a discriminação com base na deficiência e em risco agravado de saúde (Dec. Lei nº 46/2006). É uma legislação que pode ajudar, por exemplo seropositivos, a conseguirem crédito bancário, a não serem discriminados no trabalho, etc.

8.24.2006

União de facto tem ADSE

Atenção a todos os unidos de facto: saiu em Julho Portaria que permite a companheir@ de cidadão com ADSE usufruir deste subsistema de protecção na saúde.
Já sabemos que a ADSE não é a melhor coisa do mundo, que há quem pague menos e tenha mais apoios, mas é sempre alguma coisa - que o diga quem não tem nada...
Atenção que há um prazo limite para solicitar este direito!

8.16.2006

Revista Zero

Não sei se já o disse mas re-afirmo: a Zero espanhola é a melhor revista mainstream lgbt do mundo! E re-inventa-se em todos os números, re-inventando igualmente a nossa agenda. Um alargamento que a Diva tenta timidamente copiar - mas já vai fazendo um esforço, o que é bom.

Privilégios epistemológicos

Já aqui referi qual é a tese principal do livro A História da Vagina. Mas há outra reflexão igualmente importante, e até mais fundamental para nós lésbicas. Trata-se da forma como, ao longo dos séculos, o conhecimento sobre a constituição do clítoris foi retomado e sucessivamente invisibilizado pela medicina.
De que constituição falamos? Duma que ainda hoje é desconhecida de muitos e que deveria ser ensinada nas aulas de educação sexual. Assim, se imaginarmos uma mulher em pé, o clítoris é um ógão em forma de Y na horizontal, em que a ponta de baixo do Y é a zona perceptível ao tacto no exterior e os bracinhos são zonas mais carnudas que envolvem a parte superior da vagina, grosso modo (o que explica a famosa localização do ponto G).
E porquê esta invisibilização, esta recusa em formar e transmitir conhecimento? Em primeiro lugar porque seria reconhecer e explorar o campo do prazer feminino. Mas em segundo lugar, e este aspecto não é referido no livro, trata-se de um conhecimento que acaba de vez com a famosa dicotomia orgasmo clitoridiano/orgasmo vaginal, e consequentes hierarquizações de mulheres de primeira e de segunda (sendo que as de primeira seriam aquelas que atingiriam orgasmos exclusivamente vaginais, habitualmente por penetração peniana - o que dava muito jeito ao ego masculino...); muitas vezes as lésbicas foram identificadas com mulheres de segunda neste sentido (num reducionismo das nossas práticas sexuais mas não é isso que está em causa; o que está em causa é que era um argumento de secundarização da nossa sexualidade e feminilidade). Ora, esta constituição clitoridiana mostra bem que esta separação é falsa e que esta discernibilidade não existe no nosso corpo.
E a divulgação deste conhecimento é talvez a coisa mais útil deste livro, para todos.

8.15.2006

Qual Chico!

Parece que está na moda de novo Chico Buarque. Muitas coisas lindas de facto. Mas tenho de assumir que sou mais de faca na liga:))) Para mim tem de ser Alcione, mesmo!:)

Homofobias nossas

Ultimamente tenho conhecido mais casos de homofobia interiorizada (emocional, sexual, social e cultural) do que nunca. Basta sair dos meios dos activismos e de suas influências para nos apercebermos, por via directa ou por relato de terceiros, que a homofobia interiorizada está bem e recomenda-se, infelizmente.
Daí que tenha sido com duplo agrado que reencontrei uma ex-aluna, hoje com 25 anos, com quem estabeleci uma relação de amizade e ajuda quando tinha 16 anos, no sentido de facilitar a aceitação da sua homossexualidade, quando ela dela não tinha consciência. Quando perdemos o contacto, poucos meses após termos começado a conversar, ela ainda era da opinião que não seria lésbica. Hoje soube que pouco depois manteve uma relação lésbica de alguns anos (onde houve dificuldades mútuas de assumir a sexualidade) e hoje está finalmente feliz e assumida numa outra, também já há alguns anos.
Apenas duas vezes na minha vida profissional fiz isto: interpelar directamente alunas que pressinto serem lésbicas e que irão ter muitas dificuldades em assumi-lo; tantas que resolvo arriscar más interpretações ao fazê-lo. Das duas vezes recebi incompreensões, reticências, amizade e agradecimentos após muitos anos. Agradecimentos que não são nada quando comparados com vê-las felizes, sem homofobia interior.
Infelizmente muitas lésbicas não terão a sorte de terem exemplos, quantos mais melhor, de felicidade e orgulho em idades tenras e vivem amores/sociabilidades/interesses incompletos. E pior, aprendem a não saber viver e amar de outra maneira.

