Blog duma gaja... bem... esquisita, estranha, tarada:) Enfim... queer!

5.31.2006

Ilegalidades II

A distinção que a proposta de novo estatuto da carreira docente, por razões meramente de tempo de serviço, pretende estabelecer entre professores e professores titulares, com funções, competências e direitos completamente diferentes, corresponde a uma discriminação indirecta com base na idade e é proibida por lei.
Porque não se admite que há professores com poucos anos de serviço extremamente competentes, por vezes até mais competentes que os mais velhos, em todas as funções que agora se querem atribuir exclusivamente aos mais velhos?
Se se pretende avaliar o mérito, avalie-se - mas não com ilegalidades à partida, com uma divisão que apenas serve como tampão de progressão de carreira e como forma de criar divisões entre colegas.

Inconstitucionalidades

A proposta do Governo para o novo estatuto da carreira docente propõe, entre outras coisas, critérios de progressão de carreira absolutamente ilegais, inconstitucionais e discriminatórios. Quando se diz que apenas podem aceder ao famoso lugar de professor tittular um terço dos professores do quadro de uma escola está-se a colocar um limite meramente administrativo à progressão, que não está de forma alguma baseado no mérito ou na igualdade, e que portanto discrimina profisionais de igual competência ao promover um e não outro por razões meramente administrativas. Do mesmo padece a norma que diz que o ME estabelecerá anualmente o número de vagas de acesso a estes concursos/lugares de carreira.
A exigência duma assiduidade de 97% para atribuição duma classificação igual ou superior a Bom, necessária à progressão para o tal lugar de professor titular, é ilegal porque não respeita o direito a faltas justificadas.

Recursos anti-discriminação

Vídeo da UE sobre novos direitos anti-discriminação no trabalho - em português.
Bastante claro - bom para escolas, sindicatos, etc, etc.

Super-iniciativa

O dicionário sai do armário "Aurélia", livro que cataloga termos do mundo gay, é lançado em São Paulo; família de Aurélio Buarque de Holanda e editora Positivo rejeitam a "homenagem"
NINA LEMOS COLUNISTA DA FOLHA
Será lançada amanhã, em meio a polêmicas, a livra "Aurélia, A Dicionária da Língua Afiada" (143 págs., R$ 24), pela Editora da Bispa. A frase acima está escrita na forma preferida de comunicação entre alguns dos integrantes do mundo gay, sempre colocando as palavras no feminino. Isso, segundo os (ou as) autores do primeiro dicionário de expressões gays do Brasil, o jornalista Victor Ângelo, 38, que assina com o codinome de Ângelo Vip, e Fred Libi, que prefere não se identificar e é descrito na obra como um "gay de nascença que refugiou-se nos estudos para entender o mundo que o hostilizava". De acordo com eles, o que era "o",vira "a" entre os homossexuais (leia ao lado). O título é uma alusão ao famoso "Aurélio", de Aurélio Buarque de Holanda, um dos maiores lexicógrafos do Brasil, morto em 1989. "Aurélia" contém 1.300 verbetes, todos descritos, na forma, como em um dicionário tradicional. "O nome é uma homenagem ao Aurélio. Ele é pop. Tanto que quando você fala em um Aurélio, se refere a um dicionário. Seria muito feio se fosse Houaissa [referência ao autor do "Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa", de Antonio Houaiss]. A prova de que é uma homenagem é que não chamamos o livro de "Houaissa'", explica Victor Ângelo.
Homenagem dispensada A tal "homenagem" não agradou a família do dicionarista nem a editora Positivo, que detém os direitos sobre as edições e comercialização do "Aurélio" desde 2003. O diretor de marketing do grupo Positivo, André Caldeira, afirmou que "tomaria todas as medidas judiciais cabíveis para defender a marca". "Quero deixar claro que não é uma prática de homofobia. É proteção a uma marca", disse. Segundo Caldeira, "Aurélia" seria uma "deturpação do nome". "Estão pegando carona em uma instituição muito importante." O advogado José Pinheiro, um dos proprietários da Editora do Bispo, discorda. "A própria Lei dos Direitos Autorais diz que são livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra original nem lhe impliquem descrédito. É o caso do "Aurélia", que além de não desobedecer a lei, acaba prestando uma homenagem." A viúva de Aurélio Buarque de Holanda, a também lexicógrafa Marina Baird Ferreira, 83, afirmou, por e-mail, que a família "dispensa a homenagem". "A família em nome do falecido autor declara-se contrária a qualquer demonstração de homofobia, mas dispensa essa "homenagem" ao dicionário." De acordo com Ivan Junqueira, membro da Academia Brasileira de Letras, "é interessante que exista no Brasil um dicionário de expressões gays". "Só acho que eles pegaram pesado com a brincadeira e erraram na mão. O Aurélio é uma instituição brasileira." Longe das polêmicas, o autor Victor Ângelo afirma que prefere chamar o livro de "dicionária" e que acha que a catalogação das expressões gays é importante. "Além disso, o livro pode ser usado para que os pais entendam o que os filhos falam. E também para que bofes (heterossexuais masculinos) compreendam melhor as frases de suas namoradas, já que muitas mulheres falam como os gays."
Código dos travestis De acordo com ele, o livro foi feito por pesquisas realizadas por ele e Fred Lip há cerca de dez anos. "Começamos a perguntar para amiguinhos e amiguinhas. Conversamos com gente do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará e também com amigos portugueses. E também entrevistei travestis", explica Ângelo. Os travestis são os responsáveis, de acordo com ele, por boa parte dos termos. "O bajubá [linguagem usada pelos travestis] é muito interessante, pois antes era um código entre eles. Quando dizem, por exemplo, "aqüenda o alibã", querem dizer cuidado com a polícia." O tom de "Aurélia" é bastante politicamente incorreto. Na primeira página, eles já avisam: "Este dicionário não tem a pretensão de ser politicamente correto. Muitos termos são chulos e pejorativos, podendo ser ofensivos para determinadas pessoas ou grupos. Nesse caso, recomendamos a interrupção imediata da leitura". "Não teria graça alguma fazer um livro gay politicamente correto. E também, que coisa chata ter que ser chamado de gay. É viado, é bicha. Muitos grupos ficam com essa coisa de chamar de "homossexualidade", o que é uma chatice." Apesar de escrito por dois homossexuais, o livro várias vezes tira sarro dos próprios gays. No verbete "piti", por exemplo, eles explicam: "Nervosismo, histeria, ataque de bichice". Apesar de tão "incorreto politicamente", parte da renda obtida será doada a instituições de apoio a soropositivos. A noite de autógrafos é amanhã, às 18h30, na Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, av. Paulista, 2.073, em São Paulo.

