Blog duma gaja... bem... esquisita, estranha, tarada:) Enfim... queer!

10.28.2005

Já vai nos 60%

Já há rumores de que a oferta da UE para redução de apoios aos seus agricultores já vai nos 60%...
A pressão está a ser feita no sentido em que não existirão acordos em Dezembro na OMC quanto a serviços e produtos industriais, se não houver acordo na agricultura...

Google Video

A banda aumenta e o vídeo vence definitivamente, nomeadamente o vídeo doméstico, videocastizável pois.
Eis o motor Beta da Google só para vídeos, assim como um link para o vídeo mais quente do momento.

10.27.2005

As janelas a apertar

Notícias do lançamento da PS3 (ao lado) na Primavera e da Nintendo Revolution em Junho comprovam a velocidade de lançamento das tecnologias ligadas aos jogos: vertiginosa.

Cherchez la femme

Ontem disfrutei do puro deleite de estar no mesmo espaço que a Fanny Ardant na Cinemateca:) E digo-vos, qual Catherine nem meia Catherine... La femme deve ser mesmo esta senhora:)

10.25.2005

@s filh@s d@s Outr@s

A reprodução humana é um lugar importante de reprodução cultural, ou seja, de reprodução/negociação da identidade de uma dada cultura. Apesar de não ser o único lugar desta reprodução, em tempos de grande miscigenação cultural e étnica, assim como em tempos de evolução nas técnicas reprodutivas, a reprodução é um lugar onde se concentram muitas ansiedades das pessoas quanto ao que a cultura do seu país, ou o seu próprio país, serão no futuro. De uma forma mais concreta e correcta, muitas pessoas, com medo das mudanças que isso pode trazer para a identidade da sua cultura, do seu país, dos seus grupos sociais e de si próprios (principalmente) tentam, através de limitações à reprodução, criar obstáculos ao disseminar de novas relações e práticas sociais, sexuais e não sexuais, tentando com isso retardar algo inevitável: que, dentro dos seus próprios grupos sociais, exista uma maior diversidade cultural e relacional do que existe hoje, diversidade essa em que não só novas famílias surgirão, como surgirão igualmente novas formas de parentesco, ou de relações de dependência, não familiares (o que não quer dizer sem crianças).

A tentativa, que se sabe de antemão sairá furada, de tentar limitar a reprodução apenas às famílias e apenas aos heterossexuais, é apenas um exemplo desses medos.

Em nome de sociedades cada vez mais inclusivas, onde seja possível um número cada vez maior e mais diversificado de pessoas, (sobre)viverem efectivamente, de forma digna e com um mínimo de reconhecimento, contribuindo assim para a riqueza de todos, em nome dessas sociedades dizia, a aposta dos Governos deveria ser em políticas que defendam activamente a diversidade, e não em políticas, como as de reprodução e adopção que vamos tendo, que agudizam ainda mais os receios das pessoas quanto ao que será Portugal no futuro, pois agudizam os fantasmas de que @s filh@s de pessoas diferentes de nós serão necessariamente destruidores do melhor na nossa identidade. Essas políticas concentram e deslocam para as crianças ansiedades que nada têm a ver com elas, mas sim com a necessidade de determinados grupos sociais manterem imutáveis os seus privilégios. Privilégios que sabem em erosão irreversível e inexorável, não por causa dessas crianças, suas famílias e parentescos, mas por causa da democratização do acesso às tecnologias reprodutivas, assim como por causa da crescente diversidade, miscigenação e multiculturalidade das sociedades.

E a Europa?

Os agricultores portugueses continuam a protestar pelo atraso no pagamento de subsídios já aprovados e parecem ignorar que avançam as negociações para a redução de subsídios aos agricultores na União Europeia.
Há em Portugal algumas confederações e sindicatos que parece que ainda não se convenceram do quanto manda a União... Depois será tarde...

Falsas igualdades

A decisão de não incorporar na base de dados sobre crianças adoptáveis a etnia e as deficiências é geradora duma falsa igualdade. Isto porque ninguém é obrigado a adoptar quem não quer, por mais não discriminador que queira ser. Ou seja, esta falta de informação apenas vai complicar e des-operacionalizar os processos.
Útil sim, é ter políticas activas de apoio à diversidade que façam com que os pais efectivamente não temam a diferença étnica e as deficiências. Uma total perca de tempo, tempo fundamental para as crianças, é tentar impingir crianças não desejadas por falta de pedagogia da diversidade, a futuros pais.
Aqui coloco um excerto da legislação sobre protecção de dados que permite excepções à proibição de tratamento de determinado tipo de informação sensível. Penso que é possível contextualizar a disponibilização destes dados dentro desta legislação:
"Artigo 7.º
Tratamento de dados sensíveis
1 - É proibido o tratamento de dados pessoais referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa, vida privada e origem racial ou étnica, bem como o tratamento de dados relativos à saúde e à vida sexual, incluindo os dados genéticos.
2 - Mediante disposição legal ou autorização da CNPD, pode ser permitido o tratamento dos dados referidos no número anterior quando por motivos de interesse público importante esse tratamento for indispensável ao exercício das atribuições legais ou estatutárias do seu responsável, ou quando o titular dos dados tiver dado o seu consentimento expresso para esse tratamento, em ambos os casos com garantias de não discriminação e com as medidas de segurança previstas no artigo 15.º.
3 - O tratamento dos dados referidos no n.º 1 é ainda permitido quando se verificar uma das seguintes condições:

