Blog duma gaja... bem... esquisita, estranha, tarada:) Enfim... queer!

3.30.2006

Lobby SM

Graças ao Boss do Renas descobri este site de activismo SM. Trabalho interessante o deste pessoal...

Sempre mais poesia

Podem ler aqui um bonito Manifesto, no novo blog da minha amiga Gabriela:)

Cinema Lgbt

Ciclo de Cinema da Rede Ex Aequo na Videoteca Municipal, Largo do Calvário, 2 (Alcântara). A primeira sesão é já hoje às 21h30!

Internacionalizar a investigação nas ciências sociais e humanas

Em tempos marcadamente tecnocientíficos e em que todos vivem obcecados com os estudos técnico-profissionais, é bom que profissionais e instituições de investigação portugueses arrisquem um salto qualitativo na internacionalização dos seus projectos de investigação em ciências sociais e humanas. Nesse sentido, penso que há muito a aprender com estes boletins.

Cinema

Recomendo 3...Extremos. São 3 médias metragens muito diferentes, todas com especiais atractivos, em crescente, no meu entender.

3.27.2006

Medievais

Medievais, e curiosamente proferidos por homens, os argumentos recorrentes contra o "excesso" de cesarianas nos nossos hospitais, recentemente em agenda mediática:
- que as mulheres se estão a des-responsabilizar (!!!) de terem as crianças
- que o parto é algo transcendente (!!!) e tem que ter dor
Sobre qualidade de vida das mulheres, e da sua - em muitos casos - quase total responsabilidade exclusiva na efectiva educação e acompanhamento das crianças, ninguém fala...

Com o Sol encorporado

Inscrições/encorporações há muitas. Este fds deixou-me marcas de sol nos braços (ah! ganda Alentejo!) e no coração:)

3.24.2006

Del LaGrace Volcano

Este genial fotógrafo tem um novo livro, "Sex works", e com textos da Preciado!
Deixo apenas uma das suas fotos - procurem pela net que encontrarão outras... surpresas:)

3.22.2006

Um certo deserto pessoano

Ontem fui assistir à conferência na SPA com três especialistas, Maria Manuela Parreira, Maria Dim(?) e Ana Freitas. Ora bem, não creio que haja conferências destas todos os dias. No entanto, a sala estava francamente vazia - uma dúzia de pessoas. E o evento tinha sido amplamente divulgado em vários jornais cujo público-alvo coincide com o público deste tipo de iniciativas.
O que se passa então? As especialistas várias vezes referiram a ideia de que há quem defenda que já se conhece o Pessoa que há a conhecer. Ora, isto é incrível. Só os portugueses para terem um autor tão prolífero (e esta característica é uma das mais modestas no meio de toda a sua grandiosidade) e terem a preguiça e o comodismo de considerar que já leram e pensaram tudo o que havia a ler e pensar sobre ele, quando existem cerca de 27 mil documentos no espólio e se sabe hoje que as publicações iniciais póstumas (muitas vezes se esquece que são póstumas e portanto correspondem igualmente a critérios editoriais e de publicação que não são os do autor) apenas publicaram (e infelizmente cristalizaram - texto e Obra) os textos considerados mais fáceis de ler/transcrever.
Por outro lado, há a questão do poder. Existem especialistas alicerçados na tal Obra cristalizada a quem não interessa o trabalho e o reconhecimento do trabalho, de outros que hoje nos trazem mais Pessoa - porque novos estudos ainda vai havendo. Outro detalhe curioso que pode fragilizar estes novos estudos é o facto de muitos serem femininos e terem de lutar contra figuras masculinas académicas muito dominantes na análise literária portuguesa - o que fragiliza a sua recepção (ainda noutro dia li um artigo onde se dizia que, em ciências, as mulheres são menos citadas pelos colegas do que os homens; não me admirava que nas literaturas também fosse assim).
Enfim, sendo eu da Filosofia, envergonho-me também das poucas leituras filosóficas dum autor desta envergadura; e das poucas leituras não literárias, em geral.
Sabem o que vos digo? Ainda vão ser os brasileiros a fazer de Pessoa o autor mundial que merece ser - que já é, mas que podia ser mais ainda, não nos faltasse visão, ambição e trabalho...

Pedido

Aceitam-se sugestões de restaurante barato para jantar na baixa do Porto com cerca de 100 estudantes. Não sei se isto não será surrealista, uma vez que só me lembro de cantinhos mínimos e o fantástico Imperial McDonaldizou-se:(

3.20.2006

A Inocência e o Pecado II

Inês Pedrosa voltou à carga na Única desta semana. Como não tenho acesso ao link, transcrevo:
"Dias virão em que a polémica sobre o casamento dos homossexuais nos parecerá tão abstrusa quanto nos parece hoje a polémica sobre a alma dos negros ou a bruxaria. A diferença entre o nosso tempo e esse outro, de há apenas dois séculos, reside nessa pequena frase cuja verdade aprendemos a reconhecer: «É apenas uma questão de tempo». A História não serve para grande coisa, porque nenhum tempo se repete e as pessoas não dispensam o encanto do erro e a vitalidade erótica do improviso. Mas essas horas que passámos na escola a arquivar reis e sistemas sociais deviam pelo menos ensinar-nos a relativizar as miudezas do mundo, ensinar-nos que aquilo que nos tem feito sobreviver como espécie é o Amor, nas suas múltiplas e gloriosamente confusas declinações, e o Sexo, também infinito, substantivo carnal da curiosidade e da entrega, irmão do Amor e pai da Guerra que só no Amor se apazigua. Isto é simples, e está escrito desde Homero, e só não nos facilita a vida porque ninguém quer ter tempo para parar e olhar para dentro do tempo. Temos medo de cair - meninos pedalando furiosamente uma bicicleta de rodas demasiado altas, com medo de nos espetarmos no chão à primeira paragem. «Do chão não passas», dizia-me o professor Hermenegildo Candeias, do velho Sport Algés e Dafundo, quando eu hesitava diante do plinto, e essas lições de ginástica têm-me valido em todas as vertigens existenciais.

Vivemos depressa para vivermos pouco, temendo que o excesso da vida nos leve à morte. Tudo nos leva à morte; o que mais pode adiá-la é a coragem de intensificar a vida, uma coragem que consiste na escuta dos nossos sonhos mais profundos. Mas os sonhos são entidades obscuras e comprometedoras, escavadas na terra do coração como as grutas onde morámos no breve tempo da adolescência, quando pecado e inocência se assemelhavam a centelhas de luz num mesmo diamante. «É apenas uma questão de tempo», dizemos, depois, quando o diamante de desfaz entre os nossos dedos e se transforma num feixe organizado de «questões» separadas. Ora, não há questões separadas; o tempo é a única questão, a nossa pele progressivamente enrugada - nem isto aprendemos ainda? Esticámos o tempo da vida para, aparentemente, vivermos menos - com uma paciência para com a crueldade que não tínhamos quando éramos menos sábios e, por conseguinte, mais cruéis.