"Aurélia" cumpre o que promete, mas esquece "espada" e opta pelo feminino PASQUALE CIPRO NETO COLUNISTA DA FOLHA
Está na página 5 da "Aurélia", com todas as letras: "Este dicionário não tem a pretensão de ser politicamente correto". Adiante, vem esta observação: "Nossa intenção é a de levantar o maior número possível de termos ligados de alguma forma à cultura gay e lésbica". Pois aí já temos (ou teríamos) o primeiro embate relativo ao "politicamente correto": o fundo da obra é a cultura gay e lésbica, mas a opção foi pelo (gênero) feminino (o subtítulo da obra é "A Dicionária da Língua Afiada"; o prefácio não é prefácio, é "prefácia"). O pau já começa a rolar entre os próprios produtores do "corpus" do dicionário, digo, da dicionária. Espadas e bibas que se entendam. No "Houaiss", a segunda definição de "dicionário" (que se dá por extensão da que todos conhecem) é esta: "Compilação de alguns dos vocábulos empregados por um indivíduo (por exemplo, um escritor), um grupo de indivíduos, ou usados numa época, num movimento etc.". Pois é nessa categoria que se enquadra a "Aurélia", cujo repertório inclui muitos termos que "são chulos e pejorativos, podendo ser ofensivos para determinadas pessoas ou grupos". Resta saber se ainda há quem se ofenda com isso. Quem tiver o trabalho de ler "a prefácia" vai encontrar nela uma importante observação sobre esse tipo de dicionário, "exigido pela nossa época". Trata-se do dicionário lingüístico, isto é, o que leva em conta não apenas a lexicologia (o estudo do vocábulo quanto ao seu significado, morfologia etc.), mas também a lexicografia (que diz respeito aos princípios de seleção do vocabulário, ao ambiente em que se usam determinados vocábulos etc. -à noção de valor, enfim). Posto isso, convém dizer que muitos dos verbetes são dispensáveis, por não serem exclusivos do mundo gay-lésbico. Por outro lado, nota-se a falta de alguns que -supõe-se- lá deveriam estar. Um deles é justamente "espada". Cadê? Daqui para a frente, é com você, leitor. Com uma ou outra lacuna, a dicionária cumpre o que promete. Se o que ela retrata for de seu interesse, vá fundo. Se não for, deixe quieto.

Transparência

Mal se começa a notar uma melhoria no jornalismo económico sobre Lisboa já a CML começa a não disponibilizar as resoluções de Câmara completas como fazia: onde está o plano de actividades da EPUL que foi aprovado?

Escócia terá aulas de sexualidade gay nas escolas

23/5/2006, Mix Brasil
Instituições de ensino escocesas irão incluir educação sexual gay em seus currículos. O jornal Scotland on Sunday informou que as aulas de educação sexual serão ampliadas porque, atualmente, elas são “heterosexistas”. As aulas incluirão sexo seguro, aconselhamento psicológico e relacionamentos gays.O ato é a maior revisão de educação sexual na Escócia desde que uma lei da era Thatcher proibia qualquer discussão sobre homossexualidade nas escolas do Reino Unido. O jornal informa ainda que o governo está elaborando as aulas com a ajuda de grupos GLBT de direitos civis e saúde. O projeto está previsto para entrar em vigor a partir do próximo ano letivo, que começa em agosto próximo.

Walt Whitman

Celebro a mim mesmo
e canto a mim mesmo:
e o que eu assumo, vocês devem assumir,
pois cada átomo que a mim pertence
também a vocês pertence.
Creio em você, minha alma:
o outro que sou não deve
rebaixar-se a você,
nem você deve rebaixar-se
ao outro.
(Excertos de "Canto a mim mesmo" no dia do seu nascimento - brigado Mouzo!)

Bichices na 2 hoje

A LINHA DE BELEZA, THE LINE OF BEAUTY
Uma estranha viagem ao interior do belo e sofisticado mundo da elite que mistura emoção, drama e crítica social.
Série em 3 episodios adaptada do romance de Alan Hollinghurst, romance que ganhou o Booker Prize em 2004,o mais importante premio literario na Grã-Bretanha.
Uma história passada nos hedonistas anos 80, época Thatcher, e que envolve um conjunto de pessoas, talentosas e bem estabelecidas na vida.
Nick Guest, novo, ambicioso, gay, formado em Oxford, oriundo de uma familia modesta, vai viver para casa de um amigo da faculdade, filho de um deputado, casa de uma familia rica e influente.
A linha da beleza decorre entre duas eleições de Margareth Thatcher, 4 anos de tragédia e mudança, neste mundo rápido, voraz que é o dos yuppies dos anos 80.
Sexo, drogas e politica é basicamente aquilo de que trata "A Linha de Beleza".
A série é brilhantemente adaptada para televisão, para a BBC, pelo laureado Andrew Davies (Orgulho e Preconceito, Diário de Brigit Jones).
[texto de divulgação]
Já li para aí que o pessoal gay não gostou muito da softização das cenas de sexo, mas enfim...

BD lésbica

SÃO PAULO - A heroína Batwoman vai voltar ao mundo dos superheróis mas, desta vez, como uma socialite linda e lésbica.
Na revista 52 da DC Comics, que deve ser lançada em julho, ela estará de volta após uma ausência de quase 20 anos, como informa o site da editora, e cinqüenta anos após aparecer pela primeira vez nas páginas de quadrinhos.
Sua identidade real é Kathy Kane, descrita como uma socialite lésbica que namora uma ex-policial, Renée Montoya, de Gotham City Contra o Crime (Gotham Central). A Batwoman original foi criada em 1956 e assassinada em 1979, pela Liga dos Assassinos e o Tigre de Bronze. Agora, ela voltará com uma mulher rica e refinada.
Em sua primeira versão, a Batwoman era vista como um forte ícone feminista. Ela nunca teve sua própria série e, apesar de não ter nenhum laço familiar ou ser parceira de Batman ela aparecia sempre ao seu lado e de Robin e até chegou a ter um suave romance com Batman.
(estadao.com.br)
A minha preferência ia para a motoqueira Jane do Michel Vaillant, mas prontoS:), seja a Batwoman...