a) Ser necessário para proteger interesses vitais do titular dos dados ou de uma outra pessoa e o titular dos dados estiver física ou legalmente incapaz de dar o seu consentimento;
b) Ser efectuado, com o consentimento do titular, por fundação, associação ou organismo sem fins lucrativos de carácter político, filosófico, religioso ou sindical, no âmbito das suas actividades legítimas, sob condição de o tratamento respeitar apenas aos membros desse organismo ou às pessoas que com ele mantenham contactos periódicos ligados às suas finalidades, e de os dados não serem comunicados a terceiros sem consentimento dos seus titulares;
c) Dizer respeito a dados manifestamente tornados públicos pelo seu titular, desde que se possa legitimamente deduzir das suas declarações o consentimento para o tratamento dos mesmos;
d) Ser necessário à declaração, exercício ou defesa de um direito em processo judicial e for efectuado exclusivamente com essa finalidade.
4 - O tratamento dos dados referentes à saúde e à vida sexual, incluindo os dados genéticos, é permitido quando for necessário para efeitos de medicina preventiva, de diagnóstico médico, de prestação de cuidados ou tratamentos médicos ou de gestão de serviços de saúde, desde que o tratamento desses dados seja efectuado por um profissional de saúde obrigado a sigilo ou por outra pessoa sujeita igualmente a segredo profissional, seja notificado à CNPD, nos termos do artigo 27.º, e sejam garantidas medidas adequadas de segurança da informação."

Logros

Num suposto clima de rigor e de harmonização da partilha de dificuldades são gritantes dois logros:
1) a lei dos privilégios dos políticos só vigorar para cargos exercidos a partir de 2009 - tanta publicidade para isto?!
2) o sistema de saúde dos jornalistas continuar intocável - quem tem medo dos jornalistas, quem é?:)

10.21.2005

Apontamentos

Alguns apontamentos sobre peças de hoje no Público:

1) para além das conservadoras propostas para a procriação medicamente assistida vai também ser aprovada em Portugal legislação quanto à investigação em células estaminais. Há um artigo de opinião, assinado por um ex-Secretário de Estado da Ciência do PSD, que classifica de “descartável e utilitarista” a concepção do embrião que permite a recolha de células estaminais em embriões produzidos para o efeito, recusando por isso a clonagem terapêutica (existem mais dois argumentos mas são tão acessórios que não merecem rebate). Infelizmente parece que toda a esquerda portuguesa (se esquerda se pode chamar) concorda com esta perspectiva, pois ninguém admite a produção de embriões especificamente para este fim. Preocupar-se com células de embrião como se de vida humana se trata-se parece-me ridículo. Estes senhores deviam proibir o desperdício de esperma e deviam retirar os óvulos maduros de todas as mulheres, antes deles serem desperdiçados no período:)
Enfim, a esquerda descurou a reflexão bioética (que é um feudo de padrecos e afins), e agora sai-se com estes...abortos.

2) três peças de entrevista a Jorge Lacão, do PS, onde são usados, finalmente, alguns conceitos básicos de cidadania e igualdade de género!

De salientar a preferência pela linguagem da igualdade de género e não meramente da não discriminação das mulheres (que é apenas uma parcela dessas preocupações de género); o salientar de que a violência doméstica é apenas um dos aspectos da violência de género; o salientar de que estas questões são questões de direitos das pessoas e não das famílias.

Louvável também é, finalmente, a preocupação de criar uma rede nacional de atendimento contra a discriminação, no caso com gabinetes descentralizados nas autarquias.

Útil a criação de um conselho de opinião sobre novos direitos e novas famílias.

De notar a abertura de Lacão ao casamento homossexual, à adopção e à procriação assistida acessível a qualquer mulher.

Pequena conquista que muito me agrada: a ADSE vai alargar os seus benefícios a todos os companheiros em união de facto, independentemente da orientação sexual. Pequena grande conquista para breve (é relativamente insignificante mas é pedida há tanto tempo e simplifica tantas burocracias): o registo das uniões de facto e a regulamentação de outros aspectos que o necessitem das mesmas.

3) o OE para a educação: vão existir verbas para apetrechamento de salas de trabalho para professores. Salvé! Vamos lá a ver se é desta que aparece um aquecedorzito na sala do meu departamento e um computadorzinho. Cadeiras de escritório e não de sala de aula também eram uma ideia – afinal é suposto lá estarmos horas e horas.
Há coisas muito louváveis, como o programa de refeições para o 1º ciclo – sim, porque há pobreza e fome em Portugal. E o Inglês, também para o 1º ciclo (se bem que há grandes abusos: sabem quanto é que o ME disponibiliza por hora para este ensino para turmas de 25 alunos? 5 euros. E se calhar não são todos para o professor. Enfim, cada vez pagam menos para “entreter” as criancinhas e descansar os pais...).
Há um valor que é o triplo dos do equipamento e dos almoços: a formação contínua de professores. Sinceramente acho que são só tachos para pagar elevados ordenados de formadores. Não que não seja preciso formação contínua. A questão é que o sistema está tão cheio, e tornou-se tão competitivo, que os professores que estão nele já são muito bem formados e profissionais (salvaguardo a formação pedagógica em matemática e português, sempre necessária). Talvez fosse de pensar, temporariamente, outras prioridades.

4) Nova multa da Autoridade da Concorrência contra outro cartel, o da moagem (pão). É tão raro funcionar a fiscalização de empresas em Portugal que merece destaque.

5) Convenção de defesa da diversidade cultural adoptada pela Unesco. Esta convenção permite mecanismos de fecho à invasão cultural doutros países e mecanismos de apoio específico aos produtos culturais do próprio país, valendo tanto como qualquer regra da OMC sobre comércio de bens e serviços culturais. É realmente uma grande derrota para os EUA, nomeadamente naquela que é a sua indústria cultural mais agressiva, a audiovisual. Falta agora ratificar mas a proposta foi tão amplamente apoiada que não deverá demorar tanto assim.
Vamos a ver o que é que o audiovisual europeu consegue fazer disto...

PDA multimedia

Não, não é um simples leitor de multimedia. É um PDA, com processador Intel e capacidade para correr o Windows Vista.
A Intel diz que estabelecerá parcerias para o produzir em cerca de dois anos, mas eu também acho que vai ser num só...