O ostracismo social a que votamos as pessoas que amam pessoas do seu próprio sexo não tem hoje qualquer sustentação «teórica» ou «científica». Sabemos que a orientação sexual não é uma doença e não é uma opção. Sabemos que o facto de ser homossexual não diz rigorosamente nada sobre a «bondade» ou a «perversidade» de uma pessoa, nem sobre a sua capacidade de assumir compromissos permanentes. Entre os casais mais felizes e estáveis que conheço encontram-se vários casais de homossexuais - e especifico esse estado de felicidade, sempre difícil de descrever, porque a estabilidade não é um valor em si mesmo, ao contrário do que os múltiplos poderes que se cruzam sobre as nossas vontades nos querem fazer crer. Talvez seja tempo de investigar a que ponto não será o culto económico da «estabilidade» responsável pelo pavor do compromisso que ataca as nossas sociedades. Se abafarmos a necessidade de surpresa e de instabilidade das pessoas, aproximamo-las da «estabilidade» dos rebanhos - o que, ironicamente, tem consequências económicas desastrosas. A Espanha, mesmo aqui ao lado, já percebeu que o que instabiliza perigosamente um país é que os seus cidadãos não tenham direitos iguais - e aprovou, tranquilamente, o casamento
civil dos homossexuais.

O que fazem as religiões é lá com elas: há dias, uma jovem que aspira a casar pela Igreja Católica porque, no seu conceito, «a festa assim é mais bonita», mostrava-me, revoltada, as folhas do curso de preparação para o matrimónio em que a magia íntima da atracção física surge reduzida a «uma inclinação espontânea e instintiva, impulsiva, egoísta e possessiva». No mesmo curso, distribuem-se fichas de «apreciação» à noiva e ao noivo com itens diferenciados: enquanto se pede ao noivo que avalie «as qualidades como dona de casa» da noiva, a ela pede-se que avalie «a atenção à família» do futuro cônjuge; enquanto a noiva deve avaliar se o seu querido tem «personalidade forte», o noivo deve avaliar se a sua amada tem dotes de «doçura e ternura». Disse-lhe: quer casar católica, agora já sabe em que consiste o catolicismo. Numa religião, a pessoa, se quiser (e só se quiser) inscreve-se e acata - e ninguém tem nada a ver com isso. Há gostos para tudo, até para viver sob a violência do duplo padrão.

Já quanto ao casamento civil dos homossexuais, nenhuma sociedade que se diga democrática pode fazer outra coisa - sob pena de, perpetuando a discriminação, estar a legitimar a violência contra os discriminados. Tal como ninguém pode ser obrigado a assumir os direitos e deveres que um casamento implica, nenhum par de amantes pode ver o seu amor escorraçado pela lei, caso pretenda assumir esse compromisso de vida. Mete-se pelos olhos dentro que o assassínio de um transexual por um bando de adolescentes é consequência directa de ostracizações sucessivas, quer dos homossexuais, quer dos adolescentes, que cresceram privados do direito essencial que qualquer pessoa tem a um lugar de afecto personalizado (vulgo, família). Mesmo os mais liberais titubeiam quando se fala de consentir a adopção a pessoas homossexuais, «porque a criança será discriminada na escola», esquecendo que essa discriminação desapareceria através da norma - exactamente da mesma forma que os filhos de pais divorciados que, há vinte anos, eram postos de lado pelos «normais», hoje são considerados iguais aos outros. Esta conversa é a outra versão do célebre «eu não sou racista mas preocupo-me com o que sofrerão na escola as crianças mulatas». Não é uma questão de tempo - é sempre e só a cegueira de quem nunca se aventurou a escutar a voz do Amor. E não há outra. "
Ainda por cima, lindo!

Mais Maitenas:)

Forte concorrência à Vanessa e à Cidália vem... do Murcon:)

Fernando Gil

Morreu ontem. Um português dos poucos que se pode dizer que era um filósofo. Um homem que li e que estudei, apesar da fraca impressão com que dele fiquei quando fui sua aluna de mestrado: como pessoa duma antipatia e presunção que roçavam o execrável; pedagogicamente dum egoísmo sem limites (como podia um homem daquela erudição e sistematicidade centrar todo um semestre numa obra obscura do séc. XVII, na qual tinha um interesse muito particular, e nada dar aos alunos da sua versão mais sistemática das coisas? No mesmo mestrado Carrilho contrastava pela riqueza e complexidade das referências que nos deu).
Como filósofo? Vou citar um excelente resumo da sua última obra que retirei do blog Amor e Ócio (Hélder Castanheira):
"Recordo o seu livro "A Convicção" onde ensina que não há convicção sem razões, o que faz diferença faz à simples crença; não há razões sem convicção, ao fim e ao cabo, o sentido de uma demonstração é convencer. Simplesmente, tratando-se de uma demonstração completa, ela convencerá a ponto de dispensar a convicção. De uma forma paradoxal, poder-se-ia dizer que a convicção é, a um tempo, o que mais empenha e o que menos empenha. A solução deste aparente paradoxo reside no empenho subjectivo que nos leva a apostar a vida em algo (no limite, o empenho é o do próprio sujeito face a si mesmo quando afirma “Sou!”) estar assente numa objectividade desempenhada. Mas não suficientemente. Trata-se de uma quase necessidade. E se isto permite uma analogia entre uma lógica da necessidade e uma lógica da convicção, que Fernando Gil ensaia, o certo é que é neste “quase”, que faz a diferença entre convicção e necessidade, que se joga todo o sentido que possa fazer o empenho. Fosse demonstrada uma proposição e escusado seria, a seu propósito, afirmar uma convicção. Exemplificando, não se dirá “estou convicto de que 2+2=4”, embora faça sentido dizer “estou convicto de que uma certa política é uma boa política”. Por isto, a convicção jamais chega a ser critério suficiente da verdade. Mesmo as convicções podem ser falsas. O que não quer dizer que não possa ser critério – as convicções permitem afirmar, ainda racionalmente, aquilo que de outro modo não poderíamos afirmar. Este empenho é também a medida de uma seriedade face à verdade – por o sujeito jogar-se na afirmação das suas convicções, estas têm o sentido de uma seriedade que legitima a acção onde esta não possa ser inteiramente demonstrada. E é ainda aqui que se joga o carácter necessitante da convicção – convenço-me porque a isso sou obrigado em virtude de um certo regime de coerência interna das minhas crenças que, caso não me obrigasse a mim próprio, seria posto em causa. No limite, a convicção prende-se com a vida; ela traz, sob a sua obrigação, um esteio na própria identidade do sujeito."
A ironia está na última frase: Fernando Gil negava o "sangue na guelra" da vida dos sujeitos, os seus conflitos, as suas contradições; a sua era uma "filosofia do conhecimento." Tentou ser a filosofia luminosa e simétrica da metafísica das sensações do seu irmão, menos erudito mas mais humano, José Gil. Mas no final, claudicou. E isto diz tudo sobre os conflitos interiores deste homem de direita. Paz ao seu corpo.

3.19.2006

Patricia Duncker

Já que estamos a falar em escritoras que me soam como lésbicas, mesmo antes de o saber, não posso deixar de referir a deliciosa Duncker, em Portugal traduzida com A sombra de Foucault.
Magníficos são também os contos de Monsieur Shoushana's Lemon Trees (não me lembro a quem os emprestei; se andar por aí acuse-se se faz favor) e a história do trans James Miranda Barry. Há mais, que desconheço.
Também é outra que a Gradiva bem podia continuar a traduzir. Please!
P.S. - Parabéns à srª professora Paula Costa que a escolheu como obra de análise na sua cadeira de literatura comparada na Nova.
P.S. 2 - e há mais duas novas sensibilidades literárias lésbicas que não faço ideia se são lésbicas ou não: Amélie Nothomb e a menina que escreveu aquele conto da mulher que se transforma numa porca - alguém se lembra do nome?

