Blog duma gaja... bem... esquisita, estranha, tarada:) Enfim... queer!

1.30.2006

Teresa e Lena na RTP 1

Acabei de as ver no Telejornal (brigada Milucha). Estiveram muito bem. Muito bem também esteve o texto e a peça.

PornoQueer

Depois de ter ontem descoberto este maravilhoso blog, que aconselhava ver este maravilhoso filme, acrescento aqui hoje um link para este maravilhoso site. Que por sua vez linkava a este curioso blog. Y viva Espãna!

O seu a seu dono/A sua a sua dona!

Apesar de criticar a foto de primeira página do Público penso que é justo mencionar que as reportagens sobre o assunto de sábado e domingo estão exemplares. Curioso também são as excelentes peças sobre o movimento feminista português que acabam por coincidir em datas de publicação com esta notícia. Acompanham-se muito bem mutuamente e a história tem destas ironias - depois de tantos medos e afastamentos aqui estamos todas juntas de novo:)

1.29.2006

Nómadas queer

Estas coisas são sempre uma grande alegria:)

Uma imagem, mil homofobias

Falemos desta foto de primeira página do Público de ontem. A primeira vez que lésbicas portuguesas são foto de primeira página. A coragem da Teresa e da Lena em grande, poderia e deveria ser essa a imagem.
Em vez disso temos uma coisa totalmente diferente. E que representa a imagem do casal? A total e especular simetria do idêntico. Onde está a homofobia? Pois bem, está na velha tese de que os homossexuais recusam a heterosexualidade porque têm dificuldade em lidar com o diferente. Como se todos, cada pessoa, não fossemos diferentes uns dos outros, como se todos os homens fossem iguais a todos os homens e todas as mulheres a todas as mulheres e como se não houvessem homens e mulheres bem mais idênticos entre si do que determinados homens entre si ou mulheres entre si. Srª fotógrafa Carla Carvalho Tomás, fez um rico servicinho à homofobia, obrigadinha!

Gonçalo M. Tavares

"Jerusalém" e "Histórias Falsas" foi o que li até hoje. No último o autor refere qualquer coisa como desejar "exercer um ligeiro desvio do olhar em relação à linha central da história da filosofia", o que é de facto mais expressamente visível nas Histórias.
Mas em Jerusalém temos as personagens em diálogo com a dor em Wittgenstein, o horror em Arendt, a saúde e o poder em Nietzsche (é mais um ligeiro desvio do olhar em relação aos grandes temas negros - daí estes serem "livros pretos" - da filosofia contemporânea). Mas não se assustem. Tudo isto sem qualquer referência explícita à filosofia e deixando total liberdade literária ao desenvolvimento da personagem (que não são irritantes tipos filosóficos). Resumindo, os livros são muito interessantes, por vezes brilhantes, mas não totalmente perceptíveis (o que é sempre bom:). Sobre a escrita terei provavelmente que ler outros - ela é talvez demasiado precisa e rigorosa nestes livros; não foge ao autor. Mas não deixa de ser literária e não filosófica - talvez porque os personagens vão fugindo.
Independentemente de se gostar muito ou muitíssimo dos seus livros M. Tavares é um exemplo do que se deve fazer para tentar escrever hoje - como ele diz, ler, ler muito, e escrever sempre, provavelmente em volta do que se lê. Só quando se leu determinados livros/autores se pode estar à altura de os eleger como interlocutores. E M. Tavares realmente leu e está à altura de nos dar esse prazer.
Fiquei curiosa sobre uma coisa: M. Tavares inscreve-se no espaço público imediatamente como escritor e nada se sabe da sua formação académica. Línguas e Literatura, Filosofia? Talvez a sua formação académica seja precisamente tudo o que tão bem leu...