PSP com cartão de memória

Li igualmente num jornal que a PSP se prepara para uma campanha de Natal com um pacote que inclui um cartão de memória de 1Gb (que pouquinho...) a 299 euros. O que me parece é que esta PSP, com as capacidades que tem, não dura nem um ano sem que apareça uma com disco rígido...

Mobisodes

Hoje li num jornal que um negócio que está a render muito às televisões são os mobisodes: episódios de séries televisivas, com não mais do 5 m (entre 3 e 5), que são descarregados para serem vistos em telemóveis. Ora, estes mobisodes são também o tipo de conteúdo ideal para o vídeo iPod. E são também, pela sua curta duração, dos tais conteúdos facilmente produzíveis e distribuíveis pelos próprios utilizadores.

10.20.2005

Julgamento César das Neves

O julgamento de César das Neves, acusado por mim e pelo Ministério Público de difamação com publicidade, foi agendado para Março do próximo ano. Alguém que esteja interessado em testemunhar em tribunal pode ainda contactar-me (disponibilizarei os termos da acusação).
Quanto ao recurso da Opus Gay, que o acusou do mesmo e foi considerada sem legitimidade para o efeito, ainda não teve resposta.

E se...?

O browser Opera lançou o My Opera Community, um site em que se pode alojar blogs que recebem posts do telemóvel. E se afinal o pequeno ecrã do iPod estiver virado para isto? Para ver podcasts de vídeos feitos por telemóveis e câmaras digitais? Se for uma plataforma para conteúdos dos utilizadores por excelência e não para conteúdos com direitos de autor?
Mas, para quem preferir ver os seus downloads no vídeo iPod...

Usabilidade bloguística:)

Estas são as recomendações do Nielsen para os blogs. De sucesso. Leia-se: com muitas visitas e proporcionando um (melhor) emprego ao seu autor.
Este não é nem vai ser um blog de sucesso. Apesar de ter em conta algumas das sugestões. Leia-se: este vai continuar a ser um blog em que se fala (como diz o meu Mouzo) de iPods e de agricultura (!) - e de bichices:)
Este blog é o meu diário público - não tenciono restringir-me em nada mais a não ser ao facto de ser público. Quanto ao resto: habituem-se!:) Quem não quiser, não come.

10.19.2005

Cultura da dor

No fim-de-semana fui ver Uma Chamada Perdida de Takashi Miike. Diga-se de passagem que não sou espectadora habitual de filmes de horror (que é o que este parece, à primeira vista). Hoje vi Audition. E comecei a perceber que a coisa tem muito mais a ver com a experimentação da dor, nomeadamente da dor de ver (mas também de amar; e do prazer).
Tenho a impressão que a cultura japonesa é uma cultura onde o sofrimento individual é muito mais habitual e assumido do que cá - onde o indivíduo é abusado em nome de valores mais elevados, muito mais frequentemente. A elevada taxa de suícidio é um dos sinais disso. As narrativas psico-sm deste tipo de filmes, assim como de alguma manga para adultos é outro.

Bem, a título de curiosidade descobri este site da Asian Film Foundation (por onde tenciono continuar a investigar o cinema asiático) e este texto sobre Miike (a segunda crítica mais lida do site).

Visibilidades lésbicas

Com a diversidade de canais cabo existentes, e o facto de nem todos serem acessíveis a todos, alguns conteúdos transmitidos em Portugal pelas televisões estão a passar desapercebidos pela crítica. Parecia ser esse o caso de L Word, apesar da sua originalidade em ser a primeira série centrada no lesbianismo.
Mas, afinal, há quem tenha coragem de se pronunciar.

O artigo é simpático e humanisticamente escorreito. Mas deveria incluir uma reflexão sobre a representabilidade lésbica para as próprias lésbicas - afinal um dos principais públicos da série.

Bionegócios, biodireitos

Como forma de fugir às limitações legais que recaiem sobre a investigação de células estaminais em diversos países, abriu na Coreia do Sul um novo banco internacional de células estaminais, em articulação com os EUA e Reino Unido.
Não sei até que ponto isto é ou não uma novidade enquanto metodologia mas também serão criadas células doentes, de forma a tentar perceber como adoecem.
As novas linhas de células estaminais descobertas não serão patenteadas, o que é uma excelente notícia. Mas serão vendidas.

E esta, hein?:)

há quem diga que o público-alvo da segunda maior indústria do mundo (os jogos multimedia, antecedida pelo sexo) é constituído em cerca de 20% por pessoas com mais de 50 anos. Este segmento de mercado estaria descurado, do ponto de vista da publicdade, mas também do ponto de vista da produção.
A mesma notícia adianta que jogar faz bem à saúde.
Bem, vamos lá a ver se é desta que surge para aí um jogo que me vicie... por razões de saúde, claro:))

Vídeo iPod revoluciona a indústria audiovisual

Apesar do seu diminuto ecrã, o facto do vídeo iPod poder reproduzir séries televisivas está a revolucionar a indústria: depois dos sindicatos de actores e profissionais media terem vindo pedir direitos de autor, é agora a indústria publicitária que se interroga como pode penetrar nesta onda predominante de conteúdos à vontade do freguês:)
E é óbvio que alguém terá de pagar a distribuição dos conteúdos, nem que seja uma intensificação da publicidade dentro dos próprios conteúdos, com os riscos inerentes de aumento da publicidade enganosa e etc...

Não lhes gabo a sorte...