A.M. Homes

Esta é uma das minhas autoras fétiche. Ontem fiquei felícissima por encontrar um romance dela na feira do livro manuseado, por 5 euros, e que me tinha escapado aquando do lançamento: Terra de Mães. Tou a devorar!
Em Portugal talvez se lembrem do perturbante O Fim de Alice. Ainda não traduzido o igualmente perturbante Safety of Objects, conjunto de contos. E há mais, que ainda não li.
Ora, eu tinha ficado com a pulga atrás da orelha de que esta senhora seria lésbica, já desde O Fim de Alice - apesar dos livros não terem nada de directamente lésbico.
Noutro dia reparei que o nome dela apareci no genérico do L Word... E não é que ela é a produtora, que o Safety of Objects foi transformado em filme por Rosa Troche, etc, etc. Um filão de sensibilidade lésbica a explorar!
Aqui os livros publicados e uma pequena entrevista. Não há ninguém que os traduza? Please, please, please, vá lá Editorial Notícias!
E lá está Pedro Mexia, é giríssima sim, mas não é para o teu dente:) No sentido literário, também.

Olhá Vanessa!:)

Afinal a Vanessa sempre vai dando as caras:) Ei-la aqui, em trabalhos com os seus ex-casamentos felizes, neste artigo desta semana no DN.
Não sei se a Ana Sá Lopes já se dedicou também à ideia de que ex-casamentos "felizes", a existirem, só os com filhos. Os outros, os sem filhos, só são "felizes" se não foram realmente casamentos:)
Mais perspicácias da Vanessa aqui (do armazenamento compulsivo ou, diria eu, da dificuldade em abandonar) e aqui (do rasto dos amores, até os mais fúteis).
As Vanessas e as Cidálias são as nossas Maitenas - e são muito necessárias.

Assexuais - lgtbia?

O Correio da Manhã publica hoje um interessante artigo sobre assexualidade, muito graças às declarações do neuropsicólogo Carlos Rodrigues.
A assexualidade começa a surgir como mais uma identidade sexual e, para mim, é assim uma espécie de quadro branco, ou seja, o gesto final do nosso paradigma sexual em crise, que se caracterizou pela invenção dum corpo sexualmente mapeado (separando zonas erógenas de zonas não erógenas), de actividades físicas que seriam sexuais (separadas de actividades físicas não-sexuais), e de identidades sexuais (caracterizadas por usos específicos desse corpo sexual e dessas práticas sexuais).
Nesse paradigma, a assexualidade tem tanto direito de cidadania como qualquer outra identidade sexual. Mas, mais importante do que defender ou patologizar a assexualidade é analisar o quanto nela pode existir de cumplicidade em actividades físicas, que podem ser para esses sujeitos ditos assexuais (ou para qualquer um de nós numa determinada fase da vida ou das relações), tão sexuais como a prática sexual tradicional mais escandalosa.
Clarificando: o que me parece perigoso, porque necessariamente incompleto como relação humana, é a relação sem qualquer tipo de cumplicidade física - nesse sentido, considero que as pessoas que se relacionam via net, como se fossem meras almas (e não incluo neste grupo as que praticam sexo virtual), pessoas com relações incompletas. Qualquer outra relação/cumplicidade física que as pessoas entendam consensualmente considerar erótica ou amorosa, para mim está muito bem.
Ou seja, quando critico as definições de lesbianismo des-sexualizadas, que falam do lesbianismo como irmandade feminina, ou irmandade política, ou seja, sem qualquer relação física que seja interpretada pelos agentes como erótica, o que critico é a falta de corporalidade da definição, e não estritamente/classicamente a sua falta de sexualidade. É neste sentido que sou uma lésbica pró-sexo - mas mais correcto seria dizer-se pró-corpo-em-relação.

3.18.2006

Filmes

Eu que me babo por um Cronenberg devo dizer que História de Violência não me convenceu.
Também não gostei de O Muro (digamos 3,5 em 5, não é que seja mau).
Fora do circuito, ou seja, visto em casa, pasmei para Hero de Zhang Yimou, um dos filmes mais belos, se não o mais belo, que já vi.
Também em casa, e pelo meio dos barretes lésbicos habituais, sugiro Girl Play - não é excepcional mas é inteligente e tem alguma piada. Já sabem onde procurar.

3.16.2006

Exército de insectos cyborg

As aplicações militares continuam a ser o motor de muita da prática científica de hoje, o que diz muito da relação entre a "neutralidade" das investigações e o poder político-militar. Aqui podem ver como se prepara a realização de insectos biotecnológicos controláveis à distância para atacarem o inimigo...

Prevenção de DSTs

As Panteras Rosa traduziram e publicam agora um folheto de prevenção de DSTs no sexo lésbico. Muito bem!

3.15.2006

Festival de Cinema

A CML aprovou um apoio anual de 30 mil euros ao Festival de Cinema Gay e Lésbico. Não é muito ( mas é o mesmo que para o DocLisboa, por ex.) mas tem a vantagem de ser um contrato para 3 anos.

Ordenamento do Território

Agora que ando nestas coisas do associativismo local também me apraz ver a quantidade de intrumentos de ordenamento do território recentemente aprovados ou encomendados e, é claro, aguardo com expectativa o plano de intervenção concertada na Baixa-Chiado do Comissariado de Nogueira Pinto. O plano pode não ser a coisa mais consensual do mundo mas intervir sem plano e sem estratégia global, como se preparava para fazer a SRU, é que não!

Novo PNAI

"Resolução do Conselho de Ministros que determina a elaboração do PNAI (2006-2008) e define as estruturas de elaboração e acompanhamento do Plano Nacional de Acção para a Inclusão.

Esta Resolução, hoje aprovada na generalidade, determina a elaboração do Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), para o período de 2006-2008, que é o documento, multi-sectorial e multi-dimensional, de coordenação estratégica e operacional das políticas de combate à pobreza e à exclusão social, em observância da Estratégia de Lisboa e fundado em objectivos comuns aplicados a todos os Estados da União Europeia.
A Resolução define, também, as estruturas de elaboração e de acompanhamento do PNAI, alterando a composição da Comissão Interministerial, de modo a adequá-la à actual composição do Governo e à diminuição do número de participantes. Neste contexto, a Resolução define, ainda, a missão do grupo de trabalho do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, que passa a integrar representantes das estruturas com responsabilidades em matéria de igualdade de género e de imigração e minorias étnicas, bem como do Fórum Não Governamental para a Inclusão, com o estatuto de observador.
Por fim, a Resolução estabelece Setembro de 2006 como prazo final para a elaboração do PNAI".
Há que lutar contra a exclusão do movimento e das causas da discriminação com base na orientação sexual! Portugal era dos poucos países europeus que não as incluía no PNAI e parece querer continuar a sê-lo!