Dia do Vizinho

Ontem foi o dia do vizinho. A nossa associação de moradores lá juntou um pessoal bem interessante à conversa, toda uma outra Baixa: a Casa de Lafões, a da Sertã, a nova associação cultural Espaço (um novo espaço vegetariano, de espectáculo, etc), os mouros de trabalho da associação Solidariedade Imigrante, e a Junta da Madalena (que co-organizou). Tudo à volta do encantador Serge Treffaut e do seu filme Lisboetas. A Baixa é um mundo!

Eleições SPGL

São já a 6 de Junho. Se é sindicalizad@ não deixe de votar. Se pretende mudar alguma coisa, vote C. E não preciso de dizer o quanto precisamos que mude alguma coisa nos tempos que correm...

5.29.2006

Poliamor

Graças à revista do Clube Safo descobri que há gente em Portugal a pensar a sério a não monogamia responsável ou poliamor (encontram vários links interessantes na wikipedia, até um site português).
E há até um blog, Our Laundry List, que aplaudo desde já, e que vou acrescentar à família queer:)
Para verem como estas coisas andam mesmo quase todas ligadas saibam que uma enorme percentagem de lésbicas poliamorosas se identificaram também como feministas - contornos queer, é o que vos digo...

5.28.2006

Por casa

Música: os gritinhos e as narrativas de The Fiery Furnaces em Bittertea.
Música de dança cheia de adrenalina com Gnarls Barkley com St. Elsewhere.
Nunca mais vou conseguir ouvir rádio, é o que vos digo - é uma pobreza tão grande de ritmos que até arrepia. É impressionante como condicionam tão completamente o mercado com o que de pior se faz.
Cinema: Lianna, um filme lésbico de 1983. Uma boa comparação com o Portugal de hoje, os medos, as homofobias, as chantagens, e as boas surpresas. É quando se vê um filme lésbico, com personagens centrais lésbicas, de 1983, que se percebe o quanto avançou o discurso fílmico lésbico. E este até tinha uma visão positiva das coisas.

5.26.2006

Grease

Fui ver este tipo de musical pela primeira vez e gostei. Tive pena de não ter mais bichice e das legendas não incluírem também karaoke:)) Fartei-me de cantarolar - quem me levou teve de me aturar:)

Por casa

Charisma, de Kiyoshi Kurosawa, um policial metafísico sobre como deixar de policiar as fronteiras do bem e do mal, do individual e do colectivo. Obra-prima do género.
Dark Tales of Japan, uma espécie de Twilight Zone asiático, mas fraquinho, mesmo sendo um conjunto de curtas de um conjunto de realizadores.

Políticas de natalidade a sério

Dinamarca aprova fecundação assistida para lésbica
Procedimento será feito em hospitais públicos, com despesas pagas pelo Estado
Globo Online

25/05/2006 - 16:14 - COPENHAGUE - O Parlamento dinamarquês aprovou uma lei que permite mulheres solteiras e lésbicas fazerem a fecundação assistida nos hospitais públicos, com as despesas pagas pelo Estado. A decisão foi aprovada com apenas um voto de diferença.
Os sociais-democratas e os outros partidos da oposição comemoraram no Parlamento quando viram que o governo teve minoria e que a lei foi aprovada graças ao apoio de alguns deputados liberais.
A Dinamarca em 1989 foi o primeiro país que adotou o sistema de união entre os homossexuais e desde então outras questões como adoção, casamento e fecundação assistida foram discutidos sem que houvesse uma solução. Sobre a questão da fecundação assistida, vários partidos políticos apresentaram inúmeras propostas há muito tempo.
Os liberais, que são a maior força de governo, elaboraram um compromisso pensando em permitir a fecundação assistida para mulheres solteiras e lésbicas, mas os gastos seriam por conta delas e o processo deveria ser feito em hospitais particulares.
Os conservadores sempre se opuseram. Agora, a proposta apresentada pelos sociais-democratas, socialistas populares e pela Lista Unitária foi aprovada com a ajuda de alguns liberais.
A medida prevê que as mulheres solteiras ou lésbicas, para ter filhos, terão os mesmos direitos que as casadas para a fecundação assistida oferecida gratuitamente nos hospitais públicos.

5.24.2006

Resistência inteligente

Cisgénero. Uma activista transgénero do Brasil alertou-me para este novo termo, no que acho um movimento de resistência fantástico! Obrigada Aline.

Por casa

Nem de propósito e como anexo à conversa gerada com o post sobre exclusividade vi ontem Mango Kiss, que gira à volta da não-monogamia e, principalmente, da experimentação de papéis sexuais (tendo a particularidade de concretizar visualmente algum deste imaginário lésbico de forma esteticamente interessante).
Não partilho da relação exclusiva entre "não-monogamia" e papéis sexuais mas é uma simplificação que funciona bem no filme.
Também era filme para cair muito bem no nosso festival de cinema.
Vi também recentemente algumas curtas dum tal Companions. Todas boas, um mimo.

5.23.2006

Fétiches:)

Sempre ADOREI esta foto d@ Del LaGrace!
(publicada originalmente no Drag King Book)

5.22.2006

Luta anti-homofobia avança na UE

Santiago 09-05


Strasburgo-Francia.- El Vicepresidente de la Comisión Europea y comisario europeo de Justicia, Libertad y Seguridad, Franco Frattini, anunció en el Parlamento de Estrasburgo que se sancionará a los Estados miembros que no eliminen toda forma de discriminación contra los homosexuales, incluyendo la negativa a aprobar los “matrimonios” y uniones entre personas del mismo sexo.
En el origen del “escándalo”, está la decisión de Letonia, Lituania, Estonia y Polonia de no reconocer el “matrimonio” o las uniones homosexuales en sus legislaciones.
“La homofobia es una violación de los derechos humanos y estamos vigilando este asunto en los Estados miembros, e informando de los casos en los que nuestros esfuerzos no han tenido éxito”, dijo Frattini en la sede del Parlamento. De esta manera “la Comisión y el Parlamento europeos pretenden convertir en un delito de ‘homofobia' cualquier negativa a reconocer a las parejas homosexuales los mismos derechos que a un matrimonio”, advierte el informativo de la arquidiócesis de Madrid.
Franttini, elegido comisario de la Unión Europea (UE) después de que el Parlamento rechazara la nominación del intelectual católico y amigo de Juan Pablo II, Rocco Buttiglione, por su oposición al “matrimonio” homosexual, ha propuesto “designar 2007 como el año de la Igualdad de Oportunidades para todo el mundo. Los objetivos serán informar a la población acerca de sus derechos, promover la diversidad y, como valor de la Unión, hacer de ésta una meta prioritaria”.
Expulsión de la UE
Algunos europarlamentarios exigieron, además, especificar las sanciones contra los Estados que no se adhieran a la ley anti-discriminación, como los que se niegan llamar “matrimonio” a una unión homosexual.
El presidente del grupo interparlamentario sobre asuntos de homosexuales y lesbianas, el laborista Michael Cashman, propuso la expulsión de la UE de los países que “no se adhieran a la legislación anti-discriminación”.
“Si no hacemos nada, somos cómplices de los crímenes de violencia que podemos ver que ocurren en muchos Estados miembros”, declaró Cashman que es también vicepresidente de la organización Gay & Lesbian Humanists, en cuyo sitio web, se declara en guerra contra “la homofobia inspirada en el catolicismo”.
Sin embargo, continúa Análisis Digital, estas protestan han sido contestadas por el europarlamentario polaco Jan Tadeusz Masiel para quien la adopción de niños por parte de homosexuales es “repulsiva” y “chocante”. Asimismo, su compatriota Barbara Kurdycka opinó que el Parlamento Europeo no tiene legitimidad para decir a los ciudadanos qué deben pensar sobre la homosexualidad.
Fuente: ACI Prensa