Gabrielle

Sim eu sei que houve quem tenha escrito críticas demolidoras e quem se sinta realmente aborrecido com este filme.
A essas críticas respondeu muito bem João Lopes:
"Este texto foi publicado na revista «6ª», do «Diário de Notícias» (27 Jan. 2006), com o título `Quem ama quem?`.
Num mundo afogado pelo naturalismo moralista das telenovelas, que espaço ainda existe para o melodrama? Uma resposta possível estará neste prodigioso «Gabrielle», realizado por Patrice Chéreau a partir do conto The Return, de Joseph Conrad, incluído na antologia «Tales of Unrest» (primeira edição: 1898). Se o melodrama resulta de uma aliança particular entre “música” e “drama”, então esta é uma viagem a paisagens remotas da sensibilidade humana, encenada através de um tom operático que resulta tanto da música original (da autoria do italiano Fabio Vacchi) como da subtil musicalidade interna de todos os detalhes visíveis e emoções invisíveis. Esta é a crónica de uma crise conjugal em ambiente burguês do começo do século XX (a adaptação, co-assinada por Chéreau e Anne-Louise Trividic, transfere a acção para Paris, cerca de 1912). No centro da crise está o súbito abandono do lar por parte da mulher, Gabrielle (Isabelle Huppert), trocando o marido, Jean (Pascal Greggory), por outro homem. Quando Gabrielle regressa, no final do mesmo dia em que escrevera uma carta ao marido a despedir-se para sempre, o casal confronta-se com a dramática reavaliação de toda a sua vida comum: quem ama e quem é amado? Estamos muito longe do estilo asséptico das reconstituições históricas em que os sinais de uma determinada época são tratados como uma obrigatória mais-valia “artística”. Chéreau fixa-se obsessivamente na belíssima teatralidade das palavras, a ponto de sentirmos cada diálogo como o palco de uma obstinada procura da verdade. Ao mesmo tempo, as pulsões amorosas emergem como “coisas” que rasgam todas as hierarquias sociais e financeiras — veja-se, por exemplo, a admirável sequência em que Gabrielle se confessa à sua criada, Yvonne (Claudia Coli). Chéreau chegou, assim, a uma espantosa e paradoxal síntese expressiva: por um lado, o seu trabalho continua a possuir a imponência de «A Rainha Margot» (1994); por outro lado, o realismo reencontrado em «Intimidade» (2001) trouxe-lhe um gosto minimalista pelas mais remotas convulsões dos actores e das palavras. «Gabrielle» é uma apoteose desse cinema que não abdica da sua singularidade expressiva."
João Lopes sempre foi quem educou o meu olho cinematográfico, por isso não admira que concorde sistematicamente com ele - acho que nunca discordei, em qualidade, da avaliação que fez dum filme - se bem que, no conteúdo, poderíamos falar de coisas diferentes ao falar dessas qualidades do filme.
Bem, e Gabrielle é, para mim, a evidência de que quando escolhemos, ou de cada vez que escolhemos um amor infinito, o vivemos como tal, acreditamos nele como tal, infinito e grandioso, até ao último minuto, mesmo que todos os sinais do quotidiano o contradigam (e o filme invoca dois tipos de contradições quotidianas: a conjugalidade na aparente indiferença, personificada no marido, e a não convivência quotidiana, personificada na esposa). E que só a total falta de esperança instala nele e na sua crença o golpe mortal.
A grandeza do filme, a sua subtileza e lentidão, deve-se ao facto dele se instalar nesse último minuto, no minuto da decisão entre prosseguir a total crença ou a total descrença, num Match Point (que é um ponto de decisão final mas também um ponto de acasalamento - matchmaker, matchmaker, make a match...) muito mais à superfície da pele, dos ouvidos, dos cheiros, do que o de Woddy Allen.

1.27.2006

Casamento lésbico

No próximo dia 1 de Fevereiro de 2006 pelas 14,30 Horas a Teresa e a Lena vão apresentar-se na 7ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (sita na Avenida Fontes Pereira de Melo, nº 7 – 1º andar em 1050-115 Lisboa), onde requereram já a abertura do respectivo processo de publicações. Luís grave Rodrigues, advogado que publicita a notícia no seu blog, convida tod@s a aparecer.
Parabéns aos três, e especialmente à Teresa e à Lena que não receiam dar a cara por aquilo em que acreditam.
Em Abril de 2004, quando pela primeira vez sugeri que seria possível tentar uma estratégia jurídica idêntica a esta, de entre 12 casais que surgiram nem um se dispôs a uma coisa bem mais simples: a afixação dos seus nomes num edital anunciando o casamento.
Considerando a dificuldade inerente à visibilidade lésbica no nosso país, que tem sido sempre mais complicada do que a gay e trans, estão duplamente de parabéns!
Apesar do casamento não ser a minha instituição preferida, e de preferir eventualmente um outro contrato, exactamente com os mesmos direitos mas com outra combinação de possibilidades e, especialmente, com outros deveres, lá estarei.