8.09.2006

Praia de Carcavelos

A praia de Carcavelos é a minha praia urbana preferida porque é a campeã da diversidade.
Após as enchentes de crianças de Julho, em Agosto vêem-se mais jovens e crianças do que em qualquer outro lado; mas também negros, brasileiros, imigrantes de Leste, gays e lésbicas, muçulmanos e tudo e tudo - pouca betice, é um facto, mas também a há.
Noutro dia uns brasileiros começaram a cantar e tocar e, espontaneamente, pessoas deitadas ao sol num raio de trinta metros quadrados cantavam com eles:) Digam lá se não é surpreendente para portugueses?
Também noutro dia um casal lésbico namorava, abraçava-se e beijava-se, à beira-mar, na maior tranquilidade.
À excepção dos maus hábitos brasileiros, do ponto de vista da saúde, da cerveja e das batatas fritas, estou convencida que naquela praia as sociabilidades de praia em Portugal estão a mudar para melhor.
Carcavelos é a imagem da nova suburbanidade lisboeta.
Perante tudo isto não é de surpreender que tenha sido a fobia a toda esta diversidade que fez deste local a semente dum falso arrastão...

8.06.2006

A actividade reprodutiva feminina

A tese mais importante do livro "A história da vagina" centra-se num rever do papel reprodutivo da mulher e inicia com a seguinte consideração: a fêmea com fertilização interna, graças aos seus genitais, não precisa de produzir tantos óvulos, sendo que uma vagina garante uma separação entre o local de depoisção dos espermatozóides e o da fertilização, dando às mulheres uma selectividade sobre quais os espermatozóides que fecundarão os seus óvulos. Esta selectividade serve-se de múltipos processos e factores, sendo portanto profundamente activa (ao contrário da imagem tradicional de passividade da fêmea e actividade do espermatozóide).
Um dos factores é a constituição física, muscular e química da vagina, através da qual a fêmea elimina e e jecta muitos espermatozóides indesejáveis. Outro factor é a fraca motilidade dos espermatozóides que precisa de ser activamente incentivada por fluídos e musculatura femininos para ganhar velocidade eficaz para a viagem. Outro factor é que tem de ser o óvulo a iniciar a fusão com o espermatozóide (este não penetra o óvulo mas é por ele engolido). E finalmente, supõe-se ainda que é a fêmea que escolhe que conjunto dos seus cromossomas ovulares vai fundir-se com os cromossomas do espermatozóide.
Deste controlo feminino resulta a explicação da razão pela qual a frequência da cópula não é proporcional ao número de gravidezes, podendo mesmo ser inversamente proporcional. É dado o exemplo duns chimpazés em que a probabilidade de emprenhar é maior quando a fêmea copula só com um macho por ela escolhido (com o qual copula 5/6 vezes por dia), do que quando copula com o grupo (caso em que copula cerca de 30 vezes por dia). Nesta espécie dois por cento das cópulas praticadas pelas fêmeas (as tais com macho escolhido) levam a 50% das gravidezes!
É caso para dizer, "e esta, hein?" Lol

Gisbertas

Apesar de preferir que fosse dada voz aos próprios, não deixei de sentir alguma obrigação em fazer ouvir algumas ideias e indignação, no rescaldo do julgamento da Gisberta. Propus assim a alguns jornais o artigo de opinião que transcrevo em baixo - não sei se e quando será publicado.
Aos transexuais e pessoas eventualmente mais informadas do que eu lembro que se trataria do primeiro ou dos primeiros textos de opinião sobre o assunto na imprensa, numa perspectiva pedagógica e de síntese, a ser publicado em Portugal, razão pela qual alguns argumentos estão simplificados e não correspondem inteiramente a tudo o que penso sobre o assunto.
"Ser transexual em Portugal