O fim de uma era:)

Acabou a era gay da Eurovisão - viva a teledemocratização do voto!:)
[Mas é uma tristeza: nem uma perninha, nem um bracinho, nada à mostra... E tão pouco fashion:)]

L Word 3

Estes são os episódios da maturidade do L Word. Reviravoltas e reviravoltas sem perder a consistência narrativa. Muito bom mesmo.

Futebol anti-discriminação

A FIFA vai fazer assinar aos jogadores do Mundial uma declaração anti-racismo e discriminação.
Esta luta não é de hoje e este ritual prova o quanto está a ser levada a sério. Infelizmente o termo homofobia ainda não faz parte explícita das preocupações da FIFA, mas já faltou mais. Cada vez há mais jogadores a assumirem-se e cada vez há mais consciência da necessidade de ter campanhas activas também contra isso.

Regime de propriedade exclusiva

O DN publicou tema de capa este domingo sobre a reconstrução do hímen, ou seja, o "recuperar" da virgindade. Gabriela Moita acentuava, e bem, a ideologia machista de propriedade e exclusividade que está disseminada na sociedade e que leva as mulheres a cederem a estes critérios, referindo que a tendência para os homens considerarem a mulher sua propriedade exclusiva é transversal a todas as classes e atinge até o passado das mulheres.
Penso que esta ideologia é central na forma de estruturação das relações afectivas na nossa sociedade e atinge todos. A luta contra contratos afectivos que pressupõem uma exclusividade de príncipio, e a noção desta exclusividade como propriedade, e desta propriedade como propriedade corporal, sexual, é uma luta fundamental na estruturação de novos contratos afectivos. É a principal razão pela qual sou contra o casamento.
Sim, é verdade que o casamento heterosexual é o rei das ditas infidelidades, por vezes até tacitamente consentidas. Mas continua a exigir no seu contrato inical a exclusividade, continua a produzir um discurso em que essa exclusividade é promovida, e continua a ser mais brando com os homens do que com as mulheres na quebra explícita dessa exclusividade.
Muito diferente é assumir inicialmente que não existe nenhuma exclusividade como príncipio (o que não quer dizer que tenha de existir não exclusividade), sendo esta cláusula válida para tod@s @s parceir@s envolvidos.
Questão polémica é contratar partilhar ou não partilhar, em concreto, situações de não exclusividade com @ parceir@ - já não digo a três ou mais, refiro-me por exemplo a dizer ou não dizer. Penso que, desde que essas relações não interfiram com a importância da relação mais forte, não há necessidade de "contar". Regra geral esses detalhes acabam por magoar, por provocar uma série de pressuposições e constatações totalmente erradas, por gerar drama e conflito emocional injustificado. Penso que apesar de haver uma maior abertura a esta ideologia de não exclusividade, regra geral são poucas as pessoas que estão emocionalmente preparadas para ela.
Por fim, sou uma pessoa muito pragmática, num sentido filosófico e epistemológico também; e penso que não há "verdades" "neutras", todas têm esta ou aquela função, esta ou aquela utilidade. E, no actual estádio de desenvolvimento emocional da maior parte das pessoas, não vejo utilidade positiva suficiente na partilha destas "verdades".

Discriminação positiva

Na India o Governo vai aumentar de 22,5 para 50% a quota de acessos de intocáveis e pobres às universidades. Esta medida está a causar protestos nos médicos e nos universitários. O Governo veio dizer entretanto que aumentará o número total de vagas para que não diminuam os restantes lugares.
Desconhecia este esforço tão acentuado de discriminação positiva - mas parece-me muito justo num país que leva séculos de discriminação de casta.

5.18.2006

Por casa

Stranger Inside é um black lesbian movie em ambiente prisional, reflectindo sobre a figura da mãe (com um valor específico em algumas culturas africanas) e a construção da autonomia emocional lésbica. Contra alguns preconceitos face a filmes de prisão, e a favor de filmes com mais actrizes negras, vale a pena ver.

5.17.2006

Dia Mundial Contra a Homofobia!

Spot TV da Ilga Mundo.

5.16.2006

Até qu'enfim


temos outro feminismo!
Parabéns pelo blog!

Medicina (sempre) política II

Ontem o médico Albino Aroso, em entrevista ao Público disse meia dúzia de verdades sobre as quais a classe médica deveria reflectir:
- que já não é aceitável a tese de que o sofrimento é espiritualmente útil à mulher no parto
- que não é aceitável ter maternidades sem anestesistas
- que, devido ao desenvolvimento, os bébés são hoje muito mais pesados do que eram, o que dificulta o parto natural
- que as mulheres, e em particular as mulheres grávidas são heroínas - não por razões espirituais mas porque são muitíssimo discriminadas e cai-lhes em cima todo o peso das crianças
- que era a favor do aborto

Medicina (sempre) política

Excelente texto de Joana Amaral Dias ontem no DN, hoje continuado por esta notícia.
Logo quando se começou a discussão desta questão alertei para a visão convencional da medicina que ela trazia, enquanto mera substituta de "faltas" "naturais" e não enquanto criadora do humano.