1.26.2006

Ali Smith

Acabei a minha primeira Ali Smith, "The Whole Story and other stories" (brigada Isabel!). E concordo contigo, "May" é o melhor. Pelo devir-árvore da personagem e até de quem a ama. Porque o que é amar senão devirmo-nos mutuamente (eu disse devirmo-nos, atenção aos trocadilhos:)? Ou o que é devirmo-nos (porque sempre que devimos aquilo em que devimos muda também) senão amar? De forma plana e imanente, indiferente ao prazer, simplesmente desejante (ai Deleuze, já me andas a dar a volta à cabeça rapaz!:).
Mas também "The start of things", o último conto, sobre como por vezes é tão pouco o que nos faz desistir, ou o que nos faz não desistir, do que é tudo para nós, o nosso amor. Match Point, como diria o parvo do Woody Allen.
E ainda todos os delirantes contos de livrarias, bibliotecas e livros.
Cómico, perturbador e comovente, e ainda com uma escrita muito própria - percebe-se os prémios.

Regina Spektor

Esta cantora foi uma sugestão da Diva. E tinham razão. Todos os álbuns são bons.

1.25.2006

Eleições Estatutos SPGL

Frequentemente me tenho aqui queixado do impasse em que se encontra a possibilidade de participação efectiva no SPGL. Eis o texto que afixamos na minha escola. Se é colega sindicalizado no SPGL, não deixe de votar!
"Eleições para os estatutos do SPGL
Colegas:
Frequentemente foi por nós diagnosticado que a forma de organização do SPGL consagrada nos Estatutos tem diversas deficiências, nomeadamente uma Direcção central enorme e défices de participação das bases.
A 2 de Fevereiro (quinta-feira) vão realizar-se eleições. Não sabemos onde estarão as urnas, mas eventualmente podem não estar na escola. Para que os colegas não deixem de votar lembramos que:
É permitido o voto por correspondência, desde que, cumulativamente:
- o boletim de voto esteja dobrado em 4 e contido em sobrescrito fechado que por sua vez é introduzido noutro sobrescrito;
- neste segundo sobrescrito deve constar o número e a assinatura do associado acompanhada de fotocópia do cartão de associado;
- este sobrescrito, introduzido noutro, seja endereçado e remetido por correio registado ou entregue em mão ao Presidente da Comissão Eleitoral.
A morada da Comissão Eleitoral é:Rua Fialho de Almeida, 31070 - 128 Lisboa

Recomendamos vivamente que votem na Proposta D em http://www.spgl.pt/cache/bin/XPQ3jTwXX1634eV28FetSMaZKU.pdf

Esta proposta consagra um número menor de membros na Direcção Central (50), uma maior participação das bases (Direcções de Zona – 5 professores de dois graus de ensino) em diversas iniciativas sindicais, nomeadamente na convocação de Assembleias e a sua participação nos Corpos Gerentes, um novo artigo sobre Direitos de Participação e Expressão (que acolhe as nossas sugestões sobre publicitação de moções, etc), a obrigatoriedade de mais reuniões ordinárias do Congresso, da Assembleia Sectorial de Delegados e do Conselho Fiscal e a criação de um novo órgão central do Sindicato, o Conselho Geral (uma espécie de órgão fiscalizador e consultivo da Direcção), e a criação de um fundo de greve.

Por ser esta a proposta que nos parece ir mais de encontro às nossas necessidades de efectiva participação, aconselhamos o voto nela."