Ai a paridade é pouco?

Outras medidas apresentadas recentemente para calar aqueles que dizem que o Governo só se preocupa com a democracia formal:
Metas 2006-2009
Creches
+ 50%
Centros de Actividades Ocupacionais (CAO)
+ 10%
Lares Residenciais
+ 17,5%
Serviços de Apoio Domiciliário a Pessoas com Deficiência
+ 30%
Centros de Dia
+ 10%
Lares de Idosos
+ 10%
Serviços de Apoio Domiciliário a Idosos
+ 10%
De referir também uma articulação do PNAI (Plano Nacional de Acção para a Inclusão ) com o Plano Nacional para a Igualdade (PNI) ao nível da introdução da dimensão do género na dinamização e avaliação da Rede Social nacional. Pena, e incompreeensível, que as outras discriminações continuem de fora de ambos os planos...
Meus amigos, na profissão docente o Governo está claramente a abusar do excesso de oferta no mercado de profissionais que são dos mais habilitados e mais mal pagos (e com menos "privilégios" - é este agora o termo para os direitos dos trabalhadores, né? - em toda a função pública). Já sem falar na forma como não garante que não aconteçam regimes de autêntica escravatura nas escolas privadas, em que as Direcções enriquecem desavergonhadamente e os professores trabalham dezenas e dezenas de horas não remuneradas como extraordinárias e até não remuneradas de todo! Ainda estou à espera de ver medidas contra os abusos de contratação e privilégios (estes sem aspas porque muitos se apoiam em contextos profissionais que deixaram de existir mas cujas compensações continuam como se existissem) nas autarquias e nas forças militares (já para não falar em medidas não adiadas na classe política). Mas na luta contra a discriminação das mulheres, a coisa avança - e também há mais penas para a violência doméstica, né?

Reforma do Código Penal

Tanta coisa e não se encontra a proposta em lado nenhum. Mas já há dois aspectos que me preocupam: quando se fala em defesa das crianças e nos estamos a referir a adolescentes entre 14 e 16 anos (crianças?!); que continuem a ser penalizados os crimes com adolescentes (hetero e homo) entre os 14 e os 16 se houver "abuso da inexperiência" (o que é a experiência? o que é a experiência sexual? o que é a experiência sexual num adolescente? Não se pode reduzir a experiência à "prática de"...); que a orientação sexual da vítima aparentemente só agrave as penas de homicídio (em tudo o resto podem fazer o que querem sem que o Estado defenda particularmente os que são mais potencialmente vítimas?!).
Resumindo: des-infantilize-se definitivamente o adolescente (aliás, numa sociedade como a nossa não se compreende que se esteja a tentar fazer o caminho contrário); faça-se da homofobia uma consideração transversal a todos os crimes contra pessoas.

Época balnear:)

A praia ontem estava óptima obrigada!

Notas

Artigo contundente de Inês Pedrosa, "A inocência e o pecado", na Única desta semana: "As auto-denominadas pessoas sensíveis não serão capazes de descortinar uma relação entre esta crucificação de um transexual [e refere-se a Gisberta e à violência sexual, anal, sobre ela exercida] e o que elas próprias pensam e dizem de homossexuais e transexuais? Evidentemente que não. São inocentes - como as crianças [remate irónico do artigo]."
Prémio Nós Já Sabemos Quem Soindes:) Vós para: artigo de Nogueira Pinto no DN, apoiando-se no eterno feminino para contestar a paridade; e para Graça Moura, também no DN, dizendo que a discriminação das mulheres deve ser combatida onde existe, mas que não existe na política, uma vez que até nos podemos inscrever nos partidos...

3.12.2006

Legendas em leitores de Divx

Vou pôr isto aqui para os motores de busca encontrarem e outros desgraçados não terem de passar pelo mesmo aperto que eu passei para descobrir como se ligam as legendas de um cd ou Dvd divx.
Ora, no caso do meu Grundig Livance GDP 2400/2 faz-se o seguinte:
- no menu da raíz (Root) que aparece selecciona-se o ficheiro das legendas e depois pressiona-se o botão de legendas do comando (uma bola com um traço horizontal); aparece no ecrã "DIVX SUBTITLE SELECTED"
- depois selecciona-se o filme e carrega-se no play
É fácil, no caso deste leitor é baratíssimo, mas o facto é que não vem nas instruções, não existe na net em português e vi-me grega para arranjar a informação.
Parece que é um procedimento comum nos leitores de Divx, esta forma de seleccionar legendas, mas nem sempre vem explicado; por isso, antes de maldizer a sua compra, experimente fazer isto com o seu.
Nota: com o meu isto funcionou depois do firmware de update que fui buscar à grundig.com (muito fácil de instalar: basta copiar o ficheiro para um CD e pô-lo no leitor e deixar correr SEM MEXER EM NADA; ele termina sozinho). Mas talvez fosse o mesmo sem o update (eu é que fui a correr instalá-lo em desespero de causa).

3.11.2006

Vanessas e Cidálias

O DN é um mundo!:) Isto digo eu que só hoje conheci a crónica O sexo e a Cidália (lá está, não se pode conhecer tudo:)).
Para primeira crónica gostei mais do que da Vanessa, mas foi da Vanessa (que é feito?) que me lembrei. Não serão amigas, a Vanessa e a Cidália?:)
P.S. Também digna de menção a opinião da f.

3.10.2006

Sexta-feira

O fim-de-semana já não tem mais qualquer graça sem o mouzo:( [sorry friends, that's the way it is]

Frida no CCB

Lá fui ontem, finalmente.
Vi praticamente tudo o que é famoso e ainda não tinha visto. Já tinha visto os mais significativos que lá não estão em Veneza, há tempos.
Mas fiquei surpreendida com a apresentação da exposição, o folclore, a total psicologização e mediatização da autora e o confragedor esquecimento dos elementos propriamente artísticos. É isto que querem ensinar aos miúdos numa das exposições que será provavelmente das mais visitadas por escolas este ano? Que ver pintura é ver todo o circo à volta do autor, conhecer as suas "obssessões" e vida privada, e não haver um textozinho que seja sobre a relação destes trabalhos com a restante pintura?
A não ser uma frase da própria, na entrada, a dizer que não é surrealista porque não pinta sonhos?!!! Uma frase em que a pintora não compreende o surrealismo, nem tinha de compreender... Mas nós hoje temos obrigação de saber mais e ensinar melhor, não?
Enfim, é só merchandising e os quadros são apenas mais um dos objectos merchandavizáveis...

3.09.2006

O mínimo é estar lá

VIGÍLIA POR GISBERTA
Frente ao Patriarcado de Lisboa
Campo de Santa Clara
5ª feira, 9 de Março, às 19h
Mais informações aqui

Precisa-se

Preciso de computador portátil emprestado, de 31 de Março a 16 de Abril.
Pode ser antigo porque é principalmente para trabalho de texto. Não tem que ter bateria boa, basta que funcione ligado à corrente.

Asus e Founder são os outros Origami

O Asus tem uma câmara de 1.3 pixels e o Founder tem um processador Pentium de 1 Ghz (que o Asus tem também a 900 Mhz Celeron). GPS e ligação a TV digital são opção em ambos.