Lá vai outro furação a caminho dos EUA, o Wilma:(

A agricultura, em segredo

Lá se encontraram Barroso e Bush, lá discutiram a Agricultura, e nada disseram sobre ela. Barroso levará trabalho para casa: continuar a negociar a proposta americana de reduzir em 83% os apoios à agricultura na UE (questão que tem como principal opositor a França, pois é eventualmente a única opinião pública europeia devidamente alertada...), contra uma redução de 60% dos americanos...
Mais uma reunião importante esta semana e ainda não ouvi nada do nosso Ministro da Agricultura... E sabe-se o que é que o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu nesta reunião?

Dignificar a função pública?!

Sem querer centrar excessivamente a questão do OE no funcionalismo público (porque apesar de me tocar directamente penso que há medidas que penalizam as empresas e lutam contra a evasão fiscal das empresas que são importantes e estão a ser sub-noticiadas) não deixo de me interrogar como é que afinal se está a dignificar a função pública? Se a única medida de progressão de carreira de que se ouve agora falar (à excepção da progressão por melhoria de habilitações) é a progressão por quotas, como se pode dizer que os bons funcionários públicos não têm nada que temer se um bom funcionário público pode ser discriminado em relação a outro bom funcionário público por razões meramente administrativas e burocráticas, como por exemplo o facto de, no seu serviço, já terem progredido com a classificação de Bom os 20% que a futura lei admitirá, e de já não sobrar quota para ele?
A concretizar-se esta medida considero-a inconstitucional, pois discrimina administrativamente funcionários de igual competência. E não percebo como é que os sindicatos não vêem isto...

Colunas wireless Home Movie

E se quer umas colunas que reproduzam, em formato Home Movie, todos os sistemas de amplificação que tem em casa (TV, computador, rádio, etc), pode considerar em optar por estas wireless Pionner. Convém é não ter mais nenhum sistema wireless em casa, por causa das interferências.
Por menos de 200 dólares pode ser uma opção interessante e... prática!

Corrupção e pobreza

A ONG Transparência Internacional divulgou de novo o seu relatório mundial sobre a corrupção. Portugal sobe um lugar mas, dos países da antiga UE 15, só Itália e Grécia estão atrás de nós (e, se pensarmos nas performances económicas da vizinha Espanha, percebemos que não é por acaso que é o país mediterrânico menos corrupto).
Esta ONG volta a salientar a fundamental relação entre corrupção e pobreza. Para o caso português recomendo a leitura do livro de Maria José Morgado, que salienta bem quais as àreas de negócios que mais defraudam o Estado, e por consequência todos nós.

Se não podes vencê-los...

Ora aqui está uma lógica de gestão das ameaças informáticas muito interessante, na linha do pensamento débil de Vattimo: abrir e contextualizar os sistemas e o seu uso. Parabéns ao investigador português por esta viragem paradigmática na ciência da confiabilidade dos sistemas informáticos!

Generalizar o Tamiflu

Afinal existem já mecanismos de urgência que permitem aos países copiar medicamentos em caso de crise; tomando nota disso, e da possibilidade de existirem alternativas mais eficazes, a Roche começa a flexibilizar a sua posição, admitindo um leasing:) da sua produção.
E vivam países como a India e o Brasil que afrontam estas transnacionais farmacêuticas e fazem avançar as regras do comércio mundial nesta àrea.

10.17.2005

E do orçamento?

Bem, parece que aquilo em Bruxelas foi adiado também. Em Portugal ouvem-se uns zuns-zuns nada tranquilizadores. Vamos aguardar então mais uma horita para saber. Mas tudo indica que ouve uma concertação europeia fortíssima na preparação dos orçamentos portugueses e doutros países com déficits considerados excessivos.

PSP responde ao vídeo iPod?

A Sony diz que é para evitar a pirataria que quebrou a versão 1.5 e há quem diga que é para assegurar definitivamente o mercado do multimedia portátil; o facto é que a PSP acaba de lançar no Japão uma versão 2.5 que consegue fazer streaming de TV e vídeo...
Ora, um leitor multimedia portátil versátil, que é também uma consola de jogos... é ou não um sonho?
Resta acrescentar que todas estas funcionalidades acarretam uma cada vez maior dificuldade em reproduzir pirataria... Ou seja, a indústria de suportes está-se a unir à da produção e distribuição de conteúdos contra o utilizador...

10.14.2005

Roubos e usurpações

O único antivírico existente para combater uma suposta gripe das aves nos humanos é o Tamiflu da Roche. Ora, segundo os jornais, a Roche não pretende libertar a patente do medicamento, o que lhe vai proporcionar chorudos lucros, bem menos do que se também fosse ela, visto que é a única que o sabe, a produzir os genéricos.
Ora, o que me chamou a atenção na notícia é que o Tamiflu tem como substância activa um tal oseltamivir, que dizem não ser uma molécula sintética mas sim uma molécula natural resultante duma planta que existe apenas em certas zonas do mundo. A minha questão é: terá sido o conhecimento do uso antigripal deste antivírico sido roubado pela Roche a uma população que agora dele necessita numa produção em maior escala e que não tem o dinheiro para o comprar? É bem possível...
Sim, que os roubos mais importantes não estão na formação de cartéis - apesar de ser de louvar estas investigações e multas, nomeadamente contra a Roche. E já agora, neste tipo de investigações, o portal das compras públicas aqui referido pode vir a ser uma ajuda.

Liberalização

Depois dos textêis vem aí a liberalização dos fluxos dos produtos agrícolas na OMC, com os EUA a pressionarem a UE para baixar em 70% os subsídios aos seus agricultores... Lá se vai a agricultura portuguesa de vez...

E por falar em obesidade

Excesso de informação, excesso de capacidade gráfica, excesso de capacidade de computação? Talvez. O que é facto é que é este o produto que, na base da cadeia de valor, faz mover toda a indústria: os processadores. E este é o novo da Intel, Montecito, que liga 1.72 biliões de transistores. Não faço ideia, mas deve ser muito...

Xiiii...