1.24.2006

Deleuze

Desculpem, esta já foi. Também fui apanhada de surpresa. Colóquio hoje no Franco-Portugais. Bastantes boas apresentações. Muita gente fresquinha no trabalho sobre o autor. Bastante consistência.
Muito pouco feedback do público - a indesculpável quase total ausência dos académicos portugueses pode estar na base disso. Mas fundamental é acreditar que estes colóquios podem servir para convocar um povo de leitores, de filósofos. Nesse sentido, a sala estava cheia e a expectativa era muita - e sentia-se autêntica e atenta. Traduzindo: a sala estava cheia não de estudantes que vêem cumprir a obrigação de ouvir o seu professor, mas provavelmente de ex-estudantes de filosofia e das artes, provavelmente há muitos anos à espera de, em português, terem acesso a Deleuze, a debater Deleuze. Parabéns e obrigada ao Prof. Nuno Nabais por esta aposta.
É óbvio que me identifico com estes trintões e quarentões que lá estavam. Li algum Deleuze pontualmente - as suas leituras de Espinosa, de Leibniz, de Kant, na faculdade. O que foi sendo traduzido em português depois, Difference et repetition, não me lembro se parte ou todo Logique du Sens. O livro de Sousa Dias, aí há 10 anos, única leitura portuguesa publicada. Há meia dúzia de anos o Anti-Édipo e, este Verão, em Toledo, cidade da grande tradução, Mille Platêaux (escusado dizer que a combinação foi mágica). Digamos que me sinto madura para recomeçar a ler Deleuze de fio a pavio. E já faltou mais para isso - este colóquio foi a convocatória final:)
Fantástico mesmo era ler, ao mesmo tempo, por ordem cronológica de escrita, Deleuze e Foucault.
É que não é por acaso que algum Deleuze é hoje uma das grandes inspirações dos estudos queer.

Homossexualidade e judaísmo

Todas as que, como eu, saquem tudo quanto é filme lésbico que lhes aparece sabem que existem 80% de possibilidades de se estar a sacar um filme australiano ou judeu!:) Eles são aos molhos!
Daí que, quando comecei a ver "Trembling before god" pensei: mais um filme judeu, cool, costumam ser muito cómicos. Mas este não era. Era sobre o sofrimento por que passam os judeus ortodoxos, com o seu extremado sentido de comunidade e família, para lidarem com a marginalização/ostracização da sua homossexualidade. Um bom retrato dum fantástico sistema de tortura...

3ª Série L Word!

Alô girrrrls! Já existem alguns episódios da 3ª série do L Word para sacar no emule!

1.22.2006

Google Video e Google Video Blog

A Google está a dar forte na promoção dos seus serviços para venda de vídeos. Não só o Google Vídeo mas também um blog de promoção do Google Vídeo, o Google Vídeo Blog. Basicamente, estão a querer acabar connosco, os simples blogs com umas fotozitas para dar umas cores:) O que vem aí é o blog cheio de audiocasts e videocasts. O audiocast ainda não sei onde alojar, mas o videocast aloja-se aqui, põe-se uma imagem de link no blog, e já está, temos o nosso videoblog!

World Tracker

A ideia inicial foi usar a ligação entre telemóveis e GPS para oferecer aos utilizadores a localização duma série de serviços por perto de que poderiam necessitar e de que não saberiam a localização.
Agora, com o World Tracker, localiza-se o próprio utilizador para terceiros - desde que este o permita. Mas lá está: que poder tem um utilizador de telemóvel dominado por... um marido... um pai... um patrão, para dizer "não, não quero que você saiba onde estou a toda a hora!" Esperemos que alguém ponha um fim nisto!

Lusocast

Motor de busca podcasts em português! Obrigada karlus!
E, para quem se quiser atrever, ouvi dizer que este software é o mais fácil.
Vá. Quero podcasts lgbti em português, já!

Wearable iPod

Já há alguns anos que o MIT desenvolve os seus projectos de Wearable Computing. Mas parece que está aí a chegar o objecto que vai dar o grande pontapé (financeiro e de marketing) a estes projectos: a Levis IPod, ou melhor dizendo, as Levi's RedWire DLX, ou seja, a associação de uma âncora de roupa a uma âncora tecnológica, a preços razoáveis. Uma bomba, é o que é!
[Podem ver aqui casacos desportivos com Bluetooth, mas lá está, as marcas não são líderes de mercado...]

Richard Swift

Atenção amantes de Anthony, Rufus e afins. Saquem este senhor!