Esta semana foi lida a sentença do caso Gisberta, transexual brasileira, toxicodependente, prostituta, seropositiva, sem-abrigo e doente de hepatite, barbaramente assassinada por um grupo de jovens no Porto. Esta sentença brandíssima, ao contribuir activamente para a impunidade da violência diária contra os transexuais, dificulta seriamente as condições de sobrevivência, para já não falar de cidadania, dos cidadãos transexuais em Portugal.
Os cidadãos transexuais são reconhecidos pelo nosso sistema de saúde como possuidores duma condição merecedora de apoio estatal na transição de género, de homens para mulheres e vice-versa, apesar do processo não ser tão célere quanto devia, e estar entregue à decisão duma equipa médica demasiado restrita. Este entendimento baseia-se no diagnóstico efectuado pela Organização Mundial de Saúde há muitos anos e é corrente nos países desenvolvidos.
O nosso sistema judicial permite a alteração do nome, se bem que apenas aos cidadãos que sofreram cirurgias para uma total conformidade visual com o que se entende ser as condições de masculinidade e feminilidade dos cidadãos nascidos homens e mulheres – por exemplo, em Espanha, o sistema possibilita já a mudança de nome a cidadãos não totalmente operados mas que se identifiquem e vivam como pertencendo a um género diferente daquele com que nasceram, uma vez que o sofrimento destes cidadãos nasce do facto de não serem socialmente reconhecidos como tal (mesmo quando não optam, por razões pessoais, médicas, económicas, sexuais e identitárias, por cirurgias de transformação genital).
O nascimento de cidadãos com características não totalmente masculinas ou femininas não é tão raro quanto se pensa, e está estimado em cerca de 2% das populações. Essas características incluem não apenas o aspecto visual dos genitais (que muitas vezes levam os médicos e as famílias a tomar decisões precipitadas quanto ao género futuro do bébé) mas também características de morfologia interna do sistema reprodutor, características genéticas e hormonais. Muitos cidadãos não serão conhecedores do facto de possuírem estas características de intersexualidade. Muitos dos transexuais são cidadãos intersexo que a determinada altura reuniram condições para iniciar a transição de género, e outros fazem-no por razões mais de carácter psico-social.
Neste sentido, é fácil de ver que existem muitos mais transexuais do que aqueles que habitualmente reconhecemos como tal, nomeadamente existem em Portugal médicos, professores (veja-se o excelente blog de L. em http://fishspeaker.blogspot.com/), empregados de comércio, e talvez até juízes. Estes cidadãos optam a maior parte das vezes por esconder a sua transexualidade, por razões que se tornam muito compreensíveis à luz desta sentença, sendo obrigados a viver uma vida em que parte da sua história pessoal e social, anterior à mudança, tem de ser escondida de todos.
O exercício de violência física, corporal, sobre transexuais, intersexuais, mulheres, deficientes, idosos, crianças e minorias étnicas é traço comum duma fobia corporal de que sofrem as sociedades contemporâneas e que está bem documentada – por exemplo no Brasil, donde era oriunda Gisberta, são assassinados violentamente centenas de transexuais por ano, configurando um quadro social e jurídico que deveria ser merecedor de asilo político.
Por todas estas razões, não se compreende que esquizofrenicamente o tribunal tenha sido incapaz de identificar as razões transfóbicas do crime (apesar de Gisberta ser também uma potencial vítima por muitas outras razões) e não tenha nunca identificado a transexualidade de Gisberta. Razões para crer que teria sido útil obter o parecer de especialistas em transexualidade, assim como possibilitar a participação de associações de defesa dos transexuais.
Perante tal branqueamento do ódio e da violência resta considerar surpreendente que o tribunal tenha dado como provada a morte de Gisberta, uma vez que parece não ter nunca reconhecido a sua vida. O silêncio político à volta deste crime parece indicar apenas que muitas mais serão as vidas, de concidadãos nossos, falsamente existentes e não merecedoras de qualquer indignação se barbaramente assassinadas."

Delirantes terminologias

"No passado, designadores do clítoris incluíam, por exemplo, amoris dulcedo, "a doçura do amor", sedes libidinis, "sede do amor", oestrus Veneris, "mosca varejeira de Vénus", Wollustorgan, "o orgão do êxtase", e gaude mihi, "grande alegria". Houve também fúria e raiva do amor, orelha entre as pernas, baga de murta, este porque o murta era consagrado a Afrodite e Vénus, as deusas do amor na mitologia grega e romana, respectivamente. Nos tempos modernos, é a terminologia francesa relativa ao clítoris que transmite a doçura e o prazer dessa parte com diminuitivos como bonbon, praline, framboise (framboesa), grain de café e berlingot (pastilha de menta). O meu doce francês clitoriano favorito é a praline en délire, que se traduz como "amêndoa açucarada em delírio" e indica um clítoris profundamente excitado, pronto a explodir num orgasmo."
A história da vagina
(também interessantes as terminologias para vagina, pêlos púbicos, cona e útero - teria de transcrever algumas páginas inteirinhas:)

8.04.2006

She's back!