A Apple já diz que o video iPod é o melhor leitor de música que já fez e que o vídeo é um mero extra...
E o que pensarão os cibernautas da Apple quando se aperceberem de que esta vai ser a principal aliada dos defensores de direitos de autor (ao trabalhar nos downloads legais e pagos, em música e vídeo - ver iTunes - e não no download ilegal?)?
Por outro lado, há quem não possa esperar para aproveitar a capacidade específica do vídeo do iPod para produzir e distribuir video podcasts. Mas será para videopodcasts que os utilizadores querem comprar o video iPod? Ou seja, será que este produto conseguirá criar o seu próprio mercado de consumo? A Apple acredita nisso, ou não o teria feito assim; eu duvido.

E não aprendem...

Os políticos, como de costume a tomarem-nos por parvos: o Governo só anunciará o orçamento 2006 em conferência de imprensa, segunda-feira pelas 17 horas. Ora, é sabido que,até amanhã, tem o Governo que apresentar em Bruxelas as medidas de contenção que aplicará, ou seja, no fundo o lado amargo deste Orçamento que tão sigiloso quer ser... Ora porra, não era mais respeitador serem os portugueses os primeiros a saber?!!! E porque não o assumem desde já se amanhã já todos o conhecerão? Ou pensam que ainda vivemos num cantinho da Europa e que Bruxelas é "o estrangeiro"?

Leitor de Braille

Não percebi exactamente como funciona, mas este é um leitor de Braille portátil. É que (in)acessibilidades há muitas, não é?

10.13.2005

Video iPod falhou

Está decidido. Não sou só eu a pensar que aquele tamanho de ecrã é uma séria desilusão. Desta vez o tiro foi na água...

Desconstruir o género

“(...) the “I” that I am finds itself at once constituted by norms and dependent on them but also endeavors to live in ways that maintain a critical and transformative relation to them. This is not easy, because the “I” becomes, to a certain extent unknowable, threatened with unviability, with becoming undone altogether, when it no longer incorporates the norm in such a way that makes this “I” fully recognizable. There is a certain departure from the human that takes place in order to start the process of remaking the human. I may feel that without some recognisability I cannot live. But I may also feel that the terms by which I am recognized make life unlivable. This is the juncture from which critique emerges, where critique is understood as an interrogation of the terms by which life is constrained in order to open up the possibility of different modes of living; in other words, not to celebrate difference as such but to establish more inclusive conditions for sheltering and maintaining life that resists models of assimilation.
(…)
What is most important is to cease legislating for all lives what is livable only for some, and similarly, to refrain from proscribing for all lives what is unlivable for some. The differences in position and desire set the limits to universalizability as an ethical reflex. The critique of gender norms must be situated within the context of lives as they are lived and must be guided by the question of what maximizes the possibilities for a livable life, what minimizes the possibility of unbearable life or, indeed, social or literal death.

[Mas para salvaguardar um novo humanismo, afirma:] The category of the “human” retains within itself the workings of the power differential of race as part of its own historicity. But the history of the category is not over, and the “human” is not captured once and for all. That the category is crafted in time, and that it works through excluding a wide range of minorities means that its rearticulation will begin precisely at the point where the excluded speak to and from such a category.

[E conclui:] (…) to a certain extent sexuality establishes us as outside of ourselves; we are motivated by an elsewhere whose full meaning and purpose we cannot definitively establish [a in-determinabilidade do desejo, que nunca é mero efeito de uma causa, no que reconhece a contribuição da psicanálise]. This is only because sexuality is one way cultural meanings are carried, through both the operation of norms and the peripheral modes of their undoing”.
(anteriormente, e para salvaguardar de que psicanálise está a falar, diz: “It is important to remember that psychoanalysis can also serve as a critique of cultural adaptation as well as a theory for understanding the ways in which sexuality fails to conform to the social norms by which is regulated”.)

E é isto que ela, Judith Butler, começa por querer dizer quando fala em “Undoing Gender”…

As quatro mosqueteiras:)

Houve um tempo em que éramos quatro: Ana Paula Inácio, Isabel Coutinho, Angela Leite e eu. Tão diferentes umas das outras como os quatro pontos cardeais:) Amigonas de fim de curso.
A única que tinha aspirações sérias a publicar era a Isabel. A única que não escrevia era eu. A Ana Paula sempre escreveu, principalmente poesia (da qual eu nada percebia, o que muito me embaraçava quando estivemos apaixonadas - paixão não consumada, aliás; naquele tempo não bastava haver paixão para viver paixão, não havia espaço mental para isso - se bem que um quarto teria sido provavelmente o melhor antídoto para o medo:) Hoje faz reconhecidamente parte duma nova geração de escritores, contistas. A Isabel veio para Lisboa, estagiou no Público e dirige hoje o Mil Folhas - penso que nunca publicou, não sei se ainda escreve, perdemo-nos de vista. A Angela mostrava pouco o seu lado sério, tinha uma imagem de conquistadora a manter:) Mas a vida teve uma forma curiosa de a obrigar a desenvolver o seu melhor e agora, quando está prestes a defender o seu doutoramento em Genética da Psicologia, vai publicar brevemente um livro: "Histórias improváveis."
E, não sei até que ponto ela gostará de me ver dizer isto (ela tem aspirações mais universalistas do que isso, e é justo), mas é um estouro na escrita feminina contemporânea portuguesa. Lhe aguardem:)

Compras públicas

O Governo colocou recentemente on-line o Portal das Compras Públicas. É uma excelente ideia, produz imensas poupanças, financeiras e organizacionais.
No entanto, as poupanças não deviam ser só ao nível dos organismos centrais.
Por exemplo, na minha escola, ando a tentar convencer o executivo a mudar de fornecedores do refeitório, visto os preços serem um pouco caros e isso se reflectir nas quantidades e qualidade servida. E sabem porque não é possível fazê-lo? Porque não há dinheiro para pagar as entregas na hora. Só daí a cerca de 3 meses. Daí que a escola está refém dum pequeno fornecedor com altos preços, quando podia ter um grande fornecedor com baixos preços...
Aliás, é uma coisa que eu continuo sem preceber: como é possível pensar que se pode gerir com qualidade uma escola, um hospital, etc, se os orçamentos são anuais e se as verbas mensais não aparecem a horas. Os orçamentos deveriam ser, no mínimo, tri-anuais e esse dinheiro deveria estar disponível desde logo. Esta gestão pública de navegação à vista é pior do que a daquelas famílias que vão ao supermercado e gastam o triplo do que poderiam gastar, apenas porque não sabem comprar...