Samsung é (um dos) Origami













O origami sempre é um qualquer PC ultramóvel (UMPC - Ultramobile PC) com ecrã de toque (o tal novo software Microsoft é um sistema operativo para isto: Windowns XP Tablet Edition para Touch Pad).
As fotos são do Samsung Q1, que tem as seguintes características: 779g (1.7 pound) 9 x 5.5 x 1-inch mini-tablet with a 7-inch touchscreen LCD, 900 Mhz Celeron M ULV processor, 40GB drive, 512MB RAM, 802.11b/g, Bluetooth 2.0, GPS and DMB options. Resumindo, um iPod PC com um ecrã de jeito! Ou ainda, uma consola portátil PC (ou seja, um PC que se opera como quem joga). Vá lá... reconheçam que é bom. É a Microsoft mas é muito bom:)
O preço? Ainda não se sabe.

Cunningham

Terminei "Dias exemplares". É lindo!
Além da proeza propriamente literária de colocar a poesia de Whitman em três contextos literários diferentes (na Revolução Industrial; no policial com a investigadora a la Cunningham; na ficção científica), os contos surpreendem e maravilham pela forma como retratam o amor como relação entre seres, sempre, de espécie diferente - e em relação desigual com a morte. Reconciliado com todas as perdas e diferenças, como Walt Whitman.
P.S. - Quem adaptar este livro para cinema tem aqui um estouro garantido!

Muito bem!

Sócrates defende paridade
Foi com a Constituição na mão que José Sócrates justificou ontem a necessidade da lei. Antes de mais porque no artigo 9º se diz que uma das tarefas do Estado é a de promover a igualdade. "A Constituição manda que haja esta lei. Não diz que devemos dar tempo ao tempo", explicou o primeiro-ministro à plateia maioritariamente feminina que compareceu ao debate "A Mulher na Vida Pública", promovido ontem na AR pelo grupo parlamentar do PS.
Respondendo a todos os que criticam esta iniciativa , Sócrates afirmou: "Não acredito que o problema da representação das mulheres se resolva com o tempo. E sei-o por experiência própria. Se nos estatutos do PS não estivesse preto no branco que um terço das listas deveria ser composta por mulheres, não teríamos as deputadas que temos hoje.
"O argumento de que "as quotas são humilhantes para as mulheres" também faz rir Sócrates, que lembrou a experiência de outros países, onde foi necessária uma lei que abrisse as portas às mais competentes. "Este é o momento para quebrar este ciclo vicioso", defendeu.
DN de hoje
Esclareça-se este ponto:
Odete Santos acusou o PS de visar outros propósitos: "Esta flor com espinhos da paridade serve apenas para mascarar os verdadeiros objectivos do PS de distorcer a representação proporcional"
DN de hoje
E avance-se!

3.08.2006

Teresa e Lena

Depois de abusos e violências várias em Aveiro a Teresa e a Lena lá conseguiram arranjar casa em Lisboa e provavelmente até emprego. Mas a vida continua com algumas dificuldades (vão ter que tomar por boa a minha palavra pois não vou entrar em detalhes) e a ajuda financeira continua a ser necessária.
Vou colocar aqui de novo a conta para darem mais uma ajudinha, tá?
CONTA DE SOLIDARIEDADE E CORAGEM, em nome de ambas, no balcão do Marquês de Pombal da CGD, com o seguinte NIB:003501370000437830075

Cinema

Excelente: Boa noite e boa sorte! (fiquei a respeitar ainda mais aquele Clooney; nem uma gaja boa no filme quando podia ter mil:))
Quase excelente: Mrs. Henderson Presents (desculpem, eu sou uma rapariga demasiado séria:)
Bom +: Coisa Ruim (a banda sonora pareceu-me várias vezes fora de tom; um ou outro detalhe do argumento não é escorreito - mas vê-se muito bem)
Bom - : Doce Tortura (tem os habituais planos fantásticos deste tipo de cinema asiático mas é pancadaria a mais para o meu gosto)
[E sim, ando a curtir as mágoas no cinema... Enfim, há vidas piores:)]

Jornalistas e tribunais

Segundo este artigo são estas as situações em que pode ser considerado que um jornalista coloca em perigo o procedimento criminal:
Em primeiro lugar, quando o jornalista noticiar meios de prova ou de obtenção de prova em curso ou por produzir - por exemplo, buscas, escutas telefónicas ou apreensões de documentos, ou ainda que determinada testemunha vai ser ouvida pelas autoridades judiciárias.
Em segundo lugar, quando forem divulgadas medidas de coacção ou de garantia patrimonial ainda não executadas. Noticiar que um arguido vai ser preso preventivamente, ou que prestou uma caução, passa a ser considerado um ilícito susceptível de pôr em perigo o procedimento criminal.
Em terceiro lugar, haverá sempre punição caso sejam divulgadas as identidade de testemunhas sob protecção ou de agentes encobertos.
Parecem-me todas adequadas. E parece-me que vai acabar a mama do jornalista e do agente judicial que, sem qualquer trabalho, lucravam à custa de informações cuja divulgação pode de facto prejudicar uma investigação. Sobra mais e melhor trabalho para o jornalista e para o agente judicial sérios.

(Sem título)

8 de Março de 2006, Dia da Mulher em Portugal.
Terminou a minha relação - e não era com um homem.
Terminou a minha relação - e não era escondida.
Terminou a minha relação - e tenho emprego que me sustente.
Terminou a minha relação - e tenho mais do que um quarto meu.
Terminou a minha relação - e posso até escrever disparates num blog:)
Terminou a minha relação - mas eu estou longe de ter terminado
Obrigada a todas as mulheres, e especialmente às lésbicas, que construiram um mundo possível, digno e cheio de futuro para todas as mulheres que terminaram as suas relações. Obrigada girrrrls!