A Diva de Setembro (!) é sobre o L Word e traz desde já uma boa novidade: A.M. Homes, minha grande favorita dos tempos do fantástico O Fim de Alice, escritora da segunda série do L Word e produtora da terceira (deve ter ganho uns tustos e resolveu dar uma de capitalista e deixar o trabalho de guionismo para os outros:) lançou novo livro: This book will safe you live. A procurar urgentemente!

8.03.2006

Á borlieu em Agosto

Ontem os Loopless, com um swing bem cool, no simpático deck do Vasco da Gama.
Hoje Sara Tavares nos jardins do Casino Estoril.
E ainda, desde ontem até 13, violino e piano no Palácio Foz.
Quem é miga, quem é?:) [sei que não é para todos os gostos - mas os gostos também se educam:)]

Epitáfio à Gisberta

“But perhaps there is some other way to live in such a way that one is neither fearing death, becoming socially death from fear of being killed, or becoming violent, and killing others, or subjecting them to live a life of social death predicated upon the fear of literal death. Perhaps this other way to live requires a world in which collective means are found to protect bodily vulnerability without precisely eradicating it. Surely, some norms will be useful for the building of such a world, but they will be norms that no one will own, norms that will have to work not through normalization or racial and ethnic assimilation, but through becoming collective sites of continuous political labor.”, p. 231
Undoing Gender, Butler

Nem mais!

“speaking is a bodily act”, p. 172
“[speaking] constitutes a certain presentation of the body”, p. 172
“I am saying what I mean: but there is a body here, and there can be no saying without that body – a potentially humiliating and productive fact of life. Of course, there are ways of using speech that occlude the body as its condition (…). But that is, as it were, still a way of doing the body, a way of doing the body as disembodied.[da qual o discurso blogueiro é um bom exemplo:)]”, p. 172
Undoing Gender, Butler

As feridas no corpo

Há tempos a L. comentava aqui sobre a ferida que constituía para uma pessoa trans o seu corpo anterior à transição, e como era díficil reconciliarem-se com a sua história individual quando ela incluía essa ferida. Esse comentário sensibilizou-me muito porque sou muito mais crente de que as feridas, as mais profundas, realmente se inscrevem no corpo e não na alma - com a vantagem de que, mesmo à revelia de almas teimosamente feridas, são mais facilmente curáveis, também no e pelo corpo:)
Daí que compreenda quando a Butler refere como tarefa política fundamental tornar a vida suportável aos corpos, a todos os corpos. Parece simples e básico, mas é também muito díficil.

Carinhos e lágrimas sobre o corpo da Gisberta

“Bodies still must be apprehended as given over. Part of understanding the oppression of lives is precisely to understand that there is no way to argue away this condition of a primary vulnerability, of being given over to the touch of the other, even if, or precisely when, there is no other there, and no support for our lives. To counter oppression requires that one understand that lives are supported and maintained differentially, that there are radically different ways in which human physical vulnerability is distributed across the globe. Certain lives will be highly protected, and the abrogation of their claims to sanctity will be sufficient to mobilize the forces of war. And other lives will not find such fast and furious support and will not even qualify as “grievable”.”(p. 24) [sobre o comum entre os diversos movimentos trans, intersexo, queer e o feminismo: “(…) phobic violence against bodies is part of what joins antihomophobic, antiracist, feminist, trans, and intersex activism.”, p. 9]
Undoing Gender, Butler

8.02.2006

Antes que saia de cartaz

Duas delícias: Eu, Tu e todos os que conhecemos (sobre as múltiplas formas de cumplicidade no amor) e As Filhas do Botânico (lésbico, bonito pelo que dizem).

8.01.2006

Campanha lgbt

Fantástica campanha brasileira pela diversidade aqui.

Mr. Ravenhill

Na Casa d'Os Dias d'Água Carlos Afonso Pereira volta a encenar este interessante dramaturgo gay num trabalho peculiar que merece a leitura prévia desta crítica no DN. A acompanhar.