Era um video iPod, por favor...

E aqui está o sonho tornado realidade!

30 Gb a 300 dólares e 60 Gb a 400 dólares - e sim, já conheço quem tenha comprado iPods em sites americanos e tudo tenha corrido bem:)

Só acho o ecrã muito pequeno:(

E é claro que a Apple já tem um vídeo iTunes.

E enfiar-lhes isto na cabeça?

Mais um post com uma excelente dica do Ponto Media: Jakob Nielsen, guru da usabilidade na net, publicou as suas dicas para um bom webdesign 2005, na forma habitual d'Os Dez Maiores Erros.
Adolescentes, amadores com a mania de que são profissionais, por favor leiam isto e enfiem isto na cabeça duma vez por todas! Estamos fartos de lixo e de ruído na net! E, quem tiver paciência, enfie isto na cabeça de amigos e de responsáveis por sites, nomeadamente públicos/institucionais...
Já agora, é com um certo orgulho que apresento aqui também a Associação Portuguesa de Profissionais de Usabilidade (APPU), Associação que já dinamizou fóruns de acesso gratuito. O orgulho vem do facto de muito do seu dinamismo se dever ao Jota (João Pedro Martins), colega de MBA (já na altura obcecadinho com isto:). E vem duma constatação mais generalista ainda: mesmo portugueses empresários e muitíssimo bem na vida estão a criar associações e a fundar fóruns de partilha. Go portugas, go!

10.12.2005

Xiiii...

Os jornais divulgaram hoje que a UE recomenda uma descida de salários de 3,7% em 2006 para ajudar a recuperação económica. Se o nosso Governo for tão pouco crítico aqui como foi a interpretar o Quadro Financeiro 2007-2013 (de que o Programa do Governo é cópia integral), e considerando o habitual discurso da tanga, estamos fod....:(

Marcha Mundial das Mulheres

Vai decorrer, a 17 de Outubro, mais uma iniciativa, desta marcha, as 24 Horas de Solidariedade Feminista. Em Portugal , apesar de serem múltiplas as organizações envolvidas, parece resumir-se à publicação duma revista, o que já não é mau; a ver vamos.
O importante é que seja mais um evento que ajude a divulgar a Carta e a estabelecer compromissos.
Nesta data também acontecerá a chegada da Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade e da Manta da Solidariedade a África (fim da Estafeta).

Consumo responsável na Europa

Já há mais de 15 dias que estão on line as comunicações apresentadas numa conferência sobre consumo responsável dinamizada pela Comissão Europeia, DG do Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades, em finais de Setembro.
O que está em jogo é não só incentivar um consumo, como uma produção, mais responsável, ou seja, sustentável.

Podcasting

A última histeria colectiva na net: o novo motor de busca de podcasts da Yahoo. Procurem queer e lesbian que vão ficar surpreendidos:)

Além disso, consta que a Yahoo vai fazer um acordo com a Microsoft para compatibilizar as suas ferramentas de mensagem instantânea - porque realmente isto de existirem vários formatos incompatíveis é um total disparate!

Emel à porta

Tenho agora a Emel à perna; perdão, à porta:)
Talvez agora esta Loja do Munícipe fantasma, que nunca atende ninguém e já funciona há mais de um ano, passe a ter gente.
Por outro lado, descobri porque é que foram cativados na rua mais seis lugares (!) de estacionamento para a CML, além dos quatro que já existiam - devem ser para a Emel, que assim dá o bom exemplo: senhores trabalhadores, levem os vossos carros para a Baixa, pois claro! Grrrr!
É urgente a criação ou revisão dum regulamento que decida quantos lugares reservados de estacionamento à superfície podem afinal ter os serviços públicos à porta... principalmente quando existem parques a 200 metros...

Quando é díficil escolher

Henrique Monteiro é o novo director do Expresso. Estão à altura um do outro, ou como diria o major, ambos são... pequenos líderes:) Mas realmente era díficl escolher dentro da casa - não há um que se aproveite.
O arquitecto vai gerir os jornais do grupo, o das Letras e o da Região (além do Expresso). O da Região é uma autêntica fraude para cativar publicidade - é deixado na porta ou no correio dos moradores da Grande Lisboa, sem que estes tenham hipótese de o recusar (não é publicidade) e depois vem dizer que é o gratuito com mais tiragem... Quando afinal ninguém o lê:)

10.11.2005

Realismo ingénuo na indústria de jogos

Com o lançamento em breve duma nova consola de jogos com maior capacidade gráfica (a XBox 360 da Microsoft), a questão do valor do realismo nos jogos volta a colocar-se e é impressionante como, no afã técnico de melhorar os gráficos, ninguém parece ter aprendido nada com a literatura, o cinema, etc, ou seja, com outras formas cativantes de narrar ou produzir narrativa. Penso que, mesmo nos jogos imersivos (onde o jogador mergulha literalmente num ambiente virtual), o realismo pode não ser a melhor opção.
Para além da questão mencionada no texto (o problema de que quanto mais detalhe gráfico mais pequenos detalhes fugirão sempre a uma re-presentação "literal"), a questão fundamental a que um jogo tem sempre de responder é "porque vai dar gozo jogar este jogo?" E, a esta pergunta, poucos, e meramente temporários, serão os tipos de jogos que responderão: o realismo dos gráficos.
Por cá, quem me parece que melhor estudou esta questão dos jogos foi João Maria Mendes, na sua tese de doutoramento, já publicada (e de que não me lembro o nome, desculpem).