3.06.2006

Gisberta e a Igreja Católica

Agora que se aproxima a vigília por Gisberta à porta do Patriarcado (Campo de Santa Clara, 5ª feira, 9 de Março, às19h) talvez comecem a surgir as reflexões sobre uma questão fundamental no meio de tudo isto: que educação dão afinal as instituições ligadas à Igreja Católica? O que pode ou não o Estado exigir-lhes? Eu penso que tem que lhes exigir que cumpram a lei. E, no caso, a lei é que não será permitido incentivar a discriminação e o ódio contra qualquer cidadão, no caso cidadãos cumpridores e pacíficos, como os homossexuais e os transexuais.
As crenças religiosas, numa dada sociedade, não podem estar acima da lei. Ou, a serem diferentes dessa mesma lei, não pode o Estado confiar-lhes cidadãos ideologicamente indefesos, como o são as crianças. Essas crenças terão de ser vividas privadamente. Resumindo: em consciência, num grupo de amigos, todos podem ter as crenças morais e religiosas que entenderem; promovê-las publicamente e com isso colocar em perigo a vida doutros cidadãos, ainda por cima com o patrocínio do Estado, isso é que não. [E eu estou a medir, sim, todas as consequências do que digo e assumo-as - eu reconheço um inimigo institucional quando o vejo; não finjo que não o vejo - e também não finjo que somos amigos...]
Sobre estes temas veja-se este corajoso editorial de hoje do DN:
Gisberta
A morte de Gisberta, transexual assassinada por jovens das Oficinas de S.José, e os problemas recorrentes em outras instituições do mesmo género, como a Casa do Gaiato, voltam a colocar estas casas de acolhimento de menores em risco no centro de um debate que poucos querem fazer.
Na sua génese, estas instituições ligadas à Igreja Católica tiveram um papel de grande importância na protecção social de menores, particularmente relevante em épocas marcadas por grandes convulsões políticas. Substituíram, desde logo, as lacunas do Estado em matéria de acção social.
Os desafios que hoje se colocam, contudo, são diferentes. Algumas dessas instituições não evoluíram e permanecem agarradas a projectos educativos ultrapassados, não admitindo ser questionadas de fora, como bem se viu na forma como foram demolidas as inspecções feitas pela Segurança Social à Casa do Gaiato, nem são dirigidas por pessoas com uma visão contemporânea dos problemas que se colocam na formação de crianças desprotegidas, sem família e sem laços de socialização adequados.
O Estado é o financiador dessas instituições, mas o facto de basicamente comprar um trabalho que, em muitos casos, poderia ser executado por si tem-no inibido de exigir mais profissionalismo, soluções mais técnicas do que aquelas que são puramente marcadas por uma lógica de misericórdia, de fiscalizar a aplicação dos dinheiros.
A forma como foram abatidos os técnicos que fizeram a inspecção à Casa do Gaiato há dois anos é o resultado desta crónica autolimitação do Estado por medo da influência da Igreja, mas é inaceitável. Deve discutir-se o trabalho que fizeram mas não se pode partir do princípio de que aquele é um território excluído a qualquer escrutínio. Tal como será inaceitável se não forem levadas até às últimas consequências as investigações a fazer às Oficinas de S.José, se não forem questionados os seus métodos e os seus responsáveis.
O que se passou no Porto e conduziu à brutal morte de Gisberta é demasiado próximo da bestialidade humana para que tudo fique na mesma. Para que a morte desta pessoa (excessivamente identificada por todos, padres, políticos, jornalistas, meramente pelas suas sucessivas exclusões - transexual, sem-abrigo, toxicodependente - e não pelo nome próprio) não permaneça como o símbolo da nossa própria tragédia. Do nosso silêncio envergonhado. Do nosso racismo social. Da nossa implacável indiferença.
Eduardo Dãmaso

3.05.2006

Ainda o Público e a Gisberta

O Público ainda não é só o JMF.
Tivemos direito a uma coluna interessante de Esther Mucznick, a uma notícia sobre a missa rezada a Gisberta (bem feita à excepção de que quando se referia que afinal a autópsia tinha comprovado que ela tinha sido atirada ainda viva ao poço não se dizia "a autópsia é conclusiva ao contrário do que o Público tinha noticiado") e ainda um bom editorial de sociedade de São José Almeida.
Vicente Jorge Silva, por outro lado, também estava amuado com o politicamente correcto e parecia querer dizer que assim, com outras vozes diferentes dele no jogo, e que há que respeitar tanto quanto ele, já não brincava.
Quanto a hoje, ainda nada me constou. Mas lá está, eu não compro o Público.

Ficções documentais

Capote escreveu uma.
Mas eu li outra. Li "Um quarto que não é seu" de Alicia Bartlett, na colecção lésbica da Bico de Pena, colecção Pena de Pato. E gostei. Muito. A autora cruza excertos do diário duma criada de Virginia Woolf com excertos do diário da escritora, ficcionalizando a sua interacção, mas apoiando-se igualmente em alguns dados do contexto político-social da época. Um excelente romance, que é também um excelente ensaio, sobre as diferenças de classe entre mulheres à época e sobre algo ainda hoje fundamental: como o feminismo, mesmo e até principalmente o mais académico, tende sempre a fechar-se a muitos e muitas que dele precisam...
Mas vi também outra ficção documental curiosa: O Céu Gira. Sobre o cruzamento poético dos tempos: o tempo geológico, o tempo histórico, o tempo existencial, etc. Dá para perceber que fazer isto usando o género documental é obra, não? É, é.

Capote

Penso que o actor merece o Óscar. Digo já isto de caras para não pensarem que não atentei nas características da representação.
Mas para mim a grande questão do filme é esta: o que implica testemunhar? Será realmente possível, como afirma Fernanda Câncio, mergulhar e sair do mergulho ileso? Ligar e desligar o interruptor? Ou não será este mais um mito da objectividade jornalística, documental, das ciências sociais? Penso que sim, por uma razão simples: nós não conseguimos ser indiferentes ao humano, ao Outro, mesmo que não nos identifiquemos com ele. Nós somos sempre esta relação com ele, não resistimos a re-negociá-la, mesmo quando mergulhamos de escafandro:)
É assim como com o amor: nunca se sabe quando ligamos e desligamos o interruptor. Ou já lá estamos ou já não estamos:)

Uma imagem, mil homofobias II

Não sei se estão lembrados que aqui há tempos defendi que a foto de capa do Público da Teresa e da Lena era profundamente homofóbica. Houve quem dissesse que isso era rebuscado ( o que até concedo) e que ninguém pensaria a questão como simetria de iguais, como não alteridade, etc. Ora vejam as declarações de hoje, em entrevista ao «Correio do Vouga», de D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais :
"Hoje, por aquilo que há pouco referi acerca das escolhas de cada indivíduo e das possibilidades técnicas para o conseguir em termos de transformação do seu próprio corpo, a complementaridade masculino/feminino parece estar em causa, mas realmente não está. Qualquer transformação ou possibilidade tecnológica – mudar o sexo ao longo da existência, por exemplo – não contraria aquilo que continua a ser uma evidência até para a própria sobrevivência da humanidade: a alteridade masculino/feminino.
Além disso, uma cultura “homo” (e não “hetero”), negando essa alteridade, fecha cada indivíduo em si mesmo e, portanto, dificulta a aceitação da diferença do outro que a própria diferença do sexo induz. Tudo quanto seja fechar-se no “homo”, nesse sentido unissexual, ou atenuar a alteridade como própria da humanidade parece-nos ser, mas em termos pura e simplesmente humanos, para já, um atentado ao crescimento da humanidade. Isto não significa que não se atenda ao percurso individual, ao crescimento de cada um, ao respeito pelas suas etapas. Mas sem desistir deste horizonte de heterossexualidade. "
Como vêem, em termos de mensagem, não há diferenças entre as palavras de um Bispo e a capa do Público - e isso talvez diga alguma coisa também quanto a alinhamentos do jornalismo português "independente"...