Modding

E por falar em automóveis, sou uma admiradora do tunning, ou dum estilo discreto de tunning: aquele que melhora artesanalmente o veículo, sobre todos os aspectos, mas sem que se perceba imediatamente que é tunning. Outra coisa que me fascina é o tunning sobre veículos antigos ( e também vos hei-de falar como adoro relógios dos anos 50 e como acho fascinante recuperá-los:).
Bem, mas o modding: o modding é o tunning para as caixas dos PCs e teve recentemente o primeiro campeonato nacional português. Mas não se trata apenas de personalizar as caixas mas sim toda a máquina; é a estilização/personalização do upgrade. É o que tinha de ser.

Carpintaria

Eu adoro poder eu própria fazer coisas que se vejam, que se usem, que sejam bonitas. Mas a minha formação intelectual costuma sobrepor-se a tudo isto e raramente me deixo levar por estes projectos. Apesar de gostar especialmente de fazer peças em madeira, ou recuperar, especialmente mobiliário (paixão que me ficou dos escuteiros), ontem resolvi deitar mãos à obra e comecei a atacar pequenos problemas de carpintaria e estucaria da minha casa: uns tambores que precisavam de cera, uns rodapés que têm de ser acertados, algumas fissuras que têm de se tapar... Agora que vão recuperar uma série de casas por aqui, adorava ser carpinteira de restauros! Ainda me vou oferecer como ajudante a alguma obra:))
[qualquer dia falo-vos de como gostava de ser mecânica de automóveis:)]

Desaconselho

Não costumo referir coisas que vejo e das quais não gostei, ou que goraram expectativas; mas como depois vejo outros a enfiarem os mesmos barretes, vou enumerar umas poucas: não vão ver Flores Partidas, Nada a Esconder, Match Point (Woddy Allen não é Fellini e, se aquilo pretendia ser uma tragédia ao jeito dos gregos, vou ali e já venho) e ainda A mais velha profissão (teatro). As minhas desculpas a todos os ofendidos.

Le cool

Subscrevo esta agenda cultural praticamente desde o seu início e é daquelas coisas tão discretas e já tão parte da semana, que me tenho esquecido de vo-la a conselhar; se são de Lisboa, ora subscrevam e depois digam lá se não é boa.

1.19.2006

Vidas Alternativas

O único programa de rádio lgbt português lá prossegue no seu quarto ano de existência nas noites de 3ªf. para 4ª f. das 2 horas às 3 da manhã na rádio da Universidade de Coimbra. Igualmente está a passar na rádio Guadiana , on line e fm ,às 4ªfeiras das 22 às 23h. Também na rádio Hertz, em Tomar, à 5ª feira das 18-19 h, e na rádio do IST às segundas feiras. Aguardam que lhes comuniquem as horas das grelhas da rádio Universitária do Minho, e da rádio de Matosinhos. Por fim também em directo onde fica sempre alojado, e onde se pode fazer download. Bom trabalho António!

La mesa

Creo que es su olor, su cuerpo, llanura pequeña y maciza, que me lleva a estar cerca de ella.No tiene el vaivén que tiene el mar y sin embargo sobre ella, navego.No se lo he dicho nunca con palabras, pero a diario, cuando la acaricio, en mi manera de cuidarla, en el profundo silencio de la noche, mis manos le dicen secretos poemas que huelen a su origen, a madera, a bosque.Hace tiempo que me acompaña, pero desconozco su verdadera edad, no es joven, ni tiene estilo, solo es ella, ella conmigo, en la angustia de mis soledades, en la reunión de mis afectos, en los desafíos, a la hora de la verdad, a la hora del hambre y de la sed.A ella la iluminan mis flores, la humedecen mis lágrimas, sobre ella escribo besos, mi historia, el ritual de las caricias.Se desmigaja el pan de la ternura, ocurre la vida a diario sobre ella.
Obrigada Gabriela (uma amiga corajosa que tenho na Argentina:)