5.15.2006

Por casa

Sugar sweet é o meu primeiro lésbico asiàtico, japonês, e é o máximo! Todo o filme gira à volta do lesbian gaze (como oposto ao olhar masculino, principalmente nos pornos lésbicos) e surpreende pelo argumento, diálogos, actrizes e câmara (e também nas cenas contraporno). A trazer ao nosso Festival!
Outra coisa é May, um filme de terror doentio, com uma actriz que encarna perfeitamente as figuras de terror escanzeladas e brancas BD. Há uma ou outra cena lésbica mas eu ainda me irrito quando as personagens lésbicas são desiquilibradas de todo - mas lá está, se temos as boazinhas também temos de ter as taradas:) E May é do pior:)

5.14.2006

Por casa

Faqs é um filme gay recente, com boa fotografia e jovens actores em cenas de sexo light. É um filme para adolescentes (não sei se este aspecto é intencional mas é curioso ser assim) e, pela inconsistência do argumento e dos diálogos, parece ter sido feito por um adolescente.
Tem no entanto pontos importantes a favor, como o tema de como responder à violência anti-gay, a questão da auto-defesa, e ainda a questão das famílias queer de adopção e alargadas.
Nesta família a mãe trans é a melhor actriz - os jovens são bastante mauzinhos. E é pena que toda a gente tenha direito à visibilização da sua sexualidade mas, mais uma vez, não a personagem trans.
Este filme quer vender-se como político mas é demasiado light para isso. Por isso, divirtam-se!

Sway

Hip -Hop bem fresco, bem summer sound...

Autoritarismos

De novo editorial de sociedade certeiro da São José Almeida ontem no inlinkável Público. Clap! Clap!

5.13.2006

Ali Smith

Já na Fnac a tradução do premiado Ali Smith pela editora Bico de Pena. A personagem mistério, acidental, é um mulher descalça e com imensos pêlos nas pernas. Um começo muito promissor:)

Por casa

Do mesmo estilo de Tipping the Velvet a série inglesa Fingersmith - a ver; a reviravolta narrativa deste telefilme adaptado de Sarah Waters está muito bem feita.
Se querem o típico filme sobre a quarentona, mulher de negócios, casada e com filhos, que vira lésbica vejam La Rivale - se aguentarem a qualidade de imagem, o hairstyle e o guarda-roupa dos eighties:)
Por fim, de um realizador que me está a encher as medidas, Kiyoshi Kurosawa, o seu primeiro Doppelganger - um muito curioso filme de terror, conflito interior, mediação. Bom mix de Cronenberg com Carpenter:)

5.12.2006

Gisberta

Muito contente pela notícia divulgada pelo FishSpeaker. Afinal sempre vamos tendo artistas com consciência.

Nos tempos das cartas é que era...

A Vanessa é que sabe:)
Agora, cara Vanessa, há uma coisa: não podemos querer ser correspondidos pelo Outro tal qual o imaginamos (como aliás tu bem sabes - mas tens resisitido a ver); ele é sempre diferente, não necessariamente menos - e saber isso é o código postal de qualquer possível correspondência:)
E depois? Depois ou se ama ou não se ama...

5.11.2006

Novo grupo lgbt

Olá a todos!
É com imenso prazer que vos anuncio o início do 1º Grupo Português de Intervenção Social GLBT com a intenção de ser o lugar de encontro de ex-Testemunhas de Jeová homossexuais.
Este é o endereço do site:http://intervencaosocial-glbtex-tj.com/
Agradecemos desde já a vossa colaboração na divulgação do projecto através da construção de um link.
Pelo GPIS - GLBT -ex- TJ
Ana Paula Moreira
(com um pedido de desculpas à Ana pela demora na divulgação - muito correio acumulado...)

Salmonberries

Um objecto estranho, este filme. É o primeiro em que participou K.D.Lang (que já tem 46 aninhos; aqui tinha 30). É sobre a procura de identidade, principalmente pós-queda do Muro de Berlim, mas passa-se principalmente num nada fashion Alaska - e a K.D. é um mineiro debilóide com nome alemão em busca de si. Tão inacreditável que vale a pena chekar:) Enfim, tem algumas soluções de câmara interessantes. Nota: visto em casa.

Coligar

Os movimentos sociais portugueses, lgbti incluído, não têm ainda um verdadeiro sentido da coligação política, ou seja, da necessidade de traduzir mutuamente as diversas agendas e de apresentar agendas conjuntas - frequentemente o mais que se consegue é a soma das agendas, mesmo em fóruns como o FSP. Continua a existir muita necessidade de um trabalho de diálogo face-a-face, além do encontro em fóruns tão alargados quanto esse.
Uma sugestão do Brasil:
I Encontro Regional Entre GLBTT Juventude Negra

Entre 15 e 18 de junho de 2006, a cidade de São Paulo sediará o I Encontro Regional entre Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis , Transexuais - GLBTT e Juventude Negra. Aproximadamente 100 jovens dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo desses movimentos organizados estabelecerão relações entre suas pautas reivindicatórias, debatendo identidades negra e de gênero, orientação sexual, combate à homofobia e formularão políticas públicas de saúde que efetivem as demandas específicas junto à gestores públicos. O Encontro deverá garantir a construção de uma rede solidária de relações de respeito e cumplicidade entre jovens dos movimentos negro e GLBTT.
Um evento dessa natureza nunca aconteceu no Brasil e tem caráter piloto cujos resultados apontarão para a realização de um Encontro Nacional.

Organização:
Grupo CORSA – Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor
Minas de Cor Espaço de Cidadania e Cultura
Articulação Política das Juventudes Negras