3.04.2006

Os valores - e causas - do cidadão JMF II

"(...) para JMF o problema, afinal, está em haver jornalistas que assumem opiniões e causas que lhe fazem, por razões que só ele sabe, confusão e que, ainda por cima, começam a ter acolhimento no mainstream.
Em causa, afinal, estão as causas de JMF e as suas campanhas pessoais (e pessoalizadas) - e talvez o facto de não ter presente que entre as motivações mais nobres do jornalismo está, historicamente, a denúncia das injustiças e a luta por uma sociedade mais livre. (...)"
Resposta de Fernanda Câncio ao ilustre Director, hoje no DN

Nazismo sexual

A Igreja Católica é inequivocamente responsável, pela ideologia que claramente defende, pelo incentivo a crimes contra transexuais e homossexuais, ou seja, por nazismo sexual.
Considere-se o que se pensaria daqueles jovens e daquela instituição (Oficinas de S. José) se estivessem a cargo duma organização nazi e tivessem assassinado um judeu...
Responsabilidades como estas terão um dia de ser totalmente assumidas! E reparadas...
[e é este o não dito da Vigília que tem que ser dito]

VIGÍLIA POR GISBERTA

Frente ao Patriarcado de LisboaCampo de Santa Clara5ª feira, 9 de Março, às19h
PARA DIGNIFICAR A MEMÓRIA DAVÍTIMA
PARA EXIGIR A PROFUNDA REFORMA DO SISTEMA DE PROTECÇÃO E ACOLHIMENTO DE MENORES EM RISCO
PARA EXIGIR LESGISLAÇÃO ABRANGENTE CONTRA OS CRIMES MOTIVADOS PELO ÓDIO E PELO CONJUNTO DOS PRECONCEITOS ASSOCIADOS A ESTE CRIME

Ainda TransAmérica

O André disse-me que tinha adorado a composição da personagem transexual (assim como outras personagens), principalmente o trabalho de voz. Ora, do ponto de vista técnico concordo; do ponto de vista político isso só me irrita mais e me faz pensar em todos aqueles filmes de brancos a representar negros. Ora, não existirá já uma boa actriz transexual para fazer um papel destes na América?!!!!

E eu tenho a opinião que os Directores de jornais deviam estudar mais

O que pensariam vocês se por exemplo o reitor duma Universidade Portuguesa afirmasse que existiam poucos estudantes negros a estudar matemática porque eles talvez não tenham tanta aptidão ou interesse por essas matérias quanto os brancos?
Estando ele em posição de decidir incentivos ou não ao acesso desses mesmos negros ao estudo da matemática, pensam que teria condições para prosseguir no cargo?
Ora, há quem pense que o Presidente duma das mais prestigiadas Universidade do mundo, Harvard, pode afirmar que as mulheres talvez tenham menos aptidão ou interesse pelas matemáticas do que os homens, e continuar a reunir condições para desempenhar o cargo; como se, ainda por cima neste cargo, isso fosse uma simples opinião. Felizmente assim não foi entendido e o sr. teve que se demitir.
Incrível é, que perante as consequências que uma tal "opinião" poderia ter na forma de gerir a instituição para as mulheres, essa mesma pessoa ainda considere que a vítima foi o dito Presidente (e ainda dizem que a vitimização é património dos esquerdistas), afirmando até, imagine-se, que foi assassinado - com tudo o que de insensível e desumano significa para todos aqueles que foram de facto injustamente assassinados...
Realmente, se pensarmos na qualidade do nosso jornalismo cinetífico no que a artigos sobre a diferença sexual diz respeito, não admira que ainda haja pessoas com responsabilidade no jornalismo português que pensam que este tipo de afirmações é uma mera opinião...

3.03.2006

Ajudar é uma festa!

Festa solidária - Contra a homofobia
com a Teresa e a Lena

Depois do acto corajoso de tentarem casar, a Teresa e a Lena encontraram ainda mais dificuldades do que antes tinham. Com todas as portas fechadas, precisam da nossa ajuda para se mudarem para Lisboa. Participa! Aparece!

DJ's Besunta Ajax

Sábado, 4 Março, 22h
Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa Rua de S. Lázaro, 88Metro: Martim Moniz Autocarro: 100 Telefone: 218 873 918

3.02.2006

PC portátil com Windows Tablet

Por enquanto os palpites vão de facto para um multi-funções, PC, mas com aspecto de leitor multimedia, ou seja, com um Windows a funcionar em quadro, táctil. Nice, hein?

Tácticas publicitárias

Esta coisa do José Manuel Fernandes ter escrito um artigo disparatado no flop que foi a Atlântico, é apenas um golpe publicitário para ajudar os seus amigos e para aumentar as vendas.
Ora vejam lá quantas vezes é que a Nova Cidadania, outra resma de direitistas incompetentes, tentou fazer o mesmo? Eu digo-vos: quase em todas as capas:) E isso valeu-lhes de quê? De nada. Já ninguém pensa como eles. É isso que os faz diaparar em todas as direcções:)))

TransAméricaS

Fui ver TransAmérica. Não posso dizer que tenha sido uma desilusão porque não tinha de facto muitas expectativas.
Este filme fez-me lembrar alguns filmes americanos com supostos transgénero da década de 80 - é de facto horrorosamente mainstream.
Antes de me adiantar mais gostaria de salvaguardar um aspecto: eu não sou a pessoa mais adequada para falar deste filme - o que não quer dizer que seja totalmente desadequada. Mas resumindo: oiçam os transgénero, não liguem ao que eu diga.
Em primeiro lugar a América é hoje a única terra dos múltiplos géneros, ou seja, a única onde existem realmente comunidades de pessoas que se vêem a si próprias como nem homens, nem mulheres - gender outlaws, genderfuckers, genderbenders, eu sei lá!
Mas não são estas as comunidades retratadas. O que não é totalmente descabido porque Américas há muitas e o estudo geográfico do transgenderismo americano ainda mal começou. E existirão por lá pessoas como a personagem central do filme, certamente. Mas serão poucas, não tanto pela forma como é uma pessoa nascida genitalmente macho que tenta ser como a sua imagem duma mulher estereotipada da classe média, mas principalmente pela forma como nos é apresentada como uma personagem quarentona psicologicamente saudável no meio duma imensa solidão e falta de reconhecimento. A grande maior parte das pessoas que vivam no contexto que nos é apresentado suicidam-se. E este não é um detalhe de somenos.
Um aspecto muito importante do filme, mas que é tratado com demasiada leveza, é a forma como as pessoas que queiram fazer operação genital para mudarem de genitais têm que se sujeitar a uma patologização prévia da sua condição, mesmo que se sintam equilibradas - veja-se a entrevista psiquiátrica em que a personagem não sabe se deve responder preto ou branco para lhe ser dada a autorização. Outro aspecto levianamente tratado é o poder que todos os psis têm sobre estas pessoas, exigindo-lhes uma coerência de género, e no caso até de vida, que muitos de nós, e deles (psis), não têm.
Outro aspecto horroroso do filme é a total des-sexualização da personagem: a personagem tem um arroubo romântico com um homem mas nunca é retratada como uma pessoa com desejo sexual. Ora isto irrrrita-me! Vá lá, vá lá, aparece um casal lésbico trans, ambas M/F - também excessivamente romanticizado mas enfim...
Finalmente, a opção por fazer um filme sobre a América gender outlaw com uma personagem que deseja um total re-alinhamento com o estereótipo feminino: não desvalorizando a necessidade das pessoas que o pretendam, não deixa de ser o transexualismo mais convencional deste mundo...
Resumindo: já perceberam porque é candidato aos Óscares?

Microsoft iPod hoje?