1.18.2006

SOS Serviços públicos

O "fantástico" sindicato a que pertenço, SPGL, divulgou apenas sexta-feira passada o conteúdo duma reunião realizada a 30 de Novembro com a Comissão de análise das carreiras públicas (e mesmo assim, não está na sua página). De acordo com essa divulgação o Governo prepara-se para desvincular o mais possível TODOS os trabalhadores (mesmo os do quadro) e contratar à tarefa pelo preço mais barato possível - é o Estado em versão empresa de trabalho temporário...
Ora, o meu "fantástico" sindicato, como está amuado com a Frente da Função Pública, nem com esta ameaça gravíssima aos funcionários e aos serviços entendeu dever concertar uma acção com ela. Pois, todos os dirigentes estão velhos, em fim de carreira, e estão-se a cagar para a carnificina que vai acontecer aos novos. Tachistas de m...!
[Já vos disse que a Direcção do sindicato inclui mais de 70 pessoas? E que às Assembleias não aparecem mais de 100, 120 (e não me venham dizer que é culpa dos professores; qual é a Assembleia de sindicato ou associação não lucrativa que é concorrida neste país? A culpa é da não promoção activa duma democracia participativa!)? E que vão haver eleições mas que aquilo está de tal forma artilhado e em auto-gestão - de tachos sindicais - que não há nada a fazer?]
E sabem qual é a luta/resposta que defendem: defender o Estatuto da Carreira Docente! Quando o Governo quer acabar com todas as carreiras da função pública!
E sim, já andei a ver opções... mas só me aparecem sindicatos que nem os Estatutos divulgam...

Ai, a minha vida...

Fiz um sonho novo. Tinha metade da cara descascada, dela tendo sido removida a pele antiga em crostas, das quais ainda sobravam algumas, poucas. Por baixo a pele era rosa, com uma ligeira penugem branca, cheia de pontinhos pretos espalhados (assim como a barriga de alguns animais). Metade da cara, cara-metade. Para bom entendedor uma imagem basta...

1.16.2006

Kiyoshi Kurosawa

Hoje vi dois filmes asiáticos: The city of lost souls de Takashi Miike (irónico mas demasiado caótico de argumento, maus actores, falsos brasileiros em todo o lado) e Bright Future de Kiyoshi Kurosawa, de quem só conheço este filme. Este último filme é sobre visionários e sonhos e sobre como todas as grandes visões ou grandes sonhos têem de ser, por definição irrealistas ou a-realistas. E ainda com uma poderosa metáfora filial: a paternidade do sonho é a realidade; mas esta nada significa sem este seu filho. E isto filmado com um subtil lirismo estético e narrativo. Bonito e interessante.

3ª série Nip Tuck

Já aqui tinha mencionado que já estava disponível para sacar. Para quem, como eu, duvidava que ainda lhe sobrasse sangue na guelra, garanto que estão enganados; acabei de ver o segundo episódio e é brilhante - o alargar das corporalidades humanas ou pós-humanas, continua a correr para bingo!

Livros de gays e lésbicas

Muito discretamente estão a ser publicadas traduções de autores estrangeiros gays e lésbicas pela editora Bico de Pena. Estão à venda aqui ou na própria livraria Apolo 70.
Além destes já me constou que estão a ser traduzidos dois da Ali Smith (de que já estou a devorar um livro de contos - obrigada Isabel!:)
Não é que não existam outros autores assumidamente gays/lésbicas que não estejam também a ser traduzidos (e isto não quer dizer que a sua literatura seja gay/lésbica). Esta é apenas a primeira colecção de ficção em que o critério editorial é exclusivamente esse.
Espero que o negócio corra bem pois que bem precisamos da tradução de milhentas coisas!

Música

Das dezenas de cds que saquei neste fim de ano, entre múltiplas recomendações de melhor do ano, vou chamar a atenção para três coisas das quais não ouvi falar muito, e que são todas excepcionais:
- Cheikh Lo com Bombay Gee (parece que de 2000)
- Camille com Le fil
- Sebastien Schuller com Hapiness
Boas ondas!

Kissi kiss bang bang

Para quem goste de cinema para divertir tem aqui um bom pretexto. Não é excepcional mas come-se:)

Por uma baixa habitada e cosmopolita

Para aqueles que tenham interesse nesta questão, é esta a lista que vou apresentar aos corpos gerentes da Associação de Moradores da Baixa Pombalina.

Há coisas que quanto menos se explicam mais se acreditam - é assim a fé, uma crença pelo absurdo. É assim o amor - sobrevive a tudo; mas não sobrevive à descrença.

1.13.2006

Cartas de Olinda e Alzira

Muitos poucos dias vai estar esta peça no D.Maria, o que é pena. É, a vários níveis, curioso o efeito causado pela interpretação por dois homens das duas personagens. Muito interessante também é a intevenção recorrente de Bocage, num processo de re-escrita e cruzamento dos seus próprios textos. Vão lá espreitar!