Unindo forças para construir uma história com solidariedade e cidadania

5.10.2006

Brasil no CDH

Uma óptima notícia para o mundo lgbti: o Brasil permanece no novo CDH e poderá continuar o seu trabalho de lobby pró resolução anti-discriminação. Os activistas estão agora a fazer contas a uma possível distribuição dos votos - logo vos digo a que conclusão chegaram.
Brasil garante vaga no Conselho de Direitos Humanos da ONU
Montserrat Vendrell
Nações Unidas, 9 mai (EFE).- Brasil, Cuba, Argentina, Equador, Guatemala, México, Peru e Uruguai são os países Latino-Americanos escolhidos para integrarem o novo Conselho de Direitos Humanos (CDH)da ONU, que substituirá a Comissão de Genebra.As eleições começaram nesta terça-feira com uma lista de 64 países candidatos a ocuparem 47 vagas, distribuídas geograficamente pelos cinco grupos regionais da ONU.
Em uma disputa apertada, Venezuela e Nicarágua foram os dois países latino-americanos que não alcançaram o número suficiente de votos para obterem um assento nesta nova entidade, que defenderá e garantirá o respeito aos direitos humanos.
Dos dez países latino-americanos que disputavam uma cadeira no órgão, foram escolhidos Brasil (165 votos), Argentina (158), Cuba (135), Equador (128), Guatemala (142), México (154), Peru (145) e Uruguai (141).Já a África teve direito a 13 vagas, que foram ocupadas por Argélia, Camarões, Gabão, Gana, Mali, Marrocos, Maurício, Nigéria, Senegal, África do Sul, Tunísia, Djibuti e Zâmbia.
A presença da Ásia também foi garantida por 13 participantes: Arábia Saudita, Barein, Bangladesh, Coréia do Sul, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, Jordânia, Malásia, Paquistão e Sri Lanka.
Além disso, o grupo "Europa Ocidental e outros países" tem seis representantes: Alemanha, Canadá, Finlândia, França, Holanda, Suíça e Reino Unido.
Ainda falta uma segunda rodada de votações para os países do Leste europeu, pois apenas Rússia, Polônia e República Tcheca alcançaram os 96 votos necessários para serem escolhidos.
O novo órgão da ONU foi criado pela Assembléia Geral no dia 15 de março com a finalidade de garantir o respeito aos direitos humanos.
O processo de escolha dos membros da entidade foi direto, por meio do voto secreto. Além disso, para se tornar membro da organização, a nação candidata precisa de uma maioria absoluta dos 191 países da Assembléia Geral, ou seja, pelo menos 96 votos.
O presidente da Assembléia Geral, Jan Eliasson, qualificou as eleições de "históricas", após comentar que o processo de votação aconteceu de forma mais rápida que a esperada.
Ele também disse que os países escolhidos terão um papel crucial para decidir o funcionamento do Conselho, que substitui a Comissão de Direitos Humanos de Genebra, criada em 1946."É importante que tenhamos um bom início na estréia do Conselho de Direitos Humanos, no próximo 19 de junho", afirmou Eliasson.
Por depender da Assembléia Geral, as eleições para este novo órgão da ONU, sediado em Genebra, contaram com a participação de todos os países da entidade."As eleições refletem a vontade dos Estados-membros e da Assembléia Geral na sua totalidade. A escolha de hoje é um novo princípio para o trabalho em favor dos direitos humanos da ONU", disse.
A escolha dos membros da antiga Comissão era mais restritiva, já que apenas votavam os 54 membros de Conselho Econômico e Social (ECOSOC).
O diretor da ONG Human Rights Watch (HRW), Kenneth Roth, celebrou a "atmosfera diferente" na qual foi realizada a eleição dos membros do CDH.
Ele também comemorou a redução do número de países-membro com um histórico problemático na questão dos direitos humanos."É realmente um avanço significativo. Os governos que enfraquecem os direitos humanos são minoria. É um passo na direção correta e uma boa oportunidade para criar uma instituição poderosa que defenda estes direitos em todo o mundo", disse.
Roth celebrou o fato de a Venezuela e o Irã terem fracassado em seu objetivo de alcançar um assento, e lamentou que outros países como Rússia, China, Arábia Saudita e Cuba tenham alcançado os apoios suficientes para fazerem parte da nova instituição.
Os países que integrarem o novo CDH poderão ser suspensos se cometerem violações sistemáticas aos direitos humanos.

5.09.2006

Dia Internacional Contra a Homofobia

Dia 17 de Maio - Dia Internacional Contra a Homofobia - petição
Este ano, pela primeira vez o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids - UNAIDS, vai comemorar o dia 17 de Maio. Para a Diretora Regional da UNAIDS, Nancy Andrade-Castro, "isto é o início de uma grande campanha regional contra este tipo de discriminação e estigmatização, que busca envolver os governos, a sociedade civil e os meios de comunicação de todos os países da região Latino-americana"
Em Portugal temos de continuar a exigir o Dia Nacional Contra a Homofobia - cada vez são mais visíveis os motivos que o tornam necessário.

Força pró Vítor!

Finalmente o meu querido amigo Vítor, o mais promissor jovem filósofo português, vai defender doutoramento amanhã. Finalmente não porque tenha demorado tanto tempo assim (enfim, demorou mas a lógica de fila de espera dos departamentos é um asco!) mas sim porque estou ansiosa por ver o que ele vai fazer a seguir. Vítor Moura - tomem nota, vai re-começar a estourar por aí...

Dyke's band:))))

Parece que estourou por aí a primeira dyke's band portuguesa, com o nome de Slut Machine. Acho isto o máximo! Basta ler um qualquer relato da relação do público lésbico com este tipo de bandas e espaços para compreender a função essencial que representam na comunidade. Só por isso, parabéns!
Mas além disso torço para o sucesso porque poderia dizer que cantei muitas musiquinhas com um dos seus membros, minha maior amizade de pré-adolescência, nos escuteiros - nos tempos em que ela não sonhava ser famosa como música, muito menos como música lésbica:))) A vida dá voltas muito engraçadas mas mais uma vez, cara I. L., não posso dizer que me surpreendas - you (always) could do it girrl! Abraço para ti e para a doida da tua cara-metade que alinha contigo nestas loucuras! Bem-hajam:) girrrls!

Diva

A Diva aumentou 16 páginas. Realmente estava a ficar muito fininha, uma roubalheira. Bem, mas o que importa é se são conteúdos interessantes. E mal comecei e já encontrei uma nova secção de humor muito gira (biva) e uma reportagem sobre uma nova lei de bens e serviços, que não sei se será transposição de directiva comunitária, ou se existe equiparada cá, mas que chama a atenção para discriminações muito invisibilizadas também por cá, como por exemplo o facto dos médicos prescreverem menos exames ginecológicos às lésbicas.
Também na Diva dois anúncios que me chamaram a atenção: a 26 de Maio encontro de SM lésbico em Manchester; a 16 de Junho o primeiro festival de artes transgénero focado na identidade butch e boi, em Londres (meu Deus, estão lá tod@s! Isto é O festival do ano!). Realmente, isto é que é diversidade...

histérica

com a ideia de ler o último Rushdie, já traduzido e brevemente publicado!

Ainda M. Tavares

Terminei "O senhor Calvino". Parece-me um livro menor, apesar de com apontamentos de humor muito inspirados. Penso que terei de ler o resto do bairro (são 6 livros para 6 personagens do mesmo bairro) para perceber melhor esta personagem - há textos que me pareceram gratuitos e avulsos na economia da personagem; definitivamente estou convencida que não a agarrei ainda.