10.10.2005

Viver Quixote

A Espanha comemora este ano o quarto centenário da edição do D. Quixote (que é das coisas mais divertidas que se pode ler, ou melhor petiscar, um capitulozinho aqui, um capitulozinho ali:). É claro que a figura impressiona/comove também pela sua nobreza anti-heróica, mas isso é já uma segunda leitura.

Ora Espanha, a grande Espanha, editou o Quixote a um euro (escusado dizer que, quando lá fui, os trouxe literalmente aos molhos!)! E já venderam um milhão e duzentas mil cópias! E digo-vos que se lê perfeitamente (além de ser muito divertido andar à pesca naquele espanhol). Isto a propósito da edição do Público, mais cara do que a edição capa dura, de luxo, desta comemoração. Ambas as edições espanholas estão no site linkado.

Também lá podem encontrar bonitos relógios, t-shirts, marionetas, etc. Ah, e um delicioso DVD com desenhos animados do Quixote:)

Parem a compra de iPods!:)

Parem! Parem porque parece que vêem aí novas capacidades ainda a menores preços. A confirmar quarta-feira.

Surfar e/é brincar

Relevo especial para dois posts do Ponto Media: o leitor de RSS do Google e uma lista dos melhores vblogs da autoria do The Independent.

10.09.2005

Tudo a saque

Se, depois de tanto o PSD roubar, o povo ou não vê, ou vê e faz o mesmo, ou vê e tem pena de não fazer o mesmo, então agora é que em muitas Câmaras se vai pensar que se tem carta branca para o saque total... País tão triste, gente tão pequenina...

10.07.2005

Pérolas negras

Acabei de ver um belo e estranho filme, daqueles que saco um pouco à toa do emule: Butterfly Kiss.
O par central é lésbico e há quem tenha comparado a Thelma e Louise, mas eu acho que está mais próximo de Ondas de Paixão.
É do realizador do 9 Songs, de 1995. Mas o que o 9 Songs tem de físico tem este de metafísico. E o que o 9 Songs tem de fé, de crença na possibilidade do amor, mesmo nascendo apenas do mais físico, tem este de desespero, de descrença, de solidão.
Perturbador e com uma banda sonora espectacular.

Diferencialidades

"O humano é entendido diferencialmente conforme a sua raça, a legibilidade dessa raça, a sua morfologia, a reconhecibilidade dessa morfologia, o seu sexo, a verificabilidade perceptual desse sexo, a sua etnicidade, o entendimento categorial dessa etnicidade."
Undoing Gender, Judith Butler (tradução livre)

Engolir um mocho:(

Infelizmente, quanto mais as sondagens apontam para um possível empate do PS com o PSD em Lisboa mais vejo que terei de engolir um filosófico mocho (que não um sapo:) e votar no petulante Carrilho. Sim, eu sei; o voto útil não tem grande fama. Mas, se o arrependimento matasse de não ter votado útil no igualmente petulante João Soares...

10.05.2005

Continuam a fazer-nos de parvos, ou quê?

Num excelente artigo de Inês Boaventura o Público denuncia hoje a forma como os contratos da EMEL com privados para a cobrança e manutenção dos parquímetros limitam imenso importantes opções políticas que terão de ser tomadas brevemente, nomeadamente no que diz respeito ao número de lugares para residentes (que não poderão aumentar mais do que 5%!!!!), ao Regulamento Geral das Zonas de Estacionamento de Duração Limitada (que não poderá sofrer qualquer alteração – mas isto é legal? Um acordo entre empresas obrigar a que uma lei não mude???!!!). Além disso a EMEL compromete-se a comprar, num eventual fim de contrato, os parquímetros que agora vendeu a uma dessas empresas privadas, ao valor auditado pela própria empresa que vende!
Para finalizar, este contrato é de seis anos, automaticamente renovável por períodos bianuais, e a sua resolução, que estou confiante irá acontecer e que foi aliás a única razão pela qual foi feito em período pré-eleitoral, implicará um indemnização, da EMEL aos privados, de 5 milhões de euros. Porra, roubar lá fora! E ninguém faz nada para denunciar a má fé (porque é que a própria EMEL não usa 2,5 milhões de euros que vai pagar anualmente por este contrato para contratar pessoas para cobrarem e manterem os parquímetros?) e lesão dos interesses públicos neste contrato? Fora com a EMEL! Depois de roubarem os lisboetas nada como roubar a própria CML!

Sida

Ontem foram publicadas imensas notícias sobre a fragilidade de Portugal no combate à Sida.
Irritantemente, e apesar de já não ser um grupo de risco, todas as recolhas estatísticas continuam a referenciar os homossexuais/bissexuais, quando a taxa de infecção neste grupo ronda cerca de 10%, o que é provavelmente até inferior à percentagem de homossexuais/bissexuais existentes na população portuguesa.
A única boa conclusão que podiam tirar deste uso errado e persistente desta categoria é que é cada vez mais urgente fazer uma campanha que tenha como público-alvo os não homossexuais/bissexuais, ou seja, uma campanha que alarme especificamente este público e que lhes diga que, por não serem homo ou bi não quer dizer que estejam a salvo, pelo contrário, estão mais em perigo. Tanto mais que o padrão epidemiológico, em todo o tipo de infecções ligados à Sida, tem sido, desde finais de 90, um crescimento proporcional da infecção heterosexual e respectiva diminuição dos toxicodependentes - este ano a taxa dos heteros é já de 54% (os homo já sairam desta contabilidade).
Outra campanha urgente é a dirigida aos homens hetero, com parceira, com mais de 45 anos - estes homens não só estão cada vez mais contaminados como continuam a contaminar as suas parceiras.
Outra campanha ainda é a dirigida aos emigrantes, e outra ainda aos trabalhadores temporários.
Não deixa de ser importante salientar que a taxa nos grupos homo também pode crescer com a ilusão de que basta fazer um frágil acordo de fidelidade e/ou uso de preservativo quando com terceiros com o parceiro, e com a ilusão de que hoje os retrovirais curam tudo.
Para resumir: em Portugal continuamos a temer as campanhas aguerridas e a linguagem clara.
Vejam a pág. 26 deste relatório (de Novembro de 2004) e testemunhem como, em 2003, Portugal tinha a taxa de incidência mais elevada de TODOS os países europeus, com valores que são quase o triplo dos valores dos países que a têem mais alta...
Outra coisa que não percebo é porque é que quando se fazem notícias sobre a situação portuguesa existem determinados dados, como estes, que não são mencionados; quando são os principais dados de referência do momento. Acho que devia haver jornalistas especializados no assunto, ou então há, mas não fazem o trabalho de casa...

Para prolongar as férias


Também para telemóveis há jogos gays, nomeadamente este Ministry of Sound Ibiza Game, para continuar as curtições de praia do Verão:)

Jogos sexuais gay

Além do The Sims há também um outro jogo, com versão actualizada em Maio, que permite criar e viver um personagem gay: o Singles 2. Aparentemente também tem a possibilidade de sexo lésbico, mas não sei se na mesma proporção (duvido).

Browsers, quem pode escolher?

Vai ser lançada brevemente uma nova versão do Firefox e também uma beta do Internet Explorer 7. Aparentemente o que vai acontecer é que o Firefox vai continuar a liderar a inovação e o IE a vampirização das suas novas características, sendo que, por estar massivamente distribuído, não se encontra facilmente ameaçado por nenhum outro browser, por mais inovador que seja.
Muito terá de se reflectir, não só sobre o monopólio destas empresas mas também sobre o facto como, ao colocarem em todos os seus produtos actualizações automáticas a que o consumidor ingénuo acede, impossibilitam um verdadeiro tempo de escolha no que a novas aplicações diz respeito. Não que o consumidor tenha ou queira ter esse tempo. O que me parece que deveria existir eram autoridades de avaliação destes produtos, de defesa dos direitos do consumidor, que esclarecessem o melhor a fazer em muitos casos. A informática para uso doméstico manteve-se uma área de actividade altamente especializada e sem real atenção aos direitos do consumidor/cliente. Como se já não bastasse a medicina, e o direito...

Será que é o video iPod?

Anda tudo igualmente excitado pelo facto da Apple ter anunciado que fará uma importante revelação p'rá semana. Correm rumores que poderá ser o desejado video iPod:) Do qual esta seria a primeira foto-pirata...

O Povo da Net contra-ataca:)

Este post está a fazer furor na net. Trata-se de alguém que alega nunca ter feito downloads ilegais e a quem foram apresentadas contas para pagar, e que agora quer processar a firma que a processou por vários abusos na recolha de informações sobre si.
O Povo da Net parece satisfeito com isto:) mas o facto é que não é um contra-ataque de alguém que use peer-to-peer, mas sim de alguém que diz não usar...

10.04.2005

E lá vai a Google...

avançando para o Office sediado na web.

O cerco aperta:(

Depois da indústria musical é a vez do cinema começar a processar fortemente a pirataria on-line e a criar serviços de donwload legais. Chuif...buá!!!!

10.03.2005

Também na protecção social

somos imbatíveis... De acordo com o Eurostat Yearbook Portugal é o país da UE 25 que menos gasta (em unidades de poder de compra) em protecção social por habitante: 3644. Com uma média na UE15 de cerca de 6100. Isto (3644 por habitante) corresponde a 23,9% do PIB (também dos valores mais baixos) para uma média de 27,5 da UE 15.
Para cúmulo, a protecção social portugesa é a que mais gasta desta fatia em outros gastos que não os apoios à população (12% numa média de 5 para a UE 15...), como por exemplo, rendas...
Apesar destes apoios terem duplicado nos últimos 10 anos, se cruzarmos este dado com a enorme assimetria salarial existente vemos como pouco está a ser feito para proteger aqueles que são pobres ou estão em risco de pobreza...

I have a dream:)

Pois, podem constatar neste artigo que a Google vai no caminho daquilo que tenho vindo a mencionar aqui: um "Windows" sediado on-line como forma de combater o Office da Microsoft com um "Office" online...

Mais óculos


Serão mesmo um próximo must, os óculos com mp3!
Os óculos pertencem à categoria dos wearables, onde fomos encontrar no nosso site de tech preferido uma referência à mala-teclado de João Sabino (boa, parabéns!), em exposição na Estação do Rossio, no âmbito da Experimenta.

Carro com PC? É para já!

Aqui podem ver as explicações técnicas de como começa a surgir tecnologia friendly para quem quer instalar um PC no seu carro.

10.01.2005

Afinal lêem ou não lêem?

Existe em Portugal o hábito de se dizer que as pessoas não lêem jornais. Por exemplo, o Público publica ontem uma notícia onde se diz que a venda da imprensa diária generalista terá descido em média 7,2% no primeiro semestre do ano.
Ora, sabendo que, em Lisboa, os jornais gratuitos Destak e Metro estão com tiragens superiores ao pago mais vendido (o que corresponde a um pequeno crescimento do Destak e a um grande crescimento do Metro), porque é que não se estabelece uma relação entre os dois factos?
Talvez porque se teria de reconhecer, duma vez por todas, que as pessoas até lêem jornais (eu que o diga que o vejo nos transportes públicos todos os dias), não podem é pagá-los...