1.11.2006

Socialistas privatizam à descarada

Ora atentem nesta notícia. Fecham-se centros de saúde. Abrem-se novas unidades de atendimento de cuidados primários com mentalidade empresarial. Daqui a uns meses cria-se legislação para que mais cuidados primários possam ser prestados por privados. Ou seja, crescente privatização dum direito essencial dos cidadãos, um dos principais pelo qual pagam os seus impostos: os cuidados primários de saúde!
Esclareça-se duma vez o seguinte: os cidadãos são quem mais paga os seus impostos. O Estado tem efectivamente obrigações para com eles. Prestar-lhes o mínimo dos serviços não é roubar ao Estado - é retribuir o que é devido! Mesmo que isso implique, pontualmente, prejuízos. Para que existem os gestores públicos senão para gerirem globalmente e não pontualmente?
Por outro lado, se os serviços são assim tão deficitários, porque existiria interesse dos privados em pegar-lhes? Histórias muito mal contadas...
E outra: o alarmismo da Segurança Social ontem. Que não vai haver dinheiro para as reformas. Que todos temos que trabalhar mais anos e calar. E os fundos de reforma privados a crescer, a crescer. E o Estado a aceitar assumir as obrigações de fundos de reforma privados que só vão dar é prejuízo. Definitivamente, continuam a pensar que somos todos parvos!
E ainda, esta já é requentada mas na altura passou-me: que não há dinheiros públicos, que é preciso poupar. De quanto foi o aumento de gastos na Administração Pública em 2004? Trinta e tal por cento, trinta e tal por cento... E aumentos de 1,2 para a função pública. Ladrões, vigaristas, chicos-espertos!

Associação de Moradores da Baixa Pombalina

Alguns já se terão apercebido que tenho andado empenhada em constituí-la e pô-la a trabalhar. Brevemente vão realizar-se eleições e, conjuntamente com uns vizinhos, constituímos uma lista bem interessante, com um programa bastante bom. Vamos a ver se, lutando contra fortes interesses/aparelhos partidários/económicos, silenciamentos autárquicos e algum alheamento dos moradores, conseguimos mobilizar um número suficiente de sócios para se associarem e votarem em nós. Caso contrário, cá estaremos para nos mantermos super-atentos à orientação que se pretende dar a esta Baixa, assim como à forma de conduzir todo o processo - que tem que contar com os residentes como:
- cidadãos que adoram a Baixa;
- cidadãos activos;
- e cidadãos na expectativa duma forte melhoria da sua qualidade de vida diária.
Brevemente divulgarei a lista e o programa. Conto com o vosso passa-palavra!

Nietzsche

Já conclui as leituras - ganda entrada em 2006! Ao longo do ano, quando tiver tempo, talvez ponha aqui umas coisitas, nomeadamente algumas passagens em que não estava à espera que a versão original fosse tão veemente e clara - principalmente o valor que uma pessoa tão doente dava à influência e ao poder de uma boa saúde física - talvez fosse a sua forma de a ter e de partilhar dessa fonte de poder. E também a questão da confusão entre ser-se anti-igualitarismo e ser-se anti-democracia. E também considerações muito específicas sobre os Judeus. Quando tiver tempo e disposição...

Tadinho do meu gato!

Tenho andado ocupada a dar festas ao meu gato. Com complexos de culpa. Foi a castrar segunda-feira. Assanhou-se terrivelmente no fim, tadinho. Deve ter andado com dores porque até hoje de manhã não ronronava. Hoje dei-lhe muitos beijos. A ver se ele esquece. Parece-me que traí a confiança do bichinho na fofura da vida. Vamos lá a ver se ele volta a ter aquela descontração do comer, beber e receber festas. Até anda assustadiço:( Enfim, trair um gato é duro:))

1.07.2006

Reis e rainha

A transbordar de crueldade poética, em toda a liberdade de filmar, contar e ser, este filme é subtilmente inclassificável e simultaneamente familiar. Uma discretíssima pérola.