A nossa Baixa

A Associação de Moradores da Baixa Pombalina, de que sou fundadora e Presidente, botou faladura aquando destes balanços dos 180 dias de Carmona. Nunca pensei andar a torcer para que a Zézinha tivesse sucesso:)

Poupar nas telecomunicações

Já é mais do que do conhecimento generalizado que as nossas empresas de telecomunicações são do mais ladrão que há e que pagamos preços exorbitantes por coisas que nos restantes países europeus custam quase dez vezes menos: dou como exemplo as sms entre telemóveis, que são o serviço mais simples que existe, e que da minha rede para outra custam 8 cêntimos cada (ou seja, a brincar, a brincar o preço de um cigarro; e eu que estava contente de não fumar acabei por me encontrar a gastar mais do que um fumador...).
E já repararam como a possibilidade de enviar sms de computador para telemóvel de repente desapareceu quando era de graça há um ano? Pudera, as companhias de telecomunicações tradicionais começaram a cobrar a recepção...
Um exemplo de como a ideia é sempre a roubar vem de um projecto piloto do Museu Nacional de Arte Antiga: parece que se pode ter um audio-guia via, por obra, bastando por isso ligar para receber uma mensagem audio. E sabem quanto custa por obra? 60 cêntimos. A ideia é boa mas os preços dinamitam-na completamente quando se pensa que um audio-guia num super-museu custa entre 3 e 5 euros, para todo o museu...
Assim, e apesar de já ser muito divulgado, sugiro: subscrevam um telefone fixo sem assinatura e sem consumo obrigatório (se realmente precisam de um - eu preciso, não vejo a minha mãe a usar um computador tão cedo:) e instalem no computador softwares que permitem telefonar entre computadores e para telefone fixo em todo o mundo, como o Skype e o VoipBuster, com custos semestrais de 10 euros!

Na imprensa

O artigo da Câncio, claro, o da Ana Sá Lopes (e aqui também, e ainda aqui - esta rapariga sofre, mas não há dúvida que é em estilo:), e o editorial de sociedade da São José Almeida no (como dizem, inlinkável) Público de sábado.

Por casa

Perdi quando estreou nos cinemas "The station agent" (A Estação). Execelente filme sobre a amizade e a diversidade; e também sobre o corpo. Não é lgbti mas bem podia ser.
O último dos The Coup tem realmente umas faixas muita nices!:)

5.03.2006

A verdadeira pobreza

Por falar em ciclos de pobreza, em abandono escolar, em falta de apoio aos mais frágeis dos pobres, atentem nestes números:
- taxa de cobertura de creches em Portugal em 2004: 17,8 % (incluindo os privados!)
- não encontrei dados nacionais para a taxa de cobertura do ensino pré-primário, mas sei que há muitos concelhos com 50/60%
Ora, com abonos de família de miséria, sem oferta de material escolar, sem a oferta de refeições e respectiva obrigatoriedade de consumo, como querem que as crianças não cheguem à primária já com desigualdades gritantes no seu percurso escolar?!!!
Gostava saber que taxa de creche e pré-primária têm os países que têm 70% de cidadãos com o 12º ano e taxas de abandono que são um décimo das nossas; provavelmente 100%. Só não vê quem não quer ver.

Umas liçõezinhas do Brasil

Nós aqui na UE temos a mania. Mas vejam só esta descrição duma reunião ocorrida ontem entre activistas Lgbt e o Governo brasileiro - e digam lá porque é que raio isto não é possível em Portugal?!!!
"Ministro Tarso Genro recebe líderes gays e parlamentares

O Ministro Tarso Genro, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, recebeu em audiência, na tarde desta terça-feira, 2, lideranças da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) e deputado(a)s e senadora da Frente Parlamentar Mista pela Livre Expressão Sexual (FPMLES). O apoio da bancada governista ao projeto de lei que criminaliza a homofobia, o fortalecimento do programa Brasil sem Homofobia, o licenciamento compulsório de anti-retrovirais e uma solicitação de audiência com o presidente Lula foram os assuntos discutidos na audiência.

A audência foi aberta pela deputada Iara Bernardi (PT-SP), coordenadora da Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual (FPMLES) que destacou a importância das ações que o governo Lula vem desenvolvendo no combate à homofobia e na promoção da cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (GLBT). A FPMLES é uma articulação de deputadas(os) e senadores(as) que apóia a luta pela cidadania plena para os GLBT.

O secretário-geral da ABGLT, Toni Reis, ressaltou a importância da aprovação do projeto de lei que criminaliza a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero (PL 5003/2001), que já se encontra na pauta de votações da Câmara dos Deputados. Toni Reis apresentou o pedido de audiência da ABGLT com o presidente Lula, considerando a importância das demandas e a representatividade do movimento GLBT. O Ministro Tarso Genro sinalizou favoravelmente à solicitação de audiência com o presidente, a ser programada brevemente.

Com relação ao programa federal Brasil sem Homofobia - conjunto de ações governamentais que visam ao combate à discriminação e violência contra GLBT e promoção da cidadania deste segmento - o secretário de direitos humanos da ABGLT, Cláudio Nascimento, destacou o papel histórico desta iniciativa do governo Lula. No entanto, Nascimento cobrou que o Governo Federal garanta o envolvimento de todos os Ministérios na implementação das ações previstas, e, principalmente, assegure na sua totalidade a execução dos recursos aprovados no orçamento para 2006. Além disso, solicitou que o governo se empenhe na inclusão do programa nas propostas da Lei de Diretrizes e na Lei Orçamentária de 2007. O Ministro Tarso Genro assumiu o compromisso de conversar sobre essa questão com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e com o Ministério do Planejamento.

O secretário-executivo da Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual, deputado Luciano Zica (PT-SP), ressaltou a necessidade de uma sinalização da coordenação política do governo sobre a importância da aprovação do projeto que criminaliza a homofobia. Segundo Zica, essa sinalização facilitará em muito a aprovação na Câmara dos Deputados. Sobre esse assunto, o Ministro Tarso Genro se comprometeu a articular aprovação do projeto na reunião com os líderes da bancada de apoio ao governo na quarta-feira, 3.

O membro da coordenação do setorial nacional do PT, Julian Rodrigues, informou ao Ministro sobre a resolução aprovada por unanimidade, no último final de semana, no XIII Encontro Nacional do PT, que recomenda aos parlamentares do Partido apoiar e articular a aprovação do PL 5003/2001. A resolução também indica a todos os gestores petistas que promovam políticas públicas de combate à homofobia e promoção da cidadania GLBT.

Na oportunidade, considerando a grave situação por que passa o programa nacional DST/AIDS, que pode comprometer o tratamento das pessoas vivendo com Aids no país, a ABGLT abriu um espaço para um alerta sobre fornecimento de anti-retrovirais. Leo Mendes, tesoureiro da ABGLT e Moysés Toniollo, da rede nacional de pssoas vivendo com Aids, solicitaram que o Ministro encaminhe ao presidente Lula a necessidade do imediato licenciamento compulsório dos medicamentos anti-retrovirais, para evitar um colapso do programa e otimizar os recursos existentes. Leo Mendes alertou ainda que o licenciamento compulsório, além de permitir que o programa brasileiro de DST/AIDS continue a ser referência internacional por buscar universalização do atendimento, também possa ajudar outros países do hemisfério sul.Tarso Genro assumiu o compromisso de levar o assunto, por sua gravidade e urgência, para ser discutido pela coordenação do governo.

Estiveram presentes e reforçaram as demandas do movimento GLBT, além dos já citados, os(as) deputado(as) Ana Guerra (PT-MG), Fátima Bezerra (PT-RN), Eduardo Valverde (PT-RO), Sandra Rosado (PSB-RN) e a senadora Serys Shlerassenko (PT-MT). O Secretário da Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Sérgio Mamberti também esteve presente e fez questão de reforçar seu apoio às questões GLBT. Estiveram também na audiência Mirian Correa, da assessoria da liderança do PT na Câmara dos Deputados, Andrea Manzan, da Articulação Brasileira de Lésbicas e Andrea Stefani, transexual. "

Gonçalo M. Tavares

Lá descobri o que faz, ou fez, profissionalmente este senhor. E não é que é um rapaz da epistemologia na área da motricidade humana?:) Isto é muito engraçado porque não só é uma área que já dominei razoavelmente, a da epistemologia, e onde portanto partilhamos referências, como também porque já o ouvi num seminário, não sei bem de que tema geral, e lembro-me de ter ficado muito agradada com o tom invulgarmente poético da sua comunicação - até disse ao mouzo: olha, hoje conheci um autor de que ias gostar, nunca pensei existir alguém assim lá para as educações físicas:)). E afinal era o nosso escritor. Muito giro.

Boa Angela!

O livro da Angela lá vai fazendo o seu caminho. Sendo indiscreta devo dizer que agradou também particularmente a Lobo Antunes. Boa Angela! Go girrrl!

Bancos ladrões

Os bancos continuam a lucrar à doida nestes tempos de crise - só para alguns. No artigo em causa é notório o aumento dos lucros com comissões cobradas a clientes.
Para quando é que o Banco de Portugal pensa divulgar, comparar e fiscalizar, todas as taxas que os bancos a exercer em Portugal aplicam para que os consumidores estejam de facto esclarecidos? Afinal, têm medo do quê?
E, ao contrário da inocência de Pedro Rolo Duarte, penso que é de facto possível pôr os bancos a contribuírem mais para a economia do país, nomeadamente aumentando os impostos que pagam, demasiado baixos para tamanhos lucros, e demasiado inferiores ao que muitos de nós pagamos.

Pobreza crónica

De acordo com este artigo já vai em 27% a percentagem de portugueses abaixo do limiar de pobreza - este número é o maior da UE e tem aumentado. Também de acordo com o artigo os apoios do Estado são poucos (só são comparáveis aos da UE no caso de doença e invalidez, faltando tudo o resto: abonos de família, subsídios de desemprego, etc) e muito pouco direccionados para os mais frágeis, as crianças e adolescentes - onde se deveria começar, através da formação, a quebrar a transferência transgeracional da pobreza. Também só não vê quem não quer.
E depois vem a Ministra da Educação acusar as escolas de não serem capazes de evitar o abandono escolar, o maior da UE - como se fixa na escola crianças que passam fome?

PT sem homofobia

O Brasil está de parabéns. O PT acaba de aprovar em Encontro Nacional o apoio e a defesa de uma série de propostas de lei anti-homofobia e anti-discriminação, compromissos de tal forma claros que tornam o voto rosa uma realidade no Brasil.
É este o texto da Resolução:

O PT deve assumir de maneira efetiva, em seu conjunto, a luta pelos direitos civis dos Gays, Lésbicas, Travestis, Transexuais e Bissexuais e contra a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero.

Neste sentido o XIII ENPT determina:


1) Que os Parlamentares Federais, articulem a aprovação e votem favoravelmente ao PL 5003/2001, que criminaliza a homofobia;

2) Que os parlamentares petistas em todos níveis, articulem e/ou integrem frentes parlamentares pela livre expressão sexual, com o objetivo de propor, articular e aprovar projetos de lei em defesa dos direitos dos gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais;

3) Que os petistas a frente do Governo Federal defendam a ampliação e o fortalecimento das ações do Programa Brasil sem Homofobia - conjunto de Políticas Públicas destinado a combater a discriminação e promover os direitos de GLBTT - lançado em 2004. Garantindo, inclusive a adequada destinação e execução orçamentária.

4) Que os/as Petistas a frente de governos, em todos os níveis, promovam Políticas Públicas para combater à violência e a discriminação contra GLBT.

São Paulo 30 de abril de 2006

Ainda os PNAI

Há dias o Público dedicou o seu tema aos PNAI (Planos Nacionais de Acção para a Inclusão) aparentemente mostrando-se surpreendido com o facto dos indicadores aferidos por esses planos terem piorado e não melhorado ao longo da sua execução.
Ora, se não me engano o PNAI que se prepara é já a terceira leva de PNAIs nos países da UE e a avaliação que a Comissão Europeia tem feito dos PNAIs portugueses tem sido sempre a mesma: falta de operacionalização dos objectivos (ou seja, não há vontade política para assumir objectivos concretos e fica-se por enunciações vagas e gerais) e falta de calendarização dos mesmos (ou seja, é tão vago, tão vago, que não se pode dizer com clareza quando foi atingido este ou aquele objectivo). Por outro lado, também tem sido criticado o facto do plano se centrar na pobreza e descurar a grande diversidade de factores de exclusão social. E também tem sido criticado a falta de estruturas nacionais de apoio directo ao cidadão. E o facto de não existirem suficientes procedimentos de auscultação das ONGs envolvidas. Portanto, é bem fácil perceber porque temos andado para trás e não para a frente, só não vê quem não quer ver.