A Microsoft lança hoje o Origami - há algumas suspeitas de que possa ser um leitor multimédia portátil, ou seja, concorrência para o iPod. Seria uma espécie de vários (desdobráveis) em um. Mas não há qualquer certeza quanto ao tipo de coisa que será afinal... Mistério....
Mas, pelo que andei a ver no site da Microsoft, parece-me mais ser um Windows multi-aplicações, virado para uso empresarial, e específico para aparelhos wireless. No entanto, o conceito de múltiplo desdobrável presente no Origami é demasiado bom realmente, para não ser usado num produto portátil multi-funções...
Já sei! Um multi-funções portátil (algures entre o leitor multimedia e o palmtop) mas com ligação à rede através dum novo Windows! Xiiii! Vai arrasar! Se tiver disco que chegue...

As medalhas do Sr. Presidente

Pois, é a piada do momento, apesar de ter sido corrigida a ideia de que são muitas - são menos 25% do que as que concedeu Soares e menos 1% dos que as que concedeu Eanes.
Mas a mim o que me chateia é que são, mais uma vez, todos homens.
E depois, concentradas num determinado evento, lá virão as medalhas, especiais, para as senhoras.
Paridade medalheira, já!

Profissão: jornalista

Eu que me dediquei por uns tempos a estudar jornalismo, não tanto a sua prática quanto a sua forma de produção, e que me fartei de rir com a forma mítica como os jornalistas se encaram a si próprios (que, aliás, conseguem difundir muito bem - veja-se os jornalistas a comentar as limitações que os tribunais lhes impõem), não posso deixar de citar um excerto dum post da Fernanda Câncio, num exercíco de auto-análise muito curioso, sobre algo que é perceptível de fora mas que é raro vindo de dentro:
"a traição de truman, no entanto, é só uma caricatura da sempre traiçoeira promessa de todo o jornalista ao entrevistado, tanto mais traiçoeira quanto mais bem sucedida na sua ilusão empática (ilusão em que os dois, jornalista e outro, se iludem).
fale para mim, só para mim. eu oiço. estou aqui para ouvir. estou aqui para compreender e absorver.estou disponível. estou só para si.
isto tem um tempo: o tempo da utilidade.
não é raro os entrevistados apegarem-se a quem assim lhes manifesta o penhor de uma quase impossível entrega (em troca da deles, claro).
mas isto liga-se e desliga-se. como um interruptor.
e depois dessa entrega impossivelmente laboriosa, impossivelmente inteira, queremos descanso. queremos o fim.
penso nisso como um mergulho numa longa piscina, um longo mergulho em que sustenho o ar até ao limite, até à meta, até que a pressão do sangue e da asfixia me tiram dali.
depois disso não tenho mais uso para aquilo. é pura delicadeza que me impede de o dizer e de agir em conformidade.
percebo o truman. conheço em mim a mesma crueldade."
Só que não é crueldade. É profissionalismo - e é, ou deveria ser, a modalidade mais laica da escuta confessional.

Desigualdade social continua a aumentar

Portugal continua a marcar pontos num dos principais índices de sub-desenvolvimento mundial: o fosso entre pobres e ricos. Neste fosso já somos dos primeiros, mas a diferença continua a aumentar! Sinal de subdesenvolvimento que se alastra ainda mais se soubermos que 70% dos dirigentes laborais em Portugal têm menos formação que os subordinados...
Também no trabalho por conta de outrém os homens continuam a ganhar em média 30% mais do que as mulheres...
Por fim, que impostos pagam estas pessoas? Como é possível termos a média de descontos que temos se temos esta média de remuneração por conta de outrém? Pois é, sou funcionária pública, ganho mal, e pago de impostos mensais um valor que é igual a 50% do que efectivamente ganho... E consideram-me pertencente à classe média, sem direito a montes de apoios e subsídios que todos os que não os pagam têm...
"O ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal situava-se, em Abril do ano passado, nos 945,39 euros, segundo um estudo da Direcção-Geral de Estudos, Estatística e Planeamento (DGEEP). Por hora, os trabalhadores ganharam entre 5,54 euros e 5,05 euros.
O estudo sobre "Ganhos e Duração do Trabalho" revela ainda que, no mesmo mês de 2005, um trabalhador com cargo de direcção auferia um ganho mensal 300% superior ao de um operário indiferenciado, registando um aumento salarial de 8,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esta diferença salarial é ainda mais significativa quando se compara os valores das remunerações base. Os dirigentes recebem um ordenado base superior em 354% ao dos operários.
Na análise da evolução das remunerações, o estudo da DGEEP conclui que genericamente os ganhos dos trabalhadores sofreram um aumento real de 2,2% em relação ao mês anterior.As diferenças continuam também na comparação entre sexos. Em Abril de 2005, os homens ganhavam em média 1051,78 euros, um aumento homólogo de 4,5%, e as mulheres 791,81 euros, mais 4,2%. O inquérito conclui que 4,8% dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo estavam abrangidos pelo salário mínimo nacional (374,70 euros). "
(JN de hoje)

3.01.2006

Interregno (quase) obsceno

Um interregno para mencionar duas coisinhas:
- saiu a Stuff, uma fantástica revista de gadgets (primeiro nº oferecido com a Visão)
- ao lado está o extra mais supérfluo e cobiçado do momento (e também brevemente o mais contrafaccionado): uma capa em cabedal iPod para o iPod.

Prado Coelho

Prado Coelho escreve hoje uma coluna de opinião sobre a Gis onde não refere a sua transexualidade e a motivação transfóbica do crime.
Há alguns dias Prado Coelho referiu, num telejornal que comentava, o facto da vítima ser diferente e a questão da tolerância à diferença e da diversidade em Portugal. Muito de fugida e muito vagamente, mas referiu.
Porque silencia agora Prado Coelho? Porque cede a pressões invisibilizadoras quem antes viu? Porque não consegue juntar-se ao grupo dos que vêem?
Todos somos humanos e Prado Coelho tem ainda um longo caminho de comming out para fazer (e com isto não me estou a referir a nenhuma homossexualidade do próprio)...
Ele e o país.

Este blog denuncia a tentativa de branqueamento dum assassínio

Mas que notícia é esta? Não confessaram os autores do crime todo o tipo de violências que praticaram e duração das mesmas? Onde estão as dúvidas?
Quase se chega ao ponto de dizer que, se a Gisberta ia morrer, não faz diferença terem-na matado... Que absurdo! Que escândalo!
P.S. - A versão da autópsia inconclusiva é também hoje publicada no Correio da Manhã. E a inacreditável frase " no caso de se concluir que as agressões não foram a causa directa da morte "...
TVI, Sic, Expresso On Line e Diário Digital apressaram-se a citar a versão do Público.
O Público interpreta (escandalosamente) as consequências legais duma autópsia e todos o citam - isto é que é jornalismo de qualidade, hein? O Público já é a Lusa. Que digo? O Público é Deus! Um Deus independente, justo, e cheio de valores de bom senso, é claro...

Este blog não pactua com a invisibilização da Giz

Ajuda

Em solidariedade para com a família de Gisberta, a transexual brutamente assassinada recentemente no Porto, foi organizada uma recolha de fundos para proceder a transladação de seu corpo para o Brasil cujo valor é bastante elevado. Quem estiver interessad@ em contribuir, poderá faze-lo nos bares Boys'R'Us, Moinho de Vento, Pride Bar e café Lusitano que gentilmente estão a colaborar com a recolha desses fundos até à próxima segunda-feira.