1.05.2006

Henrique Monteiro e os gays

Este ilustrado:) senhor é Director do Expresso há uns tempitos, poucos. Depois de ter andado a escrever textos homófobos toda a vida (vejam lá este comentário a um dos últimos) resolveu ter como primeira capa de grandes vendas (em desespero de causa, diria) uma sondagem que anunciava que 10% dos portugueses são homossexuais e que só Cavaco enuncia um tímido "talvez" ao casamento homossexual, face ao "sim" peremptório de todos os outros candidatos. E, segundo me constou, como vendeu!
Realmente, não há nada como estar preso pelos bolsos para decidir capas como estas, não é Henrique? Ou pensas tu que com isto provocas algum backlash? Enganas-te. O povo português, graças a espíritos conservadores como o teu, é muito dado a factos consumados. E, com esta capa, tu consumaste o seguinte: somos muitos; e além disso muitos, muitos mais, estão-se nas tintas para se casamos ou não casamos! O que significa: obrigada pelo empurrãozinho Henrique!
Ou como diz o Nietzsche: nada como ter alguém pouco inteligente a defender o contrário daquilo que defendemos:)

Festival de Cinema em Março/Abril?

Isto deve ser mais uma boutade da CML mas foi anunciado que o S. Jorge abrirá temporariamente em Março/Abril para acolher, entre outros, o Festival de Cinema Gay e Lésbico. Ora, no seu site, este está anunciado para Setembro. Espero que esta não seja alguma chantagem da CML no sentido de dizer "é em Março/Abril ou não é". Porque não vejo como pretendem eles que algo que se está a preparar para Setembro se faça já em Março... Vê-se o quão dialogantes são estes anúncios, não se vê?

1.04.2006

Lésbica ganha Whitbread Book Award

Ali Smith (aqui entrevistada pela Jeanette Winterson), escritora lésbica que desconheço e que em Portugal parece ser representada pela editora Bico de Pena (digo parece porque não sei se já a publicaram ou não) ganhou este prémio, nomeadamente ao pré-seleccionado Rushdie! Foi com o livro The accidental. A obra foi considerada pela crítica especializada uma releitura do clássico de Pasolini "Teorema" (1968). Este aspecto é muito curioso: a forma como criadores lgbt se têm destacado na re-interpretação de obras de outros lgbt, nomeadamente cruzando géneros.

1.03.2006

O pesadelo de Darwin

Fui ver este premiadíssimo documentário. É arrepiante e faz aquilo que não é comum em documentários anti-globalização: bate na Europa (traficante de armas para África, exploradora de recursos naturais africanos, etc, etc) e não nos EUA e deixa-nos com uma má consciência de todo o tamanho... Eu, por mim, vou passar a ter mais cuidado como consumo: viva o Comércio Justo!

Limite de imagens atingido:( Bah...

Atingi os 300Mb de imagens permitidos no Blogger gratuito. A partir de hoje para carregar umas terei de tirar outras. Vou começar pelas mais antigas e assim sucessivamente. Já não se pode ter um arquivo gratuito on line em condições, puxa!:(

Gilles Jobin

Hoje no CCB Steak House de Gilles Jobin. Pelo texto de apresentação hesitei em ir. Mas este texto fez-me desistir - parece que este trabalho é ainda uma nova visão muito incipiente, para não dizer algum facilitismo (face ao matematismo não narrativo das propostas anteriores). Por via das dúvidas, e como não conheço o que dizem ser o melhor do coreógrafo, vou tentar sacar os filmes das obras anteriores (de que esta foto é exemplo)!

1.02.2006

É lindo ou não é lindo?

Declaro este tipo de actividades um novo tipo de arte: este senhor faz, domesticamente, consolas, jogos de arcada, etc, etc. Lá porque são peças que se podem de facto usar, o seu look irónico, neo-tradicional, a componente do-it-yourself, a miscelânea, a criatividade enfim, fazem desta engenharia informática conjugada com um certo design uma forma de arte.
Aconselho vivamente a espreitarem todas as fotos do site, quer das máquinas já feitas quer do seu processo de construção, assim como as descrições dos filmes e outros empreendimentos de Ben Heckendorn. Sou fã!

Bom ano a todos cambada!:)

Ainda a restabelecer-me das caipirinhas e outros desastres:( desejo a todos um ano de